Grant Morrison é aquele tipo de pessoa que não veio passar despercebida
pela vida. Seja por seu visual bem particular, seu estilo de
vida fora dos padrões e pelo seu trabalho aclamado por uns e odiado por outros,
posso dizer com segurança que não dá para ignorar o escocês.
Para
quem odeia Morrison, ele fez isso para dar espaço às suas “viagens
psicodélicas” nas histórias de um herói tão
tradicional.
Para quem o
admira, é genial, pois o Cavaleiro das Trevas sai de seu padrão, do seu terreno
conhecido e nós, como leitores, ficamos exatamente como ele, sem saber o que
vai acontecer a seguir.
Quer coisa
melhor para um detetive?
Melhor
dizendo, para o MAIOR detetive do mundo?
A
participação do Coringa, mais uma vez reinventado por Morrison, é sublime ao
mostrar a sequência doentia a qual nosso herói passa. Os jogos mentais, o uso
da cronologia de publicação como pano de fundo para a história do personagem deixam
as coisas ainda mais coloridas, e familiares, apesar de ser um terreno novo.
Doutor Hurt, Le Bossu e o resto do Clube dos Vilões podem não entrar no
primeiro time da galeria de vilões de Gotham, mas certamente não fazem feio e
provam que mesmo um homem no ápice do seu desenvolvimento físico e mental,
ainda é apenas um homem.
Infelizmente, não sou tão admirador
assim de Tony Daniel, que assina o arco principal “Descanse em Paz”, mas admito
sua tremenda evolução no lápis, desde seus tempos de Image, e sei que ele
agrada um grande público de leitores.
Lee Garnett,
que completa o encadernado no lápis de duas histórias que conectam o fim de
“Descanse em Paz” com a Crise Final (também de Grant Morrison) também pertence
à mesma escola, o que deixa a arte homogênea, dinâmica e sombria ao mesmo
tempo, no clima alucinante da história.
Mas em
matéria de arte, as capas das edições americanas assinadas por ninguém menos
que Alex Ross roubam toda a cena. Ross, inclusive, cala parte de seus críticos,
que dizem que seus desenhos são estáticos, em movimento, por serem
foto-realistas.
Em relação à
edição, mais um trabalho de sensacional qualidade da Panini, publicando TUDO da
fase Morrison em encadernado que este redator vai correr atrás. Falar mais que
isso atrapalha a leitura de uma ótima história de mistério. Comece de “Batman e
Filho”, se aprofunde mais na tapeçaria do escocês maluco e aproveite para matar
a saudade do Cruzado da Capa.
Afinal de
contas, o título da história, não esta aí por acaso.
É a última
aventura de Batman.
Fonte: Quadrim
2 Comentários
estilo de vida "Fora dos Padrões?!" o que o Careca Morrison faz que é tão "Horripilante" que não se encaixa no Padrão de um "tipico Roteirista" de sucesso?! talvez só o(a) Questão ou o Batman possam "investigar" essa pergunta!! eu tenho que ler esse Batman RIP antes que Ressucitem e matem o Morcegão de novo (já devem ter feito isso...).Marcos Punch.
ResponderExcluirPara mim, é inegável que os trabalhos do Morrison fogem dos padrões mesmo. Desde a fase do Homem-Animal que eu lia no final dos anos 80, já tinham coisas que dava para se perceber que eram "diferentes' dos padrões, mas era legal mesmo assim. Isso não é ruim, mas é preciso ler com atenção.
ExcluirMatar o Batman?! Isso já está se tornando notícia corrente...rs.