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Resenha DC: Batman - Descanse em Paz


Grant Morrison é aquele tipo de pessoa que não veio passar despercebida pela vida. Seja por seu visual bem particular, seu estilo de vida fora dos padrões e pelo seu trabalho aclamado por uns e odiado por outros, posso dizer com segurança que não dá para ignorar o escocês.

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Descanse em Paz dá sequência à estadia do roteirista no comando do maior herói da DC Comics e apesar de ser uma história contida, encontramos um Batman em uma situação diferente: transtornado, atrás de um novo inimigo chamado Luva Negra. Apaixonado pela bela Jezebel Jet. O leitor encontrará poucos rostos conhecidos entre os vilões, já que o Homem-Morcego finalmente controlou o crime em Gotham, o que abriu espaço para criminosos de todos os lugares do mundo venham conquistar espaço.

Para quem odeia Morrison, ele fez isso para dar espaço às suas “viagens psicodélicas” nas histórias de um herói tão tradicional.
Para quem o admira, é genial, pois o Cavaleiro das Trevas sai de seu padrão, do seu terreno conhecido e nós, como leitores, ficamos exatamente como ele, sem saber o que vai acontecer a seguir.
Quer coisa melhor para um detetive?
Melhor dizendo, para o MAIOR detetive do mundo?
A participação do Coringa, mais uma vez reinventado por Morrison, é sublime ao mostrar a sequência doentia a qual nosso herói passa. Os jogos mentais, o uso da cronologia de publicação como pano de fundo para a história do personagem deixam as coisas ainda mais coloridas, e familiares, apesar de ser um terreno novo.
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Doutor Hurt, Le Bossu e o resto do Clube dos Vilões podem não entrar no primeiro time da galeria de vilões de Gotham, mas certamente não fazem feio e provam que mesmo um homem no ápice do seu desenvolvimento físico e mental, ainda é apenas um homem.

Infelizmente, não sou tão admirador assim de Tony Daniel, que assina o arco principal “Descanse em Paz”, mas admito sua tremenda evolução no lápis, desde seus tempos de Image, e sei que ele agrada um grande público de leitores.
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Lee Garnett, que completa o encadernado no lápis de duas histórias que conectam o fim de “Descanse em Paz” com a Crise Final (também de Grant Morrison) também pertence à mesma escola, o que deixa a arte homogênea, dinâmica e sombria ao mesmo tempo, no clima alucinante da história.
Mas em matéria de arte, as capas das edições americanas assinadas por ninguém menos que Alex Ross roubam toda a cena. Ross, inclusive, cala parte de seus críticos, que dizem que seus desenhos são estáticos, em movimento, por serem foto-realistas.
Em relação à edição, mais um trabalho de sensacional qualidade da Panini, publicando TUDO da fase Morrison em encadernado que este redator vai correr atrás. Falar mais que isso atrapalha a leitura de uma ótima história de mistério. Comece de “Batman e Filho”, se aprofunde mais na tapeçaria do escocês maluco e aproveite para matar a saudade do Cruzado da Capa.
Afinal de contas, o título da história, não esta aí por acaso.
É a última aventura de Batman.
Fonte: Quadrim

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2 Comentários

  1. estilo de vida "Fora dos Padrões?!" o que o Careca Morrison faz que é tão "Horripilante" que não se encaixa no Padrão de um "tipico Roteirista" de sucesso?! talvez só o(a) Questão ou o Batman possam "investigar" essa pergunta!! eu tenho que ler esse Batman RIP antes que Ressucitem e matem o Morcegão de novo (já devem ter feito isso...).Marcos Punch.

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    1. Para mim, é inegável que os trabalhos do Morrison fogem dos padrões mesmo. Desde a fase do Homem-Animal que eu lia no final dos anos 80, já tinham coisas que dava para se perceber que eram "diferentes' dos padrões, mas era legal mesmo assim. Isso não é ruim, mas é preciso ler com atenção.
      Matar o Batman?! Isso já está se tornando notícia corrente...rs.

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