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Resenha Marvel: Quarteto Fantástico 1234


Escrever uma história do Quarteto é como abrir uma caixa de possibilidades e tirar de lá qualquer coisa. Qualquer coisa MESMO. Você pode trazer histórias comuns heróis x vilões, pode trazer uma ficção científica de alto nível, uma história magia x ciência e até mesmo um drama familiar.

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Mas abordar bem cada um desses temas, ou todos eles de uma só vez, não é uma tarefa fácil. Felizmente é exatamente na mistura desses tipos de elementos dos quadrinhos na qual Grant Morrison mais se sente à vontade.

A linha Marvel Knights foi lançada em 1996 sob a editoria de Joe Quesada. Os títulos da linha fizeram tanto sucesso que o próprio Quesada tornou-se o Editor-Chefe da Marvel, cargo que ocupa até hoje.

Marvel Knights tinha a proposta de desamarrar um pouco a cronologia de alguns personagens dando maior liberdade aos autores e de dar um pouco mais de destaque para aqueles personagens que não se encontram entre os “medalhões” da companhia. Muitas vezes com histórias mais centradas no lado humano dos mesmos.

Quarteto 1234 é parte dessa linha, e foi lançada originalmente em 2001 a idéia era que Grant Morrison e o artista Jae Lee (da magnifíca mini Inumanos) pudessem contar uma história do quarteto sem se preocupar com a cronologia na qual o grupo estivesse incluído na época.

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E Morrison vai fundo. E quando digo fundo é bem na base do grupo mesmo. De forma extremamente criativa (aquele tipo de criatividade que passa a ser óbvia depois de apresentada), ele expõe cada um dos membros do grupo. Toda sua personalidade, fraquezas e qualidades. Algumas de forma mais clara, outras menos óbvias, mas estão todas lá.

A possibilidade de ter 4 edições pra falar de um quarteto não iria passar batida por Morrison e ele usa cada uma delas para aprofundar-se um pouco mais em um dos membros especificamente. Ele teve bastante sucesso nas edições que tratam do Coisa, Mulher Invisível e na conclusão com o Sr. Fantástico, mas achei que faltou um pouquinho mais da personalidade de John Storm na do Tocha Humana.

Entre os outros participantes da história dois não poderiam faltar: Dr. Destino – O inimigo, por excelência, da equipe e o maestro por trás da cadeia de eventos da história; o outro, tão presente quanto Destino nas histórias do Quarteto, só poderia ser o Princípe Namor. Muito por sua dualidade de aliado/inimigo da equipe como por ser o maior rival de Reed Richards pelo coração de Sue Storm. Interessante ressaltar que na edição dedicada a ela, Sue expõe razões bastante plausíves para sua atração por Namor.

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Outro convidado especial da série é o Toupeira, que provavelmente só está ali pra prestar uma homenagem por ter sido o primeiro vilão do grupo, porque sua participação pouco acrescenta à história em si.

O final é bem característico das histórias do quarteto, mas sem ser previsível. É um final clássico de história do grupo, e os fãs da equipe vão entender o que eu quero dizer sem nem mesmo ler. Coisa que eu recomendo fortemente que o façam, especialmente se é do tipo que gosta de histórias abordando o lado mais humano dos heróis. Que é explorado com maestria por Morrison, que desconstrói e reconstrói o grupo em 4 edições. (Sei lá se ele descansou após o quarto mês).

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A edição da Panini também merece vários elogios. O primeiro de todos é por trazer em forma encadernada esse material publicado originalmente na extinta Paladinos Marvel. É uma história que funciona muito melhor quando lida de uma só vez (se bem que sou suspeito pra falar isso já que acho isso de QUALQUER outra história).

O ponto negativo da edição seria a inclusão desnecessária da história O mundo de Nick… Que é bem fraca (mais uma da mesmice “Nick Fury – O CARA”) que parece estar lá apenas por ser também de Grant Morrison, também do selo Marvel Knights e pra preencher uma certa “cota” de páginas (se é que isso existe).

Importante, porém dizer que em nada atrapalha a história principal que é edição obrigatória pra qualquer fã do Quarteto.

Por Leandro Laurentino

Fonte: Quadrim

Ponto de Vista do Planeta:
Li a série na extinta revista Paladinos Marvel e confesso que, a primeira edição não me surpreendeu muito. Porém, ao continuar a leitura (tive a oportunidade de ler as quatro histórias de uma só vez) pude nitidamente perceber a profundidade e sensibilidade de Morrison ao condensar e expor toda a essência do que o Quarteto Fantástico representa no Universo Marvel. Considero a história definitiva do grupo.


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