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Planeta Resenha Marvel: WOLVERINE - ARMA X

Wolverine sempre foi um dos personagens mais queridos da Marvel. Desde sua primeira aparição na revista Incredible Hulk #180, em outubro de 1974, os fãs se perguntavam quem ou o que era aquele personagem apresentado apenas como um agente super-humano do governo canadense. Ainda mais porque, em sua estreia, suas garras não eram mostradas como retráteis, apesar de esta sempre ter sido a ideia original dos criadores do baixinho, Len Wein e John Romita. E nas aparições seguintes, quase nada sobre a sua história foi revelado. Aliás, o próprio Logan sabia muito pouco sobre o seu passado.


Terminada a década de 1970 e passada a década de 1980, quando explodiu a popularidade do carcaju, já era a hora de alguém contar pelo menos uma parte da história do canadense cabreiro. A tarefa foi incumbida a Barry Windsor-Smith, artista plástico, desenhista e roteirista nascido em 1949 na cidade de Londres, Inglaterra. A escolha não poderia ter sido melhor. Por quê?

Bem... Windsor-Smith era do tipo “fora da caixa”. Seus enquadramentos eram diferentes, assim como as cores que utilizava, o formato dos requadros (ou quadrinhos), a disposição “bagunçada” dos textos, as onomatopeias... Sua narrativa continha uma criatividade que fugia dos padrões dos quadrinhos de super-heróis de então. Portanto, nada mais adequado para um personagem que também se diferenciava dos restantes. Depois veio a Image Comics, aí a coisa toda desandou e surgiram centenas de cópias do Wolverine, mesmo que a semelhança ficasse só na personalidade. Virou moda criar personagem furioso e selvagem ou anti-herói. Mas isso é outra conversa.

Windsor-Smith fez a história sozinho. Escreveu, desenhou, arte-finalizou e coloriu. E o fez com maestria. O resultado final, além de belo aos olhos, é também uma das mais envolventes e significativas histórias de toda a carreira do nanico. Arma X conta a história de como Logan – que ainda não era o Wolverine, mas apenas um bêbado briguento – foi sedado, capturado e levado para um laboratório militar secreto, a sede do Projeto X, um programa secreto com o objetivo de criar um superassassino. É lá onde ele recebe a cobertura de adamantium em seu esqueleto e as famosas garras que dão charme ao personagem (esqueça a minissérie Origem, esta foi uma tentativa de arrumar a bagunça feita por outros roteiristas, que criaram histórias conflitantes com Arma X, embora fique implícito que o personagem já tinha as garras antes do implante de adamantium). A história se passa na década de 1960, quando a histeria antimutante ainda não havia acontecido e nem sequer sabiam que Logan era um mutante.

Além do adamantium, outra intenção era implantar memórias e controlar Logan mentalmente para que ele pudesse ser usado como uma arma letal. Mas o fator de cura do mutante não colaborou e o plano de dominação desceu pelo ralo. Só que alguns implantes de memória deram certo, tanto que diversos roteiristas usaram isso como “desculpa” para criar suas histórias após a publicação de Arma X (em quatorze partes, incluindo prólogo e epílogo), o que resultou em muita porcaria e bagunça para a cronologia do canadense.

Fato é que Windsor-Smith pôs alguns pingos nos is e foi o responsável por uma das melhores histórias de um dos personagens mais queridos pelos leitores.

Quanta responsa, não?!

Wolverine - Arma X (Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel Vol. 12) - 144 páginas - formato 17 x 26 cm - R$ 29,90 - lançado em maio de 2014 – Editora Salvat do Brasil (coleção prevista para ter 60 volumes).

Por Leonardo Porto Passos

Fonte: HQ Maniacs

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