Esta é a tradução de um artigo escrito por Jim Kingman que
saiu na revista estadunidense Back Issue #27 em abril de 2008. Foi publicado na
coluna “Beyond Capes!”, que
significa “Além das Capas!”, se referindo às capas usadas pelos super-heróis, é
uma coluna que fala de histórias em quadrinhos que não sejam de super-heróis.
Forças
da Noite, Que Terrores Eles Enfrentaram: A Night Force de Marv Wolfman e Gene
Colan
“Na
escuridão sombria de uma casa que não deveria existir vive um enigma. Ela está
desconfortável existindo no tempo, pertencendo talvez a nenhum tempo, ainda
assim existindo em todos. Porque ele está aqui ele não pode contar, mas aqui
ele está, não obstante. Existindo como alguma sombra congelada num momento de
luz. Ele chama a si mesmo de Barão Winters. Mas se esse é seu nome verdadeiro,
nem mesmo ele se lembra.” – Marv Wolfman, Night Force #9 (abril de 1983).
Permitam-me
reintroduzir… Barão Winters. O Barão é um mentiroso, trapaceiro e criador de
histórias para servir aos seus propósitos e manipular seus recrutados. Como a
estação desgraçada que seu nome simboliza (Winters significa “invernos”), o
Barão Winters é frio, distante, isolado, e frequentemente insuportável. Ele já
foi chamado de charlatão, impostor, placebo, e de fraude.
Ainda assim
em ocasiões frequentes ele utilizou seus poderes sutis e misteriosos para
salvar a humanidade de forças que ela não consegue compreender ou vencer.
Mas tão confinado e anti-sociável quanto Barão Winters é, ele não pode
salvar a humanidade sozinho. Ele requer sua própria força para ajudá-lo, às
vezes com grande custo para aqueles recrutas frequentemente involuntários.
Enquanto é
um Barão por definição – ele é o senhor de seu reino, a Mansão Wintersgate, e
com frequência é obrigado a prestar contas a uma autoridade superior – há uma
limitação severa a sua nobreza: ele não pode deixar sua casa no tempo presente
(entretanto ele, e outros, podem passar por portais dentro de sua casa para
períodos temporais diferentes no passado). Quais são as consequências se ele
deixar sua casa no presente nunca foram deixadas claras. Presume-se que ele
ficará cada vez mais debilitado e morrerá, como se centenas de anos, congelados
no tempo dentro do seu lar, o alcançarão fisicamente quando ele não mais
estiver limitado ao confinamento da mansão que energiza sua suposta
imortalidade.
Mas nem tudo
envolvendo o Barão Winters é um mistério. Algumas coisas são certas.
“Uma
Revista de Mistério e Terror de um Tipo Diferente”
No início
dos anos 80, o estado da próspera linha de mistérios da DC estava simples e
triste: o gênero estava enfraquecendo depressa. Cessaram a publicação dos Unexpected, Ghosts e Secrets of Haunted House (fala de títulos do sobrenatural da
DC) por volta de um período de seis meses de 1981 até 1982. House of Mistery e
Weird War Tales foram ambas canceladas em 1983. No meio do seu declínio, “Night Force”, se promovia como uma
revista de mistério e terror de um tipo diferente, estreou num preview especial
inserido na revista Novos Titãs #21 (abril de 1982).
Originalmente intitulado The Challengers (Os Desafiadores) e depois de Dark
Force, ficou estabelecido o nome de Night Force para que não tivesse conflito
com o projeto do escritor Harlan Ellison envolvendo o nome “Dark Forces”.
Na coluna de
cartas das revistas dos Titãs, o roteirista Marv Wolfman descreveu Night force como
“verdadeiras Graphic Novels de incrível poder e densidade”.Wolfman
e o artista de Night Force Gene Colan já previamente adquiriram tremendo prestígio
durante os anos 70 pelo seu trabalho na revista Tomb of Dracula (Tumba do
Dracula) da Marvel Comics, e a DC tinha esperança que eles fariam essa mágica
mais uma vez numa série devotada ao mistério e ao macabro.
“Night Force
foi minha ideia”, explica Marv Wolfman, “como eu estava procurando por outra
revista para fazer e senti que eu gostaria de criar meu próprio título de
terror e ultrapassar um pouco mais os limites que eu tinha com Tomb of Dracula.
Eu realmente quis tentar algo diferente e achei que eu tinha solucionado o
problema de fazer uma antologia por fazer isso com personagens contínuos. A ideia
era escrever para um público mais velho, com histórias mais sombrias e
realistas do que tinha sido feito até aquele ponto”.
“Marv queria
que eu me juntasse a ele desde que ele foi pra DC”, constata Gene Colan. “Foi
Marv que me trouxe da Marvel. Foi o primeiro projeto pelo qual nós batalhamos.
Eu estava confiante que ficaria bom.”
“Eu tentei
dar um aspecto visual sobrenatural aos quadrinhos”, adiciona Colan. “Eu me
lembro de tentar distorcer as salas. O que fosse que eu pudesse fazer. Minha
preocupação desde o começo era o quão depressa eu conseguiria fazer com que
público se tornasse familiar com os personagens principais. Haviam tantos.”
“A
Convocação”
O primeiro arco de histórias, “The Summoning” (A Convocação), correu por sete edições (Night Force #1 a
7, agosto de 1982 a fevereiro de 1983), com um epílogo na edição #8. A longa
história saciou o desejo de Wolfman de utilizar uma maneira de Graphic Novel
que permitisse aos personagens principais e de apoio se desenvolverem
gradualmente; para mudar, maturar, ou regressar; e não necessariamente
sobreviver. Para nomear Vanessa Von Helsing – a jovem tocada por um mal que
forças políticas e individuais batalhavam para erguer, apoiar e controlar – como
a personagem principal simplesmente simplifica o andamento da história. Existem
quatro personalidades fortes envolvidas: Vanessa; Jack Gold, um repórter
alcoólatra e com a carreira em decadência; Donovan Caine, parapsicólogo; e o
Barão Winters. Todos eles mantêm uma posição igual enquanto um caos maligno
ameaça subjugar e destruir a todos eles.
Vanessa Van Helsing |
Jack Gold |
Donovan Caine |
Ainda assim, Vanessa é o ponto central que
conduz “The Summoning”, pois ela, de acordo com Winters, é a bisneta de Abraham
Van Helsing, o caçador de Dracula, e foi a relação com o psíquico com ele que
foi passado por hereditariedade para ela. Essa relação se manifestou
consideravelmente. Ela se tornou o conduto, canalizadora, e hospedeira para o
que é conhecido como a “energia” do mal, e várias pessoas querem extrair isso,
através do que só pode ser chamado de ritual satânico, e usá-la para os seus
próprios propósitos. Caine quer destruir a energia; os Estados Unidos querem
possuí-la; e a União Soviética, mais determinada do que todos, querem apoiar e
controlá-la como uma arma de destruição em massa.
Eles quase foram bem sucedidos. Vanessa é
raptada por dois russos posando com agentes da CIA durante um ritual satânico
mortal realizado por Caine e seus estudantes na Universidade de Georgetown, Ela
é levada para Londres, na Inglaterra, onde ela é testada em outro “batismo
demoníaco” para ver se ela é realmente um conduto da energia maligna. Bem, é
claro que ela é, e um pedaço da embaixada soviética na Inglaterra é destruído
no processo. Vanessa é então levada para o Complexo #5 da Cidade Científica, no
interior da Sibéria, onde os soviéticos realizem seus experimentos mais
perigosos e secretos. Mais uma vez Vanessa é atormentada num ritual satânico,
só que este é o mais brutal de todos e a energia maligna é liberada e tenta a
todo custo destruir a tudo e todos. Utilizando seus recursos vastos, Winters
coloca Gold e Caine no rastro de Vanessa, e eles chegam até o complexo da
Cidade Científica somente para serem capturados. Porém os soviéticos libertam
os dois na esperança de que eles consigam subjugar Vanessa. Gold é capaz de
fazer isso por convencer Vanessa de que ele a ama de verdade, e com isso o mal
– que numa reviravolta irônica deseja proteger Vanessa daqueles que querem
atormentá-la – sucumbe e desaparece, deixando Vanessa curada. Mas nem tanto. O
mal ainda está dentro dela. Gold compreende isso, e ele sabe que ele mentiu
para Vanessa sobre seu amor por ela. Agora ele tem que tomar conta dela e
mantê-la feliz para manter o mal suprimido.
É Donovan Caine quem mais sofreu. Ele
perdeu sua esposa, um braço e uma perna. Este não é um final feliz afinal para
o homem que queria capturar a essência maligna e eliminá-la, mas ele aceita a
responsabilidade pelo que ele fez e jura se concentrar na criação do seu filho.
Jack e Vanessa planejam se casar. Jack se sente culpado no início por mentir
pra Vanessa, todavia com o tempo ele passa a amá-la. Vanessa, após anos de
tortura e tormento, ela agora é feliz, quase frenética. Ela é agora livre do
Hospital Psiquiátrico do Potomac onde ela ficou presa por anos, e vivendo com
um homem que ela acredita que a ama. Enquanto isso, após uma série quase casual
de eventos pra lembrar que o Barão é tecnicamente o astro da revista, Winters
utiliza todo truque que conhece para impedir que o Detetive Eliot Stone o leve
de seu lar e o prenda pelo sequestro e desaparecimento de Vanessa. Uma vez que
Vanessa e Jack retornam a Mansão Wintersgate no fim de sua provação, o Barão é
inocentado e ele pode começar a trabalhar no seu próximo “caso”.
“A Fera”
O segundo e menor arco de histórias, “The Beast” (A Fera), que se passa durante a metade de Night force #8 e
nas edições #9 e 10, é mais intrigante por causa de até onde Wolfman para
tornar a história tudo que “The Summoning” não foi. O “mal” é extraterrestre, o
protagonista é um assassino de sangue frio certo de que ele mesmo foi morto, e
o cenário, pela maior parte, é um prédio residencial caindo aos pedaços na
cidade de Nova York; não haverá intrigas políticas e vôos para locais
estrangeiros nesta narrativa. O alienígena simplesmente aparece no edifício e
conduz seu experimento, testar a resistência e resiliência dos moradores do tal
prédio. O alienígena provém tudo a eles, incluindo alimento, mas não permite
que eles partam. Os moradores basicamente desistem e vivem sob o sempre
vigilante olhar do extraterrestre, que em torno de um ano depois passa a
detestá-los. Paul Brooks, um bandido homicida, é transportado de Georgetown
para Nova York por Winters para confrontar e destruir a fera. Brooks fica mais enojado
com a falta de habilidade da maioria dos moradores de confrontar o alienígena.
Enquanto Brooks sacrifica a si mesmo no final e a fera é de fato destruída, os
moradores se tornaram indecisos e fracos e escolhem não sair do prédio, mesmo
que o extraterrestre finalmente deixe a porta da frente aberta para eles.
“Mark of the Beast” (Marca da Besta), em
Night Force #11 a 14 (junho a setembro de 1983), é uma bagunça hábil e
fascinante. Ela começa numa casa num penhasco no estado do Maine em 1934, onde
seis homens de negócios estadunidenses estão comemorando seu financiamento bem
sucedido da ascensão de Adolph Hitler. De repente, eles são assassinados. A
cena muda para Berlin, Alemanha, onde Hitler está tendo um pesadelo com homens
que ele matou. Daí nós vamos pra 1983, onde os fantasmas de 1934 retornam para
atormentar os novos moradores da casa, Thomas e Harriet Carter. Quando Thomas é
marcado com o número “666” na sua testa, o casal vai até o Barão Winters para
pedir ajuda. O Barão decide viajar até o passado antes que os homens de
negócios sejam assassinados, e ele recruta Vanessa Van Helsing para se juntar a
ele. Eles chegam em 1933 através de um dos portais na Mansão Wintersgate.
Winters atiça um dos homens de negócios estadunidenses, dando-lhe ideias que
Hitler poderia pôr em prática para alcançar suas metas de conquista
(especificamente, a invasão da Polônia, o bombardeio da Inglaterra, e a invasão
da França; em outras palavras, o Barão está no passado inspirando a segunda
guerra mundial três anos antes mesmo que ela começasse). O desconfiado homem de
negócios contata seus aliados e todos eles concordam em encontrar com o Barão
num parque de diversões.
No parque de diversões, o Barão Winters e
Vanessa Van Helsing chegam no encontro arranjado. Surge o místico e poderoso
Alphus Omega, e em seguida os homens de negócios estadunidenses se fundem para
formar um monstrode sete cabeças, a qual o Barão acha familiar. O Barão e
Vanessa escapam dali para o presente, e a fera se arrasta embora para… O que?
Volta ao seu disfarce como os homens de negócios? Em 1983, Winters manda
Vanessa e Jack Goldà mansão no Maine para lidar com os fantasmas. O Barão
descobre que esse monstro é a besta descrita em “Revelações”. Gold e Vanessa
são atacados pelos fantasmas dos homens de negócios, que se lembram de Vanessa,
e foram todos assassinados apesar da intervenção dela (contos de viagem no
tempo podem ser realmente inebriantes; você simplesmente não consegue escapar
dos paradoxos). O Barão chama sua ex-esposa, Katina, para ajudá-lo, e ela
aceita, junto com o filho deles. O Winters suplica desesperadamente e
incaracteristicamente pela ajuda dela para salvar Vanessa. Continua na próxima
edição!
Katina |
Gowon |
Paul Brooks |
“A Origem do Barão”
Na capa de Night Force #13 (agosto de 1983)
uma legenda proclama, “A
Origem do Barão”, e é revelado por
Winters que ele é o pai de Vanessa. Mas isso pode ser uma mentira da parte dele
para ganhar simpatia com Katina (e deve ser uma mentira, porque se ele está
falando a verdade, então Vanessa adquiriu a relação com o psíquico de Winters e
não de Abraham Van Helsing). Katina livra a mansão de seus fantasmas e salva
Vanessa e Gold, mas a Besta se infiltra na Mansão Wintersgate e assassina Tom
Carter. O Barão é derrotado. Ele quer abandonar seu dever. Katina transporta
fisicamente e inexplicavelmente os dois para um templo na América Central onde
eles estudaram juntos e se apaixonaram. O Barão tenta escapar, mas ele é levado
de volta ao Fosso da Memória onde nós descobrimos que seu amor era proibido, e
suas vidas no presente são ameaçadas por um fantasma bem tangível do passado
deles. Mas eles escapam em tempo para voltar a lidar com a Besta, os fantasmas,
e Alphus Omega (esta foi uma história tecida muito habilmente, contudo ela
estava por toda a parte).
O Barão e seu filho viajam de volta no
tempo antes que Winters e Vanessa saírem, e enquanto eles são capazes de
derrotar um servo de Satã no passado, eles não são capazes de alcançar o Alphus
Omega. Isso requer que eles retornem ao presente e se juntem a Katina para
conseguir destruir Omega. E eles o fazem. Todavia o passado não estava
realmente modificado e o presente não pareceu seguir por outro caminho. O Barão
obteve alguma companhia, como sua esposa, seu filho, e uma mulher de 1930
deslocada no tempo vão para a Mansão Wintersgate.
O cancelamento da revista no #14 foi infeliz, pois foi claro que com um
ano nessa série Wolfman e Colan conseguiram alcançar seu passo criativo.
“O
problema”, conta Wolfman, “foi que a DC queria que Night Force fosse uma das
primeiras revistas a ser vendida por encomenda (através de compra pela
internet, encomenda por catálogo, assinatura, etc), enquanto eu acreditava que
ela deveria ser só pra vendas em bancas. Eu sentia que as comicshops eram um
meio primariamente só para os fãs de super-heróis enquanto Night Force seria
mais para o leitor mainstream casual, que não teria comprado revistas de outra
forma. Nós conseguimos a relação de vendas nos comicshops antes e a revista foi
cancelada baseada nisso, mas quando as vendas finalmente aconteceram, nós vendemos
muito bem. Se isso fosse mais tarde quando a DC aprendeu a avaliar as vendas
das bancas contra as vendas por encomenda ela teria provavelmente sobrevivido.”
No fim da
coluna de cartas da última edição, Wolfman assegurou aos fãs leais de Night
Force que a série retornaria em breve como uma minissérie anual, porém isso
nunca aconteceu. Como um fã do run original, eu frequentemente imaginava o que
Wolfman tinha planejado para Night Force naquele tempo.
“Eu sei que
eu quis fazer até mais material baseado em fatos nele”, Wolfman disse. “O
primeiro enredo foi baseado em vários experimentos da Cidade Científica russa e
o terceiro, se não tivesse acabado cedo, teria lidado fortemente com o fascínio
de Hitler pelo sobrenatural. Eu quis seguir mais naquela direção onde eu usaria
material ‘documentado’ para tecer minha história de ficção”.
Quanto à
verdadeira origem do Barão Winters, Wolfman continua, “eu estava planejando
fazer algo de origem em algum ponto, porém eu senti que você nunca saberia se
qualquer coisa que Winters dissesse era verdade ou não. De novo, esta era uma
tentativa para tentar m tipo diferente de personagem. Infelizmente, como a
pegada mais sombria da história, eles não estavam em voga quando eu fiz Night
Force. Uma dúzia de anos mais tarde, é claro, a Vertigo se especializaria
nestes tipos de pessoas que definitivamente viviam na área cinzenta em vez de
no preto e branco das revistas em quadrinhos típicas.”
Como com
Tomb of Dracula, a arte de Gene Colan complementava os roteiros de Wolfman para
Night Force. Colan é sem via de dúvida o ilustrador ideal para adaptar filmes
noir para o formato de revistas em quadrinhos, e Night Force transpira um
estilo de filme noir. A força de Colan está em levar o humor e a atmosfera,
contudo também existem detalhes poderosos nos rostos de seus personagens. Todos
eles possuem uma aparência distinta, desde o Barão até os personagens de apoio.
Os homens de Colan são grandes, corpulentos, vestidos pesadamente, e envergam o
peso de seus tormentos pessoais sobre os ombros. Vanessa Van Helsing leva seu
tempo para brilhar; afinal, ela está de camisa de força, torturada, e
atormentada durante boa porção do “The Summoning”. Colan a mantém confinada com
olhos vulneráveis que brilham com inteligência descontente. No arco final de
histórias, Colan a transforma numa dama pródiga dos anos 30 e lhe é permitido
aproveitar as redondezas, mas só até a vaca ir para o brejo.
“O ponto
alto definitivamente foi conseguir a chance de trabalhar com Marv outra vez”,
diz Colan. “Ele era um de meus escritores favoritos para trabalhar. Nós
entendíamos, respeitávamos, e complementávamos um ao outro.”
Apesar do
cancelamento da revista, o Barão Winters retornou para ser o anfitrião de uma
das mais notórias sessões espíritas da história das revistas em quadrinhos em Monstro
do Pântano #50 (julho de 1986), o capítulo final de “American Gothic” do roteirista Alan Moore.
Night Force retornou 13 anos depois como
parte do linha de “Esquisitoverso” da DC, que incluía, Scare Tactics, The Book
of Fate, e Challengers of the Unknown. Wolfman retornou, assim como Gold,
Donovan Cain (sem o “e” no final de seu sobrenome), Vanessa, Merlin, e Richard
Nixon (brevemente), todos ajudados e aperfeiçoados por muitos artistas bons,
mas um ingrediente chave que faltava era Gene Colan. Wolfman não trouxe
qualquer idéia para história da série original. A série nunca encontrou seu
público e cessou sua publicação na edição #12 (novembro de 1997). Winters
continua a aparecer pelo Universo DC, notavelmente em Zatanna #1 de Sete Soldados da Vitótia, em 2005, como sempre confinado no presente dentro de sua
mansão em Georgetown.
Enquanto a série original não se tornou
popular o suficiente para garantir um run longo similar a Tomb of Dracula,
Night Force foi bem sucedida criativamente porque Wolfman e Colan fizeram o
terror muito bem. Dr. Rabin e Detetive Short, dois personagens de apoio durante
“The Summoning”, certamente tinham suas dúvidas do ocultismo envolvido, mas
eles nunca debocharam do Barão Winters. Ambos o viram como uma ameaça genuína,
assim como Gold, mas como um participante chave, Gold chegou; na verdade, ele
ficou confortável. Enquanto os terrores nunca estavam em questão, os mistérios
e motivações do Barão Winters, permaneceram assunto de debate através da série.
Eles ainda são. Talvez nós nunca conheçamos seus segredos. Todavia como os
invernos desérticos que ele simbolizava, não era sobre a verdade, era sobre sobreviver
a tempos horríveis, mesmo que nós tremamos enquanto ele passava.
Esta matéria é de 2008, antes do reboot. Nos Novos
52 a DC relançou
Night Force como uma minissérie, como foi comum nos Novos 52 o Barão Winters
possuía outro semblante, contudo ainda tinha sua mascote Merlin e sua mansão
mágica. Mas isso fica pra uma outra vez.
E aí? Qual a
sua opinião sobre essa série antiga e obscura da DC Comics?
Por Pablo Sarmento
Fonte: Terra Zero
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