Logo criado por Jorge Luís

Planeta Resenha DC: The Flash #35

Há seis meses atrás a dupla Van Jensen e Robert Venditti iniciaram sua fase no título do velocista escarlate com uma proposta muito interessante: A força de aceleração está com defeito e toda vez que o Flash acessa seus poderes ele perde alguns segundos de sua vida. Com o passar dos anos, esses segundos se tornam minutos e o homem mais rápido do universo DC acaba se vendo impotente diante de algumas tragédias que acabam ocorrendo. É o conceito de que finalmente o Flash chega atrasado para salvar o dia.

Flash_35

Essa série de acontecimentos somada a edição extra de Flash que faz tien-in com o evento Futures End nos preparam para o primeiro confronto entre duas versões do corredor nos Novos 52: Flash contra Flash Futuro! Isso tudo com a ilustre participação do jovem Wally West. Nesta edição somos apresentados à fonte de todos os problemas na força de aceleração e aos planos finais do Flash Futuro para resolver o problema. Os autores nos apresentam uma versão sombria e pragmática do herói que está disposto a qualquer coisa para consertar a anomalia. Para esta versão do Flash não há argumentação nem tentativa de se resolver as coisas na conversa e isso gera todo o conflito nesta edição. Logicamente o roteiro falha em explicar a presença de Wally West no meio do conflito e extrapola um pouco na forma de definir o destino do jovem. Falta muito impacto no clímax desta edição, apesar das consequências do conflito serem bastante interessantes para as próximas aventuras do personagem.

Os desenhos de Brett Booth não evoluíram nem um pouco desde que o artista assumiu o título na edição 30. Ainda temos muitos problemas de caracterização de personagens “humanos”. Todo o elenco “normal” aqui tem uma representação genérica. Como esta edição tem muito mais Flash do que as anteriores o artista até que consegue se safar de uma apresentação mais embaraçosa. Ao desenhar os Flash, Booth faz um trabalho regular e até aceitável. No entanto, sua tentativa de enquadramento “cinético” decepciona quase que todas as vezes e a anatomia do personagem em movimento (que é o mais importante no título do Flash) geralmente é mal representada e por vezes até torta. As cenas de luta aqui tem bons momentos, mas poderiam ser muito melhores nas mãos de um artista mais caprichoso.

Flash #35 é o confronto final entre 3 Flashes (é isso mesmo). O final de uma premissa interessante e que explora aspectos ainda não vistos da natureza da força da aceleração nos Novos 52. A origem de Wally West como Flash na edição tie-in com Futures End foi uma sacada interessante dos roteiristas, no entanto o destino do personagem aqui, poucos meses depois, é decepcionante e abre margem para muita lamentação e mimimis futuros (totalmente fundamentados). A salvação da lavoura é que o roteiro nos deixa em um ponto de ruptura na vida de Barry Allen e do Flash Futuro. Uma situação atípica nesse título começa a se desenhar e isso torna as próximas edições muito intrigantes. A arte de Brett Booth aqui não chega a ser desastrosa, ele sabe desenhar um Flash bacana, no entanto existem falhas graves nas cenas de ação e a caracterização do elenco continua muito fraca. Flash não é o mesmo título desde a saída da dupla Buccellato e Manapul. A qualidade no título caiu sim e não houve uma recuperação. No entanto, para os fãs do personagem este run está longe de ser um desastre completo. Temos uma leitura mensal divertida e que promete algumas boas surpresas daqui para frente.


Por Igor Tavares
Fonte: Proibido Ler

Postar um comentário

0 Comentários