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Planeta Megapost DC: Graphic Novels DC #11-20 (Editora Eaglemoss)

Leia a primeira parte com as edições #1-10 aqui.

Graphic Novels DC #11 – Batman - Morte em Família,  escrito por Jim Starlin e desenhos de Jim Aparo, lançado pela Editora Eaglemoss.



Trata-se na verdade de um arco em seis partes, pois as edições #426 e 427 possuem o dobro de páginas, o que na prática torna o arco em seis partes distribuídas em quatro revistas, lançadas em apenas dois meses. Um desfecho dramático e violento para a breve carreira de Jason Todd como Robin. Jim Starlin, em minha opinião, desenvolveu muito bem o aspecto humano, urbano e investigativo do Homem Morcego, e sua passagem já estava chegando ao fim.

A trama parece bom simples, mas é carregada de muita complexidade por conta das questões emocionais com que Jason tem de lidar, seja com a perda dos pais, a recém-descoberta verdade de que sua verdadeira mãe pode estar viva, os sentimentos de abandono que ele vinha trazendo desde que se tornou órfão e culminou com o fato de Bruce não querer que ele atue mais como seu parceiro de combate ao crime. Naturalmente a história tem algumas “saídas” fáceis demais ou até mesmo mal explicadas, típicas da época, mas a trama em si é muito boa. O desfecho sobre o destino de Jason foi decidido pelos próprios leitores. Vale a pena a leitura.

Coleção Graphic Novels DC #12 – Lex Luthor – Homem de Aço, que reúne a minissérie em cinco edições da revista Lex Luthor – Man of Steel, escrito por Brian Azzarello e desenhos de Lee Bermejo, lançado pela Editora Eaglemoss.


Faltam poucos dias para a inauguração da Torre da Ciência. Uma experiência em laboratório para a criação de uma poderosa arma de combate robótica. Uma improvável aliança com Bruce Wayne. Qual a relação de Lex Luthor com todas essas situações? Enquanto acompanhamos o dia-a-dia do mega empresário, todas essas pequenas peças de um quebra-cabeça maior se juntam pintando um quadro que retrata o verdadeiro Lex Luthor na visão de Brian Azzarello. O autor deixou bem claro quem é Lex Luthor não somente no clímax da trama, mas durante toda ela, mostrando toda a animosidade existente entre ele e o Superman.

É possível ver em uma mesma edição, um Lex filantropo, humanista, mas ao mesmo tempo um empresário inescrupuloso e calculista. Os desenhos de Lee Bermejo, principalmente ao retratar o Superman, expõe exatamente como Lex vê o Homem de Aço, um alienígena poderoso, mal, que se coloca acima da humanidade, a mesma posição que Luthor tanto almeja, daí seu desabafo nas cenas finais ficam bem claros. E para ajudar, é uma trama que não requer um ponto cronológico específico, tornando-se acessível a qualquer leitor. Como eu disse anteriormente, estamos diante da visão de Azzarello sobre Lex Luthor, o que não significa que seja a versão definitiva, mas com certeza, é uma visão mostrada de forma impecável. Em minha opinião, uma leitura obrigatória.

Coleção Graphic Novels DC #13 – Liga da Justiça – Terra 2, escrito por Grant Morrison e desenhos de Frank Quitely, lançado pela Editora Eaglemoss.


O Universo de Antimatéria é dominado pelo Sindicato do Crime, uma versão maligna da Liga da Justiça. Seu único opositor é Alexander Luthor que, ao descobrir a existência do Universo de Matéria, segue até lá para pedir ajuda à Liga. Sem hesitar, os bravos heróis atravessam as barreiras dimensionais a fim de instalar a verdade e a justiça em um mundo que não funciona assim. Quando tentam impor suas crenças distorcidas em nosso universo o Sindicato do Crime também chega à mesma conclusão. Além disso, os dois grupos percebem que mais alguém está por trás de todos esses eventos.

É interessante notar que essa aventura se passa tendo como protagonistas o Sindicato do Crime e Alexander Luthor, tanto é que, nossa Terra é denominada de Terra-2. Além disso, Grant Morrison desenvolve conceitos de multiverso, uma de suas grandes preferências, de modo simples e de fácil entendimento, procurando, ao invés, destacar o heroísmo e o status quo das coisas. É digno de nota a maneira como Batman e Coruja, os dois opostos, percebem isso durante a história. Uma bela homenagem a mais uma faceta do rico multiverso DC e à concepção da Liga da Justiça. Sem mencionar que os desenhos de Frank Quitely segue seu padrão de qualidade com muitos detalhes. Leitura imperdível.

Coleção Graphic Novels DC #14 – Superman e Batman – Supergirl, que reúne as edições #7-12 da revista Superman/Batman, escrito por Jeph Loeb e desenhos de Micheal Turner, lançado pela Editora Eaglemoss.


O asteroide de Krypton interceptado pelo Capitão Átomo espalhou vários pedaços sobre o mar. Batman está investigando alguns deles quando descobre uma nave alienígena. Ela transportava Kara Zor-El, prima de Kal-El, enviada antes da destruição de Krypton para cuidar de seu primo mais jovem. Porém, devido à alguns fatores, agora é o Superman quem tem de cuidar dela. E ele vai precisar da ajuda de seus melhores amigos – Batman e Mulher Maravilha – para ajudar Kara a se adaptar à sua nova vida e protege-la dos perigos de Darkseid.

Continuação direta do arco Inimigos Públicos, onde Jeph Loeb continua a concentrar seus esforços em desenvolver mais ainda a amizade entre os Melhores do Mundo, só que agora, com a adição de Kara, o que torna esta relação mais interessante. Os momentos de ação estão presentes sob a ameaça de Darkseid, e a narrativa mantém o padrão de alternar os pensamentos do Batman e do Superman quase sempre como um complemento ou contraste. Achei o primeiro arco melhor, mas de qualquer forma, esse arco também traz mudanças consideráveis ao universo DC introduzindo a Supergirl. Leitura recomendada, mas talvez não agrade alguns.

Coleção Graphic Novels DC #15-16 – Batman – O Nascimento do Demônio, lançado pela Editora Eaglemoss.


O Filho do Demônio (escrito por Mike W. Barr e desenhos de Jerry Bingham): Publicado em 1988, o Filho do Demônio mostra uma aliança forçada entre Batman e Ra’s Al Ghul, quando o terrorista Qayin decide roubar um satélite meteorológico e provocar uma guerra entre os EUA e a URSS. Qayin também é o responsável pelo assassinato da esposa de Al Ghul, além de estar atrás do Poço de Lázaro. Por isso, o “demônio” recorre as habilidades do Homem Morcego em busca de auxílio. Nesse meio tempo, um romance tórrido aflora entre Bruce e Tália, filha de Ra’s. Essa história foi publicada em forma de Graphic Novel com uma bela arte e colorização. Parte dela foi aproveitada na linha cronológica do Batman com o passar do tempo. Outro ponto interessante foi a maneira como o escritor Mike W. Barr traçou paralelos dos laços familiares que tanto Bruce quanto Tália perderam ao longo dos anos. Uma narrativa característica da época, com algumas soluções um tanto simplórias, mas no geral, uma boa história. Leitura recomendada.

A Noiva do Demônio (escrito por Mike W. Barr e desenhos de Tom Grindberg): Publicado em 1990, A Noiva do Demônio apresenta Evelyn Grayce, ex-atriz frustrada que passa a ser a nova companheira de Ra’s Al Ghul após ser mergulhada no Poço de Lázaro. Ra’s deseja um herdeiro, enquanto se prepara para colocar em prática seu mais novo plano – restaurar a camada de ozônio, porém, com terríveis consequências para a humanidade. Para isso, ele conta com a ajuda do Dr. Carmody, especialista na questão do aquecimento global, em troca de ressuscitar seu filho no Poço de Lázaro. Tália jura lealdade a seu pai, mas seu coração jamais deixou de pertencer ao Cavaleiro das Trevas. Novamente questões familiares como a relação pai-filho e legado são abordados por Mike W. Barr, além do clima de thriller de espionagem e suspense com muita ação. Os desenhos de Grindberg são bons e combinam para essa estrutura de Graphic Novel. Mais uma boa leitura. Recomendada.


O Nascimento do Demônio (escrito por Dennis O’Neil e desenhos de Norm Breyfogle): Publicado em 1992, O Nascimento do Demônio narra a história daquele que viria a se tornar Ra’s Al Ghul. Ele está morrendo e sua filha Tália vem procurando pelos Poços de Läzaro. Porém, o Cavaleiro das Trevas consegue antecipar seus movimentos e deter a Liga dos Assassinos antes de começarem a cavar, até que o próprio Batman acabou se contaminando com lixo tóxico. Agora os dois, à beira da morte, procuram pela cura. Nesse meio tempo, Batman se encontra com Tália e ela lhe revela toda a dram;atica e surpreendente história de seu pai. Aqui vale ressaltar que essa origem de Ra’s foi escrita pelo seu próprio criador Dennis O Neil. Além disso, é bem diferente das duas anteriores, seguindo uma linha cronológica diferente. Isso fica bem evidente, por exemplo, na morte da mãe de Tália, além de outros detalhes importantes. Independente disso, vale a pena conhecer a origem de Ra’s Al Ghul sob a visão de seu próprio criador e o combate final ilustrando bem a rivalidade entre o Homem-Morcego e o Cabeça do Demônio. Leitura recomendada.

Coleção Graphic Novels DC #17 – Mulher-Maravilha – O Círculo, escrito por Gail Simone e desenhos de Terry Dodson, lançado pela Editora Eaglemoss.


Diana Prince está trabalhando para o Departamento de Assuntos Meta-Humanos e descobre que uma organização nazista chamada Sociedade pretende atacar a ilha de Themyscira. A fúria e coragem da Rainha Hipólita não é o suficiente e ela é gravemente ferida. Somente os poderes da Mulher-Maravilha podem libertar a Ilha Paraíso. Mesmo assim, Diana ainda precisa lidar com as guarda pessoal de Hipólita – O Círculo – que jurou proteger sua rainha a qualquer custo.

Mais uma vez, o passado da Mulher-Maravilha é revisitado, e embora sua essência tenha se mantido, alguns detalhes que enriquecem a mitologia das Amazonas foram acrescentadas, especialmente o senso distorcido e extremista do Círculo com relação à sua rainha. A invasão e o confronto contra a Sociedade foi apenas um aperitivo para mostrar a Mulher-Maravilha em ação, mas as questões mais importantes como lealdade, dever e amor foram bem desenvolvidos. Leitura recomendada.

Coleção Graphic Novels DC #18 – Superman - Brainiac, escrito por Geoff Johns e desenhos de Gary Frank, lançado pela Editora Eaglemoss.


Brainiac está à procura de Kal-El e envia seus andróides a fim de procurar seu paradeiro. Curioso em saber porque está sendo procurado, Superman parte em busca de seu antigo inimigo e se depara com uma aterradora descoberta. Em sua nave, o coluano conquistador guarda tesouros a muito esquecidos. Até mesmo a Terra corre perigo de extinção e sem a ajuda de Supergirl, o Homem de Aço pode não ser capaz de acabar com essa ameaça cósmica.

Brainiac é um dos grandes adversários do Superman, não somente em força física, mas suas motivações frias e calculistas despertam o espírito abnegado e altruísta do kryptoniano. Desta vez, Geoff Johns resolveu colocar os dois frente à frente em um combate decisivo em que o Homem de Aço de modo algum sairá ileso. Os desenhos realistas de Gary Frank são garantia certa em retratar com qualidade os roteiros rápidos e sem rodeios de Johns. Leitura recomendada.

Coleção Graphic Novels DC #19 – LJA – O Prego, escrito e desenhado por Alan Davis, lançado pela Editora Eaglemoss.


Um pneu furado por um prego impediu Jonathan e Martha de encontrarem o bebê Kal-El enviado à Terra alguns anos atrás. Hoje, a Liga da Justiça, formada por Mulher-Maravilha, Aquaman, Flash, Lanterna Verde, Batman, Eléktron, Mulher-Gavião e Caçador de Marte, vive um período de insegurança, perigos insondáveis e movimentos anti-metahumanos. O Lanterna Verde desconfia de algo errado com sua bateria energética e descobre um campo de força em volta da Terra. Batman à mercê do Coringa no Asilo Arkham. Esse é o ponto de partida para uma série de ataques bem elaborados para desacreditar os heróis e prende-los um a um, não importa o preço.

O Prego faz parte do universo Elseworlds, uma série da DC Comics destinada a histórias fora da cronologia principal, uma espécie de “O que Aconteceria se”. Nesse caso, o que aconteceria se o mundo não tivesse um Superman para integrar a Liga da Justiça e proteger a humanidade contra ameaças extraterrestres. Além dos bons desenhos, Alan Davis desenvolve uma trama que prende até o fim, inserindo elementos do universo DC que os leitores e fãs certamente irão reconhecer e se identificar. Uma história que vale a pena conferir. Leitura altamente recomendada.

Coleção Graphic Novels DC #20 – Os Novos Titãs – O Contrato de Judas, que reúne as edições #39-44 de Tales of the Teen Titans e Tales of the Teen Titans Annual #3, escrito por Marv Wolfman e desenhos de George Pérez, lançado pela Editora Eaglemoss.


Enquanto os Novos Titãs precisam lidar com o retorno do Irmão Sangue, a jovem Dana Markov (Terra) continua a conquistar a confiança de seus jovens companheiros até descobrir todos os seus segredos, repassando-os a seu aliado, Slade Wilson, o Exterminador. Slade deve entregar o grupo todo à COLMEIA a fim de concluir o contrato que assumiu de seu filho Grant Wilson. Os Titãs terão de enfrentar um dos piores desafios de sua vida.

Marv Wolfman prova que tem controle absoluto no título, fazendo mudanças profundas como o afastamento de Kid Flash, a nova identidade heróica de Dick Grayson, se tornando o Asa Noturna e a origem do Exterminador. Em meio a tantas mudanças, ele introduz e desenvolve de maneira sagaz a jovem de dezesseis anos, Dana Markov, cujas únicas motivações são o puro ódio e insanidade. A narração final mostrando o ataque definitivo de Terra contra os Novos Titãs é de uma poesia aterradora. Contrato de Judas é um dos pontos altos de uma trajetória amadurecida com a evolução de seus próprios heróis, não só pela trama em si, mas por todos os acontecimentos e mudanças de status na revista. Leitura imperdível.


Por Roger