Novos 52: O Flash da Terra 2

Sejam bem-vindos à Força de Aceleração! Hoje voltamos ao universo dos Novos 52, mas dessa vez não para a Terra principal, e sim para a Terra 2! Finalmente comentaremos aqui sobre a reformulação do primeiro Flash, Jay Garrick, no universo dos Novos 52. Esta coluna tratará de toda a fase do roteirista James Robinson a frente da revista “Terra 2 Vol. 1”.

E antes que alguém pergunte, sim, houve uma mudança de planos na pauta da coluna. A continuação da fase de William Messner-Loebs com Wally West, que estava prometida para esta coluna, acabou sendo deslocada para a próxima por uma questão de comodidade do colunista. Os leitores que ouvem o ComicPod em breve saberão o porquê!

Roteiro: James Robinson
Desenhos: Nicola Scott, Eduardo Pansica, Yildiray Cinar, Tomás Giorello, Cafu, Julius Gopez
Arte-final: Trevor Scott, Sean Parsons, Tom Derenick, Ryan Winn, Ruy José, Cafu, Cam Smith, Rob Hunter
Cores: Alex Sinclair, Pete Pantazis, Tony Avina, Mike Atiyeh, Barbara Ciardo, Nathan Eyring, Lee Loughridge, Dave McCaig, Allen Passalaqua
Editores originais: Pat McCallum, Sean Mackiewicz, Kate Stewart, Mike Cotton, Joey Cavalieri, Wil Moss, Anthony Marques, Eddie Berganza
Publicação original: Earth 2 #1-16, #0, Annual #1 (maio de 2012 a outubro de 2013)
Publicação nacional: Universo DC #9-25 (fevereiro de 2013 a agosto de 2014) – Panini Comics

Antes de mais nada, essa coluna se propõe a analisar o Flash da Terra 2 e como ele é tratado pelo roteirista e pelos artistas. O objetivo não é entrar a fundo na história, por isso não se preocupem com o fato da edição #16 ainda não ter sido publicada pela Panini, pois não haverá spoilers dela.

A primeira edição de Terra 2 mostra a invasão de Apokolips ao planeta cinco anos atrás, comandada por Steppenwolf. Esta guerra causou grandes danos a Terra e só terminou com o sacrifício dos maiores heróis da época: Superman, Batman e Mulher Maravilha. Além disso, Supergirl e Caçadora desapareceram e também foram dadas como mortas. Terry Sloan, o Sr. 8, destruiu as 4 torres de controle dos Parademônios espalhadas pelo planeta, deixando gigantescas crateras fumegantes em seu lugar. E assim terminou a primeira “era das maravilhas”.

Cinco anos depois, um jovem Jay Garrick é visitado pelo moribundo deus romano Mercúrio. Antes de morrer, Mercúrio concede a ele o poder da supervelocidade. Junto com outros heróis que surgiram nessa época, como Moça-Gavião, Lanterna Verde, Átomo, Sandman, Sr. Destino e Capitão Gládio, ele inaugurou a “segunda era das maravilhas” na Terra 2.

Nesta nova versão, Jay Garrick é um jovem de 21 anos que acabou de terminar a faculdade. Em sua primeira aparição, Joan Williams está terminando seu namoro com ele e se mudando para a costa oeste dos EUA. Ele fez uma grande burrada e Joan parte desejando nunca mais vê-lo pelo resto de sua vida. De fato, essa é a primeira e única aparição de Joan na fase James Robinson. E também é uma das poucas vezes em que ele mostra a vida pessoal de Jay nessas 17 edições. Como são muitos personagens para serem trabalhados e a história precisa andar, infelizmente o roteirista não tem tempo para explorar a fundo todos os personagens. Isso não acontece apenas com o Flash, mas com todos os personagens da revista.

Desolado, sem perspectiva e sem propósito na vida, Jay vê o que parece ser uma estrela cadente a princípio, mas que na verdade era Mercúrio caindo do céu. Ele diz que estava preso por um grande mal, conseguiu se libertar a um grande custo, e que esse mal está vindo, e a Terra precisa de um herói. Assim, Jay Garrick recebe a velocidade de um deus, tornando-se o Flash.

O interessante dessa nova origem é que o Jay Garrick original havia recebido poderes de uma forma científica, mas seu uniforme homenageava o deus grego Mercúrio, apesar de não ter nenhuma relação com ele. Essa nova origem é totalmente mística, com influência direta do Mercúrio, o que justifica o seu uniforme. Se bem que o uniforme antigo parecia muito mais, com aquela panela na cabeça. Nesse novo ele ganhou um capacete que lembra o antigo, mas acaba de vez com o questionamento constante de como o outro não caía ao correr.

Ainda quanto ao uniforme, o redesenho foi bastante fiel ao antigo, atualizando-o mas mantendo os elementos originais, como as cores, o raio grande na camisa e o elmo, agora um capacete. Nos esboços do primeiro encadernado americano é possível ver uma alternativa de uniforme sem o raio grande que vem de baixo, com dois raios menores vindo de cima, cada um de um lado, parecendo o do Relâmpago, da Legião dos Super-Heróis. Por sorte desistiram desse uniforme em favor do raio tradicional. Outra característica legal desse novo uniforme é que ele é gerado totalmente pela Força de Aceleração (ainda que eles não chamem assim na revista).

Os primeiros heróis com quem o Flash interage são a Moça-Gavião, o Lanterna Verde (Alan Scott) e o Átomo, na luta contra Solomon Grundy, que constitui o primeiro arco da série. De todos esses, o Flash é o mais inexperiente, apesar de talvez ser o que tem mais disposição pra lutar. E as suas cenas de velocidade na batalha ficaram muito bem ilustradas pela Nicola Scott. Enquanto os outros estão se posicionando para o próximo movimento, o Flash está sempre se deslocando, nunca parado.

No segundo arco, o Flash é novamente um dos protagonistas, pois o Governo Mundial vai atrás dele, e ele acaba sendo salvo pelo Sr. Destino. Mas os dois caem nas mãos do mago Wotan, e precisam derrotá-lo para poderem voltar ao seu mundo. O mais interessante com relação ao Flash nesse arco é que aparece a mãe de Jay Garrick, personagem que não existia antes dos Novos 52. Aqui ela tem um papel bem grande, sendo contatada pelo Governo Mundial, que estava atrás de Jay, e servindo de refém para Wotan. No final, ela acaba ficando no apartamento de Allan Scott, já que sua casa foi destruída pelo Átomo. A criação dessa personagem faz bastante sentido, já que Jay aqui ainda é um garoto, e ajuda a construir o plano de fundo do personagem.

O terceiro arco é a guerra mundial contra Sttepenwolf. O Flash participa dela e tem algumas boas cenas de ação, mas não é muito desenvolvido, pois o foco está todo no andamento da guerra.

Enfim, o Flash da Terra 2 foi um relaunch muito bom, James Robinson fez um ótimo trabalho com o personagem. Sua personalidade está legal, seus poderes também e ele ganhou uma origem diferente, porém muito bem vinda. A revista, como um todo, também é altamente recomendada. Agora é esperar para ver como será a continuação deste trabalho pelo novo roteirista, Tom Taylor.

Até o mês que vem e continuem correndo!

Por Vlad ‘Focus’

Fonte: Terra Zero