A segunda temporada de Flash está chegando em outubro. “Com tanta coisa que jogaram na primeira e
que funcionou tão bem, conseguirão manter o ritmo nessa que se aproxima?”.
Nosso colaborador Giulianno de Lima Liberalli responde a essa pergunta. Confira!
Desde o início da série, quando o professor Wells revelou ser do futuro
mostrando a enigmática manchete de um jornal sinalizando uma crise aonde o
Flash desaparece e com um misterioso céu vermelho causando pânico, percebemos
que algo mais ambicioso estava em andamento, o conceito de viagem no tempo pela
super velocidade foi apresentado e que haverá uma Crise envolvendo o
desaparecimento do Flash para daqui a dez anos, pelo menos é necessário que
essa Crise aconteça, segundo as intenções do vilão. Ao longo da primeira
temporada, vimos com crescente sucesso o desenvolvimento dos poderes do Flash,
vilões clássicos surgindo com uma nova e moderna roupagem e tudo amarrado a uma
origem que não teve nada de aleatório, tudo seguindo a um plano
pré-estabelecido e bem estruturado pelo maior inimigo do herói: O Flash
Reverso.
Em um dos melhores episódios, Flash finalmente atinge velocidade
suficiente para quebrar a barreira da viagem no tempo e, para evitar uma grande
catástrofe, muda eventos da história salvando a cidade e a vida de Cisco, na
verdade, uma nova linha temporal foi criada, o futuro começou a mudar e outra
característica do Flash começa a dar sinais de existência: A viagem por
dimensões e Terras Paralelas. A nova temporada que se aproxima promete uma
ampliação desse poder e tudo indica que esse será o tom das próximas histórias,
Flash visitará outras Terras e terá contato com versões alternativas dele e das
pessoas que conhece. No final da primeira temporada vimos o Flash ter visões de
eventos que poderão acontecer durante a corrida no acelerador, o capacete de
Jay Garrick surgir durante o combate contra o Reverso e o Flash correndo para
uma ruptura espaço temporal a fim de evitar a destruição da sua cidade e possivelmente
da nossa realidade.
Os roteiristas da série parecem estar fazendo bem seus deveres de casa,
o encontro com Jay Garrick será uma clara adaptação da história ‘Flash de Dois
Mundos’, publicada em Flash 123 de setembro de 1961, onde durante uma
apresentação beneficente o Flash usa seus poderes para fazer truques no palco
para a plateia, durante uma apresentação de equilíbrio usando uma corda, ele
vibra até desaparecer. Para seu espanto, ele reaparece em outra cidade e
descobre que existe outro herói velocista como ele, mas que está aposentado: Jay
Garrick. Só que para o Flash, Garrick era um personagem fictício, das histórias
em quadrinhos em seu mundo, que foi inspiração para o seu uniforme e combate ao
crime, comparando origens e procurando entender o que tinha acontecido, Flash
descobre que vibrou para outra Terra em outra dimensão paralela aonde seu herói
das HQs era real. Flash e Garrick se unem para enfrentar uma ameaça antes que
ele retorne para sua Terra original, encontrando o padrão de vibração correto,
ele retorna para o ponto de onde sumiu, mas o local já estava vazio o que prova
que a viagem por dimensões não deve corresponder a uma viagem no tempo.
Nas HQs esse foi o ponto de partida para o conceito de Múltiplas Terras
da DC, onde personagens do passado e do futuro existiam em suas próprias
Terras, cada qual com sua realidade e história, isso deu uma grande liberdade
para os escritores criarem livremente aventuras onde poderiam mexer com
situações e personagens sem se preocuparem em afetar a cronologia dos heróis
principais, dentre essas várias Terras podemos destacar a Terra 1, lar dos
heróis tradicionais como Flash, Superman, Batman e Lanterna Verde; Terra 0, a
Terra dos Bizarros; Terra 2, dos heróis da Era de Ouro da editora como Jay
Garrick, Alan Scott e a Sociedade da Justiça; Terra 96, da série Reino do
Amanhã; Terra S, dos personagens da Fawcett Editora como Shazam e a Família
Marvel e a Terra Primordial, onde todas as demais Terras e seus heróis são
personagens de ficção. Assim foi até Crise Nas Infinitas Terras que acabou com
as Terras Paralelas e unificou a história em uma única Terra e uma única linha
temporal.
Falando na Terra Primordial, temos outra história clássica do Flash que
deve ter grandes chances de aparecer na série nessa próxima temporada, ela se
chama ‘Flash: Fato ou Ficção?’ e foi publicada em Flash 179 de maio de 1968,
com roteiro de Cary Bates e a arte inspirada de Ross Andru. Nela o Flash
enfrenta uma ameaça
alienígena na forma de uma criatura que parece estar
perseguindo-o por causa dos seus poderes, ao se chocar com esse ser, ele é
jogado por uma brecha dimensional indo parar em uma Terra em que ele é um
personagem de histórias em quadrinhos, encontrando a editora ele convence
Julius Schwartz, editor da DC na época, de que é o Flash real e precisa voltar
para sua Terra usando a famosa Esteira Cósmica, outra peça das histórias do
Flash que é bem provável que seja usada na série, visto que no Star existe uma
esteira onde o Flash treina. Considero uma das melhores histórias do Flash,
afinal o que você faria se desse de cara com seu herói das HQs no mundo real?
Resta saber como conseguirão adaptar um mega evento como Crise em uma,
ou mais, série de TV? Dada a complexidade da história e seus desdobramentos, é
capaz de vermos isso acontecer na última temporada que eles devem ter marcado
como a décima, casando com a data que vemos no jornal do futuro: 25 de abril de
2024. Já marquei na agenda e quem viver, verá.
Por Giulianno de Lima Liberalli
Colaborador do Planeta Marvel/DC
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