Quando você
se depara com a nova Action e Comics 1 logo percebe que a reformulação da DC é ousada, não necessariamente boa, mas ousada sem nenhuma dúvida.
Morrison consegue implementar nas pouco mais de 30 páginas um herói muito
diferente do escoteirismo que estamos acostumados a relacionar com o
Super-Homem, aliás fora o nome e os poderes tudo mais está modificado.
Só que não
é apenas o senso de justiceiro contra a lei que ele herda de outros
personagens, o Super-Homem de Grant Morrison tem problemas financeiros e é
perseguido pela polícia (quem aí se lembrou de Peter Parker) e defende cidadãos
comuns pobres e oprimidos (ao estilo "Lanterna e Arqueiro Verde: Sem
Destino").
Mas não
para por aí, até a arte faz com que o Clark Kent jornalista pobre (mas honesto
e limpinho) lembre Harry Potter graças, sobretudo aos óculos velho de lentes
grossas, ao cabelo desgrenhado e preto e até à camisa que possui tons listras
que lembram o universo do bruxo.
Enumeradas
as principais mudanças cabe citar que a história realiza o início como proposta
de reboot, pois dá as principais conotações dos personagens, tem um bom número
de cenas de ação e até tem um desenrolar aceitável com fatos que se conjugam
razoavelmente bem. Todavia tendo em vista a qualidade de Grant Morrison seria
interessante que houvesse qualidade na história, mas, fora uma outra tirada ela
segue o mesmo caráter de prólogo para alguma coisa, pois em si mesma não se
diferencia pela narrativa.
Os desenhos
de Rags Moralles, por sua vez, têm um personalismo interessante que deve ser
valorizado, além disso, são traços agradáveis. É uma pena, porém, que falte ao
desenhista um domínio de técnica mais apurado, pois as deficiências de
acabamento, presentes, sobretudo nas cenas de ação, são muito claras várias
vezes.
Outra
mudança apresentada nesse reboot relacionada a arte é o uniforme
"povão" do Super-Homem formado por uma camiseta com O "S"
estilizado, calça jeans com aspecto de velha e botas marrons. Quanto a isso
nada a falar, é realmente diferente, mas condizente com a proposta.
Como um
todo Action Comics 1 é uma história introdutória que informa bem, dando o pano
de fundo e apresentando o personagem, o problema é que a narrativa é pobre e
mesmo se diferenciando no argumento usa um estilo muito similar ao tédio de
sempre, posso até estar errado mas não vejo como este
"Super-Homem-Aranha-Demolidor" possa agradar aos mais jovens
simplesmente reciclando e misturando conceitos.
Quando
assunto foi mudar o Super-Homem, Morrison merece até os parabéns, pois
realmente nota-se várias diferenças no herói mais poderoso da DC, todavia em
termos de qualidade e criatividade a hq é um deserto, de forma muito similar às
edições anteriores a reformulação.
Fonte: Leia Literatura
2 Comentários
então mesmo de Botina o Super segundo o "Lei Literatura" vai andar no "Deserto da Criatividade"!! eu já tinha visto esse novo visual desse Super em outro Blog!(eu gostei ainda mais por causa do desenhista que eu me esqueci o nome agora!). então fizeram uma Salada,uma mistureba de referencias nesse Super; Clark "Porter Bruxo", Super"violento Demolidor"dando um "sacode" nos Bandidos!! vou ter que ler essa HQ Marcos Punch.
ResponderExcluirReferências é com o Grant Morrison. Aliás, normalmente são tantas que, é onde eu começo a ficar perdido nas leituras dele...rs.
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