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Action Comics 1 (Novos 52) - Crítica


Quando você se depara com a nova Action e Comics 1 logo percebe que a reformulação da DC é ousada, não necessariamente boa, mas ousada sem nenhuma dúvida. Morrison consegue implementar nas pouco mais de 30 páginas um herói muito diferente do escoteirismo que estamos acostumados a relacionar com o Super-Homem, aliás fora o nome e os poderes tudo mais está modificado.


O Super-Homem de Action e Comics 1 parece ser uma salada de vários outros heróis pegando emprestado diversos conceitos bem-sucedidos, em vez de ser um pilar da ética à prova de relativismo ele acaba agindo mais no estilo do Demolidor clássico; fazendo justiça com as próprias mãos, ousando invadir casas e promover leves torturas para que o mal-feitor confesse seus crimes. A semelhança com o herói cego da Marvel fica mais clara quando em dado momento o Super-Homem dá a entender que jogará o bandido contra o chão, mas no último instante para, abalado o ameaçado confessa tudo. Cena muito semelhante pode ser vista no célebre arco de Frank Miller para o Demolidor.

Só que não é apenas o senso de justiceiro contra a lei que ele herda de outros personagens, o Super-Homem de Grant Morrison tem problemas financeiros e é perseguido pela polícia (quem aí se lembrou de Peter Parker) e defende cidadãos comuns pobres e oprimidos (ao estilo "Lanterna e Arqueiro Verde: Sem Destino").

Mas não para por aí, até a arte faz com que o Clark Kent jornalista pobre (mas honesto e limpinho) lembre Harry Potter graças, sobretudo aos óculos velho de lentes grossas, ao cabelo desgrenhado e preto e até à camisa que possui tons listras que lembram o universo do bruxo.

Enumeradas as principais mudanças cabe citar que a história realiza o início como proposta de reboot, pois dá as principais conotações dos personagens, tem um bom número de cenas de ação e até tem um desenrolar aceitável com fatos que se conjugam razoavelmente bem. Todavia tendo em vista a qualidade de Grant Morrison seria interessante que houvesse qualidade na história, mas, fora uma outra tirada ela segue o mesmo caráter de prólogo para alguma coisa, pois em si mesma não se diferencia pela narrativa.

Os desenhos de Rags Moralles, por sua vez, têm um personalismo interessante que deve ser valorizado, além disso, são traços agradáveis. É uma pena, porém, que falte ao desenhista um domínio de técnica mais apurado, pois as deficiências de acabamento, presentes, sobretudo nas cenas de ação, são muito claras várias vezes.

Outra mudança apresentada nesse reboot relacionada a arte é o uniforme "povão" do Super-Homem formado por uma camiseta com O "S" estilizado, calça jeans com aspecto de velha e botas marrons. Quanto a isso nada a falar, é realmente diferente, mas condizente com a proposta.

Como um todo Action Comics 1 é uma história introdutória que informa bem, dando o pano de fundo e apresentando o personagem, o problema é que a narrativa é pobre e mesmo se diferenciando no argumento usa um estilo muito similar ao tédio de sempre, posso até estar errado mas não vejo como este "Super-Homem-Aranha-Demolidor" possa agradar aos mais jovens simplesmente reciclando e misturando conceitos.

Quando assunto foi mudar o Super-Homem, Morrison merece até os parabéns, pois realmente nota-se várias diferenças no herói mais poderoso da DC, todavia em termos de qualidade e criatividade a hq é um deserto, de forma muito similar às edições anteriores a reformulação.

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2 Comentários

  1. então mesmo de Botina o Super segundo o "Lei Literatura" vai andar no "Deserto da Criatividade"!! eu já tinha visto esse novo visual desse Super em outro Blog!(eu gostei ainda mais por causa do desenhista que eu me esqueci o nome agora!). então fizeram uma Salada,uma mistureba de referencias nesse Super; Clark "Porter Bruxo", Super"violento Demolidor"dando um "sacode" nos Bandidos!! vou ter que ler essa HQ Marcos Punch.

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    1. Referências é com o Grant Morrison. Aliás, normalmente são tantas que, é onde eu começo a ficar perdido nas leituras dele...rs.

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