Graphic Novels Marvel #1: Homem de Ferro – O Demônio
da Garrafa, que reúne as edições #120-128 de Invincible Iron Man, escrito por
David Michelinie e desenhos de John Romita Jr.
Uma das melhores e mais conhecidas fases do Vingador
Dourado começou na edição #117 sob o controle do trio Michelinie, Layton e
Romita Jr. Foi justamente esse longo arco que durou um ano que tivemos a famosa
“O Demônio da Garrafa”, onde, pela primeira vez na história do Homem de Ferro,
foi abordado o problema com o alcoolismo. O que aconteceria se um herói
cientista e multimilionário como ele sofresse com a bebida?
Michelinie e Layton souberam responder essa pergunta
de forma convincente. A maneira como a vida de Tony e de outros ao seu redor
foram afetados por causa de sua dependência do álcool é marcante. Além disso,
temos espionagem industrial, muita ação e até a participação especial de Namor.
A Salvat publicou as edições #120-128 que engloba toda a essência dessa saga
marcante na vida do vingador dourado. É possível observar referências dessa
história usadas nos filmes Homem de Ferro 2 e Homem de Ferro 3. Leitura
altamente recomendada.
Graphic Novels Marvel #2: Os Fabulosos X-Men – A Saga
da Fênix Negra, que reúne as edições #129-137 de Uncanny X-Men, escrito por
Chris Claremont e desenhos de John Byrne.
Para salvar seus companheiros X-Men, Jean Grey
sobrevive a uma catástrofe e se transforma na Fênix. Sem se dar conta, a jovem
mutante passa a ser controlada pelo Clube do Inferno e seus planos de dominação
mundial. Além de enfrentar os vilões do Clube do Inferno, os X-Men ainda têm de
lidar com o lado sombrio de Jean sob a forma da Fênix Negra, que agindo de
forma descontrolada, passa a ser caçada pelo poderoso Império Shiar.
Essa é considerada uma das grandes sagas dos mutantes
pupilos de Charles Xavier, uma luta pela sobrevivência. Chris Claremont plantou
as sementes do que viria a ser a ameaça da Fênix Negra há mais de dois antes e
desde então têm trabalhado com vários pequenos arcos, lançando várias
subtramas, mas sem se desviar do foco principal. Vemos os X-Men no ápice do uso
de seus poderes tanto individuais quanto em grupo. A história em que Wolverine
sozinho resgata seus companheiros capturados pelo Clube do Inferno e as cenas
finais dentro do Império Shiar são inesquecíveis. Redenção e sacrifício são os
temas que marcaram essa saga imperdível. Leitura obrigatória.
Graphic Novels Marvel #3: Capitão Britânia – O Mundo
Distorcido, escrito por Alan Moore e desenhos de Alan Davis.
Capitão Britânia e seu companheiro, o elfo Jackdaw
são enviados por Merlin à uma Londres alternativa. Lá, eles tentam entender
como é o funcionamento desse novo mundo repressivo, enquanto precisam
sobreviver e até mesmo combater a tirania. Encontram uma aliada, a agente
Saturnyne e se depara com um arqui-inimigo poderosíssimo, Mad Jim Jaspers.
Alan Moore dá uma aula de genialidade em seu primeiro
e único trabalho pela Marvel. Mostra de forma simbólica sua visão sobre o sistema
monárquico inglês ao introduzir personagens como “Algernon”, “Lixo que
Caminhava como Homem”, “Tropa do Status”, “Gangue Maluca” e “Renegados”, de
forma inteligente e maluca. E como se não bastasse, o escritor abrange a
mitologia do herói britânico ao esmiuçar seu passado e fazê-lo trabalhar
lado-a-lado com sua irmã Betty Braddock (que futuramente seria Psyloche), uma
agente paranormal em uma aventura de espionagem de alto nível. O conceito do
multiverso e as sementes do que viriam a ser a perseguição aos heróis são
plantadas de forma magistral nesse bizarro conto, cortesia da dupla Alan Moore
e Alan Davis. Leitura recomendada.
Graphic Novels Marvel #4: Eu, Wolverine, que reúne as
edições #1-4 da minissérie Wolverine, escrito por Chris Claremont e desenhos de
Frank Miller.
Ao retornar do Canadá, Wolverine segue para o Japão e
descobre que sua amada Mariko teve de casar com outro para pagar uma dívida
antiga de seu pai Shingen. Inconformado com a situação, Logan perde a luta, a
honra e até a vontade de viver, mas é ajudado pela misteriosa Yukio. Logan
precisa se reerguer, engolir seu orgulho e enfrentar o Tentáculo e o submundo
do crime japonês.
A viagem ao Japão significou muito mais do que apenas
uma deslocação de um local para outro, mas uma verdadeira jornada do guerreiro,
sua queda e ascensão. A união da dupla Claremont/Miller foi perfeita para
produzir esse clássico dos filmes de samurai contemporâneo. Honra, dívida,
dignidade, orgulho, submissão são expressões que permeiam a trama e fazem jus à
essência do próprio personagem. Mesmo sem ainda ter sua origem revelada naquela
época, Wolverine foi explorado até as profundezas de seu ser e nos apresentado
de forma sensacional. Claremont veio com todo o seu conhecimento sobre o
carcaju e Miller contribuiu com toda a experiência que adquiriu em sua passagem
pelo título do Demolidor e na minissérie Ronini. Um clássico imperdível.
Leitura altamente recomendada.
Graphic Novels Marvel #5: Thor – O Último Viking, que
reúne as edições #337-343 de Mighty Thor, escrito e desenhado por Walt
Simonson.
Um alienígena, protetor de seu povo, Bill Raio Beta
se provou digno de portar o martelo Mjolnir de Thor em um combate justo. Ao
receber o martelo Rompe-Tormentas de próprio Odin, Bill e Thor se tornam irmãos
de batalhas e os dois se unem para enfrentar os demônios que ameaçam o povo de
Bill Raio Beta. Após o embate épico, Bill e Lady Sif partem de Asgard juntos.
Thor, agora sob a identidade de Sigurd Jarlson, enfrenta seu primeiro desafio
após retornar dos eventos de Guerras Secretas – o dragão Fafnir.
Estreia da fantástica fase de Walter Simonson à
frente dos roteiros e desenhos. Simonson vai deixando várias pequenas tramas
como a depressão de Balder, os planos malignos de Loki e Lorelei, uma ameaça
misteriosa, etc. Ao mesmo tempo desenvolve as histórias principais de cada arco
– o primeiro relacionado à Bill Raio Beta e o segundo relacionado à Fafnir e
Eilif. Toda a fascinante mitologia criada por Lee/Kirby é retratada com
respeito e um novo vigor, dando impulso à novas histórias que se tornariam
clássicas. Leitura obrigatória.
Graphic Novels Marvel #6-7: Guerras Secretas, que
reúne as edições #1-12 da saga Secret Wars, escrito por Jim Shooter e desenhos
de Mike Zeck.
Heróis e vilões do universo Marvel desaparecem de
repente. Na verdade, são levados para um planeta chamado Mundo Bélico por uma
entidade misteriosa, o Beyonder. O objetivo deste poderoso ser é forçar os dois
lados a lutarem por suas vidas numa espécie de campo de testes. Embora todos
estejam ainda tentando entender o que está acontecendo, rapidamente são
obrigados a lutar pela sobrevivência. Algumas reviravoltas, aparentes mudanças
de lado, traições, ganância pelo poder e um desfile de vários personagens
conhecidos da Marvel marcam a primeira grande saga da editora. Torneio dos
Campeões foi lançado alguns anos antes e é considerado por alguns como a
primeira grande saga.
De qualquer forma, Guerras Secretas deixou sua marca
na história do universo Marvel, principalmente se considerarmos a saga mais
recente com o mesmo nome escrito por Jonathan Hickman. Além disso, na época,
afetou alguns heróis e grupos como o Homem-Aranha e o Quarteto Fantástico.
Apesar de uma trama aparentemente simples, com várias soluções e saídas fáceis
e algumas até difíceis de acreditar, Guerras Secretas tem seus méritos, mas não
é uma leitura fácil. Além de ser longa, tem vários conceitos da época que podem
não agradar os leitores que se acostumaram com uma narrativa mais moderna.
Graphic Novels Marvel #8: Demolidor – A Queda de Murdock,
que reúne as edições #227-233 de Daredevil, escrito por Frank Miller e desenhos
de David Mazzucchelli.
A bela Karen Page agora é uma atriz pornô, viciada em
álcool e drogas, e que vende a identidade secreta de seu amado por mais uma
“dose”. A informação chega até Wilson Fisk, que não perde tempo e nem a
oportunidade de acabar com a vida do Demolidor, ou melhor, num lance
extremamente argucioso, Fisk decide acabar com a vida do advogado Matt Murdock,
e com isso, destruir toda a estrutura que mantinha o Demolidor na ativa. Assim,
de maneira gradual, quase imperceptível, Matt tem sua vida civil completamente
destruída. Sem saber exatamente o que está acontecendo e demonstrando seu
lado esquizofrênico que Miller já havia dado início em sua primeira passagem, o
Demolidor passa a caçar e torturar criminosos sem importância de forma brutal e
violenta, em busca de respostas que nunca chegam. Sem sucesso, ele começa a ter
alucinações, apresenta sintomas de Síndrome do Pânico e sua saúde mental se
deteriora rapidamente.
Miller retoma outro aspecto que ele deixou em aberto
em sua primeira passagem pela revista, trazendo à tona a suposta mãe de Matt,
agora uma freira. O lado religioso passa a ser um fator fundamental para a
recuperação do herói cego, como se fosse um milagre divino em operação. O laço
estreito e a influência paterna de Matt também passam a fazer parte de sua
ressurreição emocional e física – afinal, que melhor exemplo de perseverança
seu pai Jack “Batalhador” Murdock deixou como legado dos seus tempos de boxe!
Um final bem heroico numa batalha mortal contra Bazuca – mais um personagem com
um fundo psicológico complexo e contraditório e até mesmo a aparição dos
Vingadores para dar um tempero Marvel à essa história sensacional. A cena
final da redenção de Matt e Karen ficam evidentes. Perdão e arrependimento se
mesclam num abraço amoroso, porém sofrido. É difícil conter a emoção ao ver
essa cena, depois de ter acompanhado toda a trajetória deles desde o começo.
David Mazzucchelli retratou a “crueldade” de Miller
de maneira realista e sem rodeios. Um desenhista que estava chegando no seu
ápice – que se concretizaria um tempo depois em Batman Ano Um ,
também ao lado de Miller. Em Queda de Murdock, Frank Miller mergulha fundo
e sem piedade na mente, não só dos personagens dessa história, mas também na
mente de seus leitores. Uma obra que faltam palavras de elogio, um clássico
eterno, que a cada ano que passa e a cada nova leitura fica cada vez melhor.
Leitura imprescindível.
Graphic Novels Marvel #9: Homem-Aranha – A Última
Caçada de Kraven, escrito por J.M. DeMatteis e desenhos de Mike Zeck.
Kraven, o Caçador sabe que sua morte se aproxima e
precisa resolver suas questões com o Homem-Aranha definitivamente. Com a
recente morte de Ned Leeds, além do tio Ben, Capitão Stacy e Gwen, Peter
pressente o sabor da morte espreitando, mas não se deparar com um Kraven insano
que mata o aracnídeo a sangue-frio. Depois disso, Kraven se veste de
Homem-Aranha e passa a espancar os malfeitores que encontra, provando ser superior
a seu adversário.
O roteirista J.M. DeMatteis tenta conectar as
motivações de Kraven com seu passado, sua família e a sua vida longe de seu
país de origem. O horror psicológico se tornar evidente e acaba afetando
profundamente o Homem-Aranha. Além disso, podemos notar um certo paralelo entre
o Aranha e o vilão Rattus, que aparentemente tem uma participação sem sentido
para a trama, mas que se mostra ser eficaz, depois de entendermos o que o herói
passou. Embora conhecido, Kraven nunca foi um vilão a ser temido ou clássico
como o Duende Verde ou o Dr. Octopus. Mas desta vez, o escritor provou que
qualquer vilão pode se tornar relevante, basta que se tenha conhecimento e
vontade de contar uma boa história. Leitura recomendada.
Graphic Novels Marvel #10: Homem-Aranha – O
Nascimento de Venom, que reúne as edições #252, 256-300 de Amazing Spider-Man e
#1 de Web of Spider-Man.
Durante as Guerras Secretas, Peter encontra um novo
uniforme, muito mais maleável e eficiente e resolve ficar com ele. O uniforme
atende prontamente todos os pensamentos de seu dono, mas com o tempo passa a
agir de forma um pouco mais independente. Reed Richards descobre que o
uniforme, na verdade, é um simbionte alienígena e pode ser perigoso.
Infelizmente, o novo hospedeiro do simbionte também deseja se vingar do
Homem-Aranha.
Série de histórias que se concentram no uniforme
negro, que mais tarde, se descobrira ser um simbionte e finalmente receberia o
nome de Venom. À medida que o Aranha fosse vivendo suas aventuras, o foco é mostrar
como Peter lida com a verdade sobre o simbionte, e sua luta pela sobrevivência.
A edição da Salvat tem um ponto positivo ao mostrar os acontecimentos entre os
hiatos das edições, não deixando o leitor sem informações importantes. Uma boa
leitura, principalmente para os fãs dessa fase do Homem-Aranha.
Por Roger