Uma das lendas que se contam sobre o
desenvolvimento dos quadrinhos leva a um pitoresco personagem que foi pivô de
uma quase nova onda de censura para essa arte: o herói Pantera Negra.
O problema
era a existência de um grupo revolucionário em prol dos direitos dos negros nos
Estados Unidos conhecido como Os Panteras Negras. Esse grupo adotou uma postura
mais ativista e violenta com o passar dos anos e essa não era exatamente uma
imagem que os quadrinhos deveriam transmitir para a “garotada”.
Um dos criadores do personagem, Stan
Lee, negou qualquer simpatia com os violentos Panteras. Mas o fato é que o
herói não só surgiu num cenário conturbado justamente para lembrar os problemas
raciais, como também marcou-se como o primeiro super-herói negro uniformizado.
A história
do Pantera Negra, inclusive, está longe de remeter a problemas sociais ao qual
se via. O herói tinha origem nobre, tendo como identidade (nem tão secreta) de
Tchalla, príncipe do reino africano de Wakanda. Seus poderes combinavam
habilidades de combate corpo a corpo, profundo conhecimento tecnológico e, de
certa forma, poderes sobrenaturais adquiridos através de poções ritualísticas e
compreensão de sua origem totêmica (afinal, ele assumia o espírito da pantera
negra, animal sagrado para seu povo).
O personagem continuou
aparecendo esporadicamente nas aventuras do Quarteto Fantástico, até se tornar
membro do grupo Vingadores, em 1968, época em que arriscaram lhe colocar o
bizarro nome de Leopardo Negro. Enfim, aceitou-se o fato de que o nome do personagem
nada mais era do que uma coincidência com o grupo revolucionário e, nos
Vingadores, o herói acaba assumindo o nome de Pantera Negra, pelo qual ficou
conhecido nas décadas seguintes.
Fonte: Impulso HQ
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