O terceiro volume de encadernados (TPB ou Tradepaperback nos E.U.A.) de
O Questão, foi lançado em 2008. “Epitaph for a hero” (sem tradução em
português) trazia as edições #13 ao #18.
A primeira história intitulada “Seja tudo o que puder ser” traz o
Questão as voltas com um grupo paramilitar que deseja humilhar as forças
armadas americanas. Fazem isso matando indiscriminadamente vários oficiais das
forças especiais. Embora a história traga novamente o mesmo deslize das
anteriores, ou seja, as saídas fáceis para resoluções de problemas, ainda
assim, graças aos diálogos escritos por O’Neil é bem interessante. Nos desenhos
vemos nitidamente uma belíssima evolução de Cowan e pra finalizar as páginas de
lutas no final são muito bem realizadas. Pior pro Questão que é derrotado, na
covardia e por trás, por um grupo de ninjas (?!).
“Não existe mais honra na América. Sem honra não há coragem. Sem coragem
não há força”. Essa é a justificativa dada pelo grupo paramilitar para matarem
os soldados em Hub City
e em outras cidades, mostrar sua debilidade e toda a fraqueza da América. E
dizem isso com o Questão atolado até o pescoço, literalmente, na terra. E
atolado na terra o Questão ficará por toda a história. E senhores, esta é uma
das melhores de toda a série. O Questão terá de aguentar o calor, frio, fome e
sede durante dias se quiser escapar vivo e sair livre do cativeiro imposto por
seus inimigos. Aqui vemos o quanto a mente e a vontade de Vic Sage são fortes.
O final é maravilhoso, impressionante e surpreendente.
A terceira história “Epitáfio para um herói” continua acima da média,
não pela trama que é um tanto confusa e mais pela apresentação dos
protagonistas. Vários assassinatos estão ocorrendo em Hub City e a todas as
vítimas são negros. O’Neil nos apresenta personagens com perfis perturbadores.
O racismo contido nas páginas desta história a fariam uma verdadeira edição na
tradição da Vertigo de gibis para adultos. Vemos o quanto imbecil e ignorante o
racismo consegue ser e só esta visão já vale a leitura. É O’Neil em seu habitat
natural, o de aventuras urbanas com contexto social.
Na quarta história de nome: “Marcado para morrer” temos um conto um
pouco mais tradicional onde uns meliantes que desejam fazer negócios na cidade
do Questão acham que matar seu maior policial é um bom começo. É claro que Vic
Sage não permitirá isso. De pano de fundo temos este policial herói apoiando
publicamente a campanha de Myra Fermim à cadeira de prefeita da cidade.
Descobrindo que os meliantes da história anterior vieram de Seattle, o
Questão parte para pega-los. Nessa época em Seattle residia o Arqueiro Verde
(na maravilhosa fase escrita por Mike Grell) e isso já nos deixa com um enorme
desejo de ver um encontro entre o dois personagens… mas O’Neil e Cowan nos
trazem uma surpresa antes: no aeroporto de Hub City enquanto espera o voo para
Seattle, Vic Sage compra um número de Watchmen e após ler a revista sonha sendo
o próprio Rorschach. Tá, não é lá um crossover mas é bem interessante esse uso
de metalinguagem. Voltando a história principal vemos o Questão apanhar feito
um amador (pra variar) e ser salvo pelo Arqueiro Verde que surge na última
página da edição americana de sugestivo título “Um sonho de Rorschach”.
“Terreno Desesperado” a última história do encadernado, entrega o que
promete: Entre citações zen-budistas, filosofia de botequin, piadinhas infames
e Sun Tsu a aliança entre o Questão e o Arqueiro Verde rende muitas e belas
páginas de ação. Bandidos presos. Fim.
Fonte: O Santuário
2 Comentários
Interessante esse "Traz o Papel de volta"(encadernado)esses Americanos Põe cada nome esquisto nas coisas!! . esse negócio da derrota dos Ninjas por trás... é bom não mencionar essa Questão!! Pô em vez de sonhar com a Espectral o Questão sonha com o Rorschach!!(tá certo que os dois tem máscara esquista...).Marcos Punch.
ResponderExcluirKkkk... essa foi boa.
ExcluirEu tenho um monte desses "TPB" aqui em casa.