Ele ficou popularmente conhecido por
suas aparições nas adaptações cinematográfica dos estúdios Marvel, interpretado
pelo ator Samuel L. Jackson. Mas, fora o tapa-olho, um detalhe pode parecer
diferente para quem não o conhece dos quadrinhos. O Nick Fury original não é
negro como foi mostrado. E desta vez, essa diferença não é culpa de uma
adaptação feita para o cinema.
A editora
Marvel publicava o personagem Nick Fury desde a década de 1960. Quarenta anos
depois, a editora decidiu recontar a história de seus mais famosos personagens
e adaptá-los para uma nova geração de leitores de quadrinhos. Uma releitura de
Nick Fury adaptou-o como um coronel durão… e negro, bem ao estilo do personagem
Shaft, que o já citado Samuel L. Jackson interpretou no cinema. Ainda
complicado? Pois é, bem vindo ao mundo dos quadrinhos!
Mesmo assim, quando o personagem
surgiu, em Maio de 1963, havia diferenças tanto estéticas quanto conceituais,
comparadas aos seus dias atuais. Em sua estreia, ele não tinha seu marcante
tapa olho, por exemplo.
No início da
década de 1960, a editora Marvel Comics apresentava seus novos super-heróis,
começando pela revista do Quarteto Fantástico. No entanto, não se tratava de
uma editora novata. Ela já publicava quadrinhos décadas antes, apresentando
histórias em estilos variados como terror, ficção científica, romance,
faroeste, policial… e quadrinhos de guerra, também muito populares em editoras
concorrentes.
Mesmo após o
sucesso de suas revistas de super-heróis, o escritor Stan Lee e o desenhista
Jack Kirby (os mesmos que criaram o Quarteto), voltaram aos quadrinhos de
guerra com a revista Sgt. Fury and The Howling Commandos (Sargento Fury e O
Comando Selvagem).
Apesar das histórias supostamente
acontecerem no mesmo universo Marvel, que começava a ficar infestado de
personagens com superpoderes, as histórias de Fury mantinham o pé no chão,
sendo ambientadas na Segunda Guerra Mundial, onde o inimigo da vez era o
nazismo.
Quando Lee e
Kirby começaram a alicerçar a Marvel, o diferencial era renovação nos
quadrinhos. E mesmo em se tratando de quadrinhos de guerra, que não eram
novidade, esse diferencial precisava aparecer. A primeira vista, esta tentativa
estava no elenco de personagens que faziam parte do Comando Selvagem. Liderando
o grupo tínhamos o então Sargento Nick Fury, militar que demonstrava ter larga
experiência em campo, era durão e carregava como marca seu inseparável charuto
(sendo até meio que caricatura do próprio desenhista e criador Jack Kirby, que
também era um amante dos charutos).
Como braço
direito, Fury contava com o bigodudo Dum-Dum Dugan que, apesar de subordinado,
sempre discordava das ações de seu sargento e quase sempre deixava seu gênio
explosivo arruinar com as estratégias de guerra. Jonathan Junior Juniper e
Robert Rebel Ralston eram os mais jovens do Comando, incorporando o que seria a
imagem do leitor dentro da história.
Gabriel Jones era o músico negro que
usava seu trompete de guerra para animar a tropa tirando o melhor do jazz que
conhecia. Izzy Cohen era o especialista em qualquer tipo de equipamento
mecânico. Dino Manelli, apesar de bom soldado, era uma espécie de ator
canastrão frustrado, que se preocupava mais com o penteado do que com o avanço
de tropas inimigas.
Mas Fury não
era o líder supremo e infalível por mais que parecesse. Era subordinado ao
coronel Happy Sam Sawyer, que colocava o sargento na linha sempre que este
colocava as asinhas da rebeldia de fora. Quando Sawyer sorria, era motivo de
preocupação para o batalhão, já que isso significava o início de mais uma
missão suicida.
Fonte: Impulso HQ
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