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Planeta Resenha Marvel: Demolidor vol.2

O homem sem medo nunca foi uma unanimidade na Marvel Comics e passou por altos e baixos. Foi desde uma revista à beira do cancelamento, que na troca da equipe criativa, no final dos anos 1970, com a entrada de um desconhecido Frank Miller, até se tornar um dos maiores sucessos da Casa das Ideias. Nos últimos anos o Demolidor só teve altos nas mãos do escritor Brian Michael Bendis, e com a saída deste era de se esperar que qualidade das histórias caísse, mas não foi isso que aconteceu.
O segundo encadernado lançado este mês pela editora Panini mostra que Mark Waid não se intimidou pelo sucesso de seu antecessor, e vem produzindo uma das melhores revistas de super-heróis da atualidade. Nessa edição a saga do demônio continua, mas dessa vez com os famosos encontros, artifício geralmente usado para alavancar as vendas de um título que vai mal, usando a popularidade do visitante para vender mais. O que chama a atenção aqui é que o Demolidor encontra o Homem-Aranha, e as duas revistas vão muito bem nos E.U.A.
Nesse momento Mark Waid prova o quanto é um bom escritor, transformando um mero encontro de personagens numa história que aprofunda ainda mais os eventos mostrados no primeiro encadernado, em que o Demolidor desmantela uma operação de várias organizações criminosas, e agora é perseguido por elas graças às informações que estão em seu poder, que poder dar a qualquer criminoso o controle do submundo.
A história além de ótima ainda conta também com a Gata-Negra, que é o elemento causador da reviravolta da trama, mostrando que Waid também conhece os enredos antigos do personagem, afinal, as mulheres sempre trouxeram problemas para Matt Murdock, e com a Gata não foi diferente.
O mais interessante é que além do roteiro desse arco, ainda há a possibilidade de explorar o acontecido mais tarde, na amizade entre o Demolidor e o Homem-Aranha, já que foi estabelecido um triângulo, mesmo que para a Gata tenha sido só um caso rápido.
As histórias que completam a edição comprovam também a versatilidade do escritor para criar enredos originais, como a aventura que abre o encadernado, em que o herói cego tem que enfrentar a dificuldade de estar num ambiente em que seu sentido de radar de nada vale, no meio do campo, durante o inverno na neve.
Em outro quadrinho, o Demolidor enfrenta o Toupeira, inimigo tradicional do Quarteto Fantástico, num enredo claramente inspirado num episódio da série de animação do Batman dos anos 1990, porém, aqui a temática é mais adulta, mostrando o caricato vilão de uma forma que nenhum leitor poderia imaginar.
Outro ponto alto dessa fase é arte do desenhista Paolo Rivera. Diferente dos artistas anteriores Rivera tem um desenho limpo, elegante, sem excessos, que em muitos momentos lembra o estilo de David Mazuchelli, porém, sem parecer uma cópia, mostrando-se um artista maduro, focado na narrativa, sem abusar de páginas inteiras, ou de páginas duplas. Os artistas que completam esse arco de histórias são muito bons também, mas nenhum chega aos pés de Rivera. Não comprometem a qualidade da publicação, mas não chegam a acrescentar algo.
Para fechar o espetáculo o editor escolheu publicar uma história dos anos 1960, desenhada por Steve Ditko, co-criador do Homem-Aranha mostrando seu encontro com o Demolidor, que ainda usava o uniforme amarelo. Não é uma obra de arte, mas vale pela curiosidade histórica.
Com certeza, Demolidor Vol.2 é uma das melhores histórias em quadrinhos de outubro, e vale o investimento, seja para os fãs antigos, ou para aqueles que estão começando agora a ler as histórias do demônio da guarda!
Demolidor Vol. 2
Editora Panini
Roteiro: Mark Waid
Arte: Paolo Rivera, Emma Rios, Kano, Koi Phan e Joe Rivera
Formato Americano
148 páginas
R$ 18,90


Fonte: Impulso HQ

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