Os mutantes estão com tudo e a Panini Comics parece ter captado a frequência
emitida pelo Cérebro e desde o ano passado carrega as bancas brasileiras com os
maiores clássicos envolvendo os superseres mais temidos e discriminados
da Marvel.
O primeiro
impacto foi em abril do ano passado com chegada de A Era do Apocalypse. Uma das mais aclamadas aventuras
dos heróis rejeitados contra o ancestral En Sabah Nur (que também
atende pelo nome do último livro da Bíblia… Procure lá, você vai ter uma
surpresa!). Já nesse ano, talvez em comemoração aos 50 anos dos X-Men nos EUA,
a editora trouxe duas sagas que com toda certeza são vintage (tem mais de 20
anos… Vint… AGE), a primeira é Massacre de Mutantes (lançada
em julho) e a segunda é a que se foca essa resenha.
O X-Factor é
uma equipe fundada com a premissa de caçar outros mutantes causadores de
problemas. Essa é a ideia criada pelo relações públicas do grupo e amigo do
Anjo, Cameron Hodge. Ele defende que essas ações do X-Factor podem fazer a
humanidade aceitar os mutunas. Só que após um incidente com o Homem de Gelo –
que tem seu poder dobrado e descontrolado graças a uma trapaça do
Loki – a opinião pública volta-se contra os mutantes.
A verdade é
que Hodge odeia os seres evoluídos e pretende destruir de vez a raça mutagena.
Seu plano a priori é desequilibrá-los criando desentendimento e fazendo os
heróis acreditarem que ter o gene X é ruim para a humanidade. Mas o estratagema
do relações é maior e poderá culminar em um combate direto contra os
X-Men.
Infelizmente
esse não é o único problema dos mocinhos. Os heróis ainda precisam lidar com um
X-Jato de problemas: Anjo perde suas asas e deprimido sem a capacidade de voar
se mata; Apocalypse surge acompanhado de seus arautos; a mídia cai de pau sobre
os mutantes; o Hulk é solto em uma cidadezinha e o X-Factor é chamado para
resolver o caso…
Problemas
em família
Porém, o mais belo confronto
abordado na saga escrita por Louise Simonson é o interno; e o campo de batalha
são as emoções dos personagens. Ciclope tendo que escolher como
entre o amor de Jean Grey ou da Fênix Negra. Isso e a derrota no primeiro
embate contra os Cavaleiros o faz questionar sua liderança (ta, até ai não é
nenhuma novidade).
Os alunos do
X-Factor (Rictor, Sanguessuga, Rusty, Artie), que ainda não concluíram o
treinamento e estão conhecendo a sociedade mutante (e humana), se questionam se
ser um homo superior é
algo positivo, pois quando o poder foge ao controle as consequências são
desastrosas. Vê-se isso na discussão de Rusty (que controla o fogo) e Rictor
(capaz de causar terremotos quando nervoso):
“[...] E ser
mutante é ruim! Com meu poder… Já fiz uma coisa terrível!”, afirma Rictor.
Também há o
“retorno da morte” de um herói angelical que agora passa a ser o mais poderoso
cavaleiro do inimigo. E o que não dizer da reviravolta causada pelo até então
pacífico e honrado Caliban?
Os perigos que se espalham por todo Marvelverso
Com esse encadernado de 284 páginas
a Panini acertou ao republicar todas as aventuras dos mutantes originais. O
livro reúne as edições de X-Factor 18 a 25, mais duas edições de The Incredible Hulk (336 e 337) e um conto dos
filhos de Sue e Reed Richard, o Quarteto Futuro (Power Pack 35).
Na história
do verdão (que na época estava em sua forma cinza), o X Factor é chamado para
combater o titã que é confundido com um mutante… (Afinal, em um universo com
super seres como diferenciar quem é ou não mutuna?) Mas o que parecia ser uma
caçada revela-se ser uma conspiração organizada por uma equipe de agentes da
SHIELD que desejam a morte do Hulk e não se preocupam se algum mutante vai cair
junto.
Já o
Quarteto Futuro (que fim levou esses heróis cute-cute? A Marvel se esqueceu
deles?) tem uma participação mais dentro da trama. O grupinho se “envolve em
altas confusões” quando a cidade é atacada pelos Cavaleiros e precisam provar
que são heróis profissionais e desejam mostrar seu valor.
Um X-Grupo de artistas
Os roteiros,
assinados por Louise Simonson,
fazem o leitor se envolver emocionalmente com os personagens expressando muito
bem o sentimento de cada um. Talvez, por isso, a saga é tão apreciada. Mantém o
sentimentalismo de novela concebido pelo melhor roteirista de X-Men: Chris
Claremont. Porém, a escritora tem um ritmo de narrativa complicado. Algumas
coisas acontecem muito rapidamente dentro de um quadrado.
O texto de
Louise é combinado com a arte de seu marido, Walter Simonson (Thor). Os
desenhos de Walt dividem opiniões entre os fãs. Para mim ele é um desenhista
competente pouco detalhista que peca algumas vezes, mas produz um arte dinâmica
e divertida. Mas vale lembrar que o casal é conhecido por sua fase memorável na
frente de título dos mutantes.
Além deles, as duas edições de Hulk
ficam sob responsabilidade de Peter David (Roteiro) e a anatomia de Todd
McFarlane (Spawn). Detesto o traço dele, mas admito que ele está muito bem
nesse trabalho. Já associar Peter David a Hulk é o mesmo que o Simonson e o
Thor. Isso porque David é conhecido pelas histórias mais consagrada do verdão
(vide Futuro Imperfeito).
Cada edição
é aberta pela capa original publicada nos EUA – que inclusive veem com o selo
do Comic Code Authority – é desenhada por artistas
como: Walt, Steve Geiger, Bob McLeod e Jon Bogdanove.
Versão nacional
A edição da Panini está de parabéns.
Capa cartonada, papel de excelente qualidade e quase 300 páginas que abrangem
11 histórias envolvendo os mutantes. Minha principal crítica fica para com o
texto introdutório “Anteriormente…”.
Bem sei que é necessário contextualizar o leitor, só que esse texto não cumpre
BEM esse papel.
A redação é
um tanto confusa e uma porrada de acontecimentos são jogados na cara do leitor.
E pra piorar, o texto repete a palavra“Mas” diversas
vezes em sentenças próximas. Ai complica a compreensão!
MAS… o gol a
favor da editora foi a publicação de X-Men: Massacre de Mutantes um
pouco antes desse álbum. Pois Massacre é importante para o entendimento dessa
aventura do X-Factor..
X-Men:
A Queda dos Mutantes Volume 1 é leitura recomendada e irá agradar aos fãs veteranos
pelo saudosismo de ter uma versão “enxuta” de um material antes visto em
formato menor. Os mais novos poderão ter um pouco de dificuldade ao entender a
história e o contexto da época, mas se passarem a primeira edição seguirão até
o final com certeza.
Ficha Básica - X-Men: A Queda dos Mutantes
Vol. 1 (X-Men: The Fall of The Mutants); Editora Panini;
Roteiro: Louise Simonson, Arte: Walt Simonson; 284 páginas; Formato 17x26cm;
Colorido; Lombada quadrada; capa cartonada; Preço de Capa: R$ 29,90.
Fonte: Dínamo
1 Comentários
Boa tarde Roger!
ResponderExcluirObrigado por citar o nosso texto no seu blog.
Abraços