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Planeta Resenha DC: Gotham a meia noite #1

O autor Ray Fawkes meio que introduziu uma faceta mais sobrenatural ao novo universo de Gotham City quando foi escalado para escrever as histórias protagonizadas por Jim Corrigan e Batwing nas páginas de Batman Eternal. O negócio deu tão certo na publicação semanal do Morcegão que a DC Comics resolveu dar um título ao roteirista no qual ele tem liberdade e mais páginas para explorar o lado mais aterrorizante da cidade.

HQ do Dia | Gotham a meia noite #1

Gotham a meia noite nos apresenta aos integrantes do Distrito Policial 13, uma divisão especial designada por James Gordon para solucionar os casos menos convencionais da cidade dos morcegos – leia-se sobrenatural, oculto e inexplicável. A equipe é liderada pelo Tenente Weaver é composta por Jim Corrigan (O Espectro) e sua parceira Lisa Drake além de dois consultores: o perito Dr. Szandor Tarr e uma freira chamada Irmã Justine. O autor estabelece uma relação entre os casos investigados pelo Distrito 13, Jim Corrigan e Batman, colocando o Cavaleiro das Trevas como supridor de crimes sobrenaturais para que a equipe possa trabalhar. Fawkes utiliza um personagem não familiarizado com o cotidiano da equipe na forma do oficial Rook que trabalha na corregedoria e vem até o Distrito 13 para fechá-lo e terminar suas atividades. Rook logicamente é convencido por Corrigan a passar uma noite com os investigadores e experimentar um de seus casos. O leitor então passa a enxergar o universo de Gotham a meia noite sob a perspectiva de Rook. É uma técnica de roteiro já bem batida para arcos iniciais e primeiros atos de filmes e séries, mas funciona perfeitamente para estabelecer o clima e o tom da HQ além de apresentar todo o elenco da revista. Fawkes faz um trabalho bacana na caracterização das vozes dos personagens nos diálogos e não enrola muito para introduzir um caso intrigante logos nas primeiras páginas. Um roteiro enxuto e um elenco diversificado e interessante. A revista não chega a ser uma história de horror com teor violento e gore, mas caminha na linha do místico e sombrio misturado ao mundano de maneira elegante e divertida.

As ilustrações, arte final e colorização do título são atribuições de Ben Templesmith. O artista tem um estilo bem Vertigo / Gótico / Cartoon e usa tons foscos, um design bem rústico de personagens e uma fotografia meio sketch para dar o clima fantasmagórico a edição de estreia. Eventualmente temos efeitos de brilho que contrastam muito bem com o estilo pastel, acinzentado e sombrio da HQ. Um trabalho de arte bem indie e que combina muito com o roteiro de Ray Fawkes, deixando toda a parte visual do título com uma estética muito diferente da maioria das revistas que se passam em Gotham.

Gotham a meia noite aparentemente Ã© o último título dessa nova safra de novas publicações no universo do Morcego (que inclui Gotham Academy Mansão Arkham) a estrear pela DC Novos  52 e acaba sendo o mais interessante dos três. Desde a saída de W. Haden Blackman e J.H. Wiliams III de Batwoman a cidade do crime carecia de um bom título sobre crimes sobrenaturais e ao que parece Ray Fawkes e Ben Templesmith vieram suprir esta necessidade com um elenco diversificado, um estilo de arte diferenciado e uma história bem amarrada. No mar de títulos sobre combatentes do crime em Gotham, Meia noite Ã© uma ilha de mistério e ocultismo pronta para ser explorada.


Por Igor Tavares
Fonte: Proibido Ler

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2 Comentários

  1. Respostas
    1. Inclusive esse título irá continuar após a saga Convergence, o que é uma boa notícia.
      Obrigado pelo comentário e volte sempre!

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