A vida de Matt Murdock está uma
verdadeira bagunça. Com Foggy no hospital, passando pela etapa mais agressiva
do câncer, Murdock conta com a ajuda da ex-assistente de promotoria Kirsten
Mcduffie para manter o escritório de advocacia andando. E se a vida civil já
está uma bagunça, a vida como herói também não ajuda, já que o Demolidor está
em guerra com os Filhos da Serpente, que tomaram conta do sistema judicial da
cidade de Nova Iorque.
E naquele momento que se espera que
o Promotor de Justiça James Priest faça uma declaração apaziguadora, o advogado
em questão entra com mais lenha na fogueira, conclamando a população a ir na
casa de cada um dos jurados e fazer justiça. Todos na sala ficam estupefatos.
Mas Murdock percebe o embuste: Alguém armou para o promotor. E o Demolidor
entra em ação para conter a onda de protestos. Com ajuda de Hank Pym, Matt
consegue controlar o tumulto e vai atrás do responsável: Jonathan Powers, o
Polichinelo, agora na folha de pagamento dos Filhos da Serpente.
Matt percebe que vai ter elevar o
nível da briga e passa a pesquisar mais sobre os Filhos da Serpente, juntamente
com Foggy Nelson. E descobre que a origem da organização remonta a um culto
ocultista. E de ocultismo, não tem especialista melhor do que Stephen Strange,
o Dr. Estranho. O bom doutor recomenda a Matt que procure Jack Russell (o
conhecido Lobisomem da Marvel), que está no Kentucky. Com isso, Matt acaba por
trombar com Satana, Simon Garth, a Múmia e Frank. Sim, a Legião de Monstros de
monstros em uma história do Demolidor (Só Mark Waid para fazer isso com extrema
qualidade).
Após o clássico entrevero, todos se
juntam para invadir o covil da serpente e pegar o livro conhecido como Tomo
Negro, cujos conhecimentos arcanos são de extrema valia para a Legião dos
Monstros. E para Matt também, que consegue as páginas (ainda que enganando os
monstros) equivalentes à Bíblia dos Filhos da Serpente.
De posse do livro, Matt, juntamente
com Kirsten, usam o livro para chantagear a organização e forçá-los a entregar
o Polichinelo. O plano dá certo, mas isso irrita em demasia a organização
racista, E nesse ponto Murdock conhece Ogilvy, que quer contratar Murdock para
que este realize a defesa de seu filho, acusado de um incêndio criminoso, feito
por uma outra facção dos Filhos da Serpente. Se Matt não fazer isso, Ogilvy
promete levar a público um dossiê completo do Demolidor, o que implicará na
perda da licença para advogar de Matt e Nelson, trazendo uma série de problemas
financeiros para dupla.
Após coletar provas sobre o caso
(com ajuda de Elektra) e dar umas porradas em dois membros da Sociedade da
Serpente, Matt traça a estratégia para o caso. E que estratégia. Matt pede que
Kirsten o arrole como testemunha do caso e passa a revelar seu
"segredo": "Eu Sou o Demolidor". A revelação vem
acompanhada de detalhes, inclusive sobre seus poderes, o que faz com que Ogilvy
perder qualquer poder que tinha sobre o Matt. E o pior, Matt consegue descobrir
que o promotor e o juiz são membros dos Filhos da Serpente. Aliás, o Juiz
Pierce é o responsável pelo incêndio incriminador do filho de Ogilvy.
Ogilvy perde a paciência e manda
seus asseclas abrirem fogo no tribunal. Matt consegue detê-los, enquanto o Promotor
Priest faz o resto: Coloca os membros infiltrados da organização da cadeia. Por
hora, o Poder Judiciário de Nova Iorque está limpo.
Mas a Matt Murdock não saiu ileso do
jogo. Com as revelações, um processo é aberto no que seria o equivalente à Ordem
dos Advogados do Brasil. E o resultado do julgamento é implacável, a despeito
dos membros da comissão reconhecerem o valor das atitudes de Murdock: Matt e
Nelson perdem suas licenças e não podem mais advogar no Estado de Nova Iorque.
Matt, desolado, encontra Kirsten, que fala que é muito difícil conseguir
licença para advogar nessa situação, a não ser em algum Estado que já tenha
advogado anteriormente. Assim, a vida de Matt se direciona para São Francisco,
outrora lar dos Fabulosos X-Men.
Se tem uma revista de super-heróis
que me empolgou nos últimos dois anos, foi esta. Demolidor de Mark Waid, além
de promover uma mudança nas atitudes do personagem, possuiu tudo aquilo que se
espera de uma revista do gênero: Ação, aventura, romance e humor. Waid mostra
que é possível escrever uma história do Chifrudo sem apelar para depressão que
permeava o título. e como sempre, Waid está bem acompanhado dos desenhistas
Chris Samnee, Javier Rodriguez e Jason Copland, que realizam um trabalho
gráfico de altíssimo nível. E os elogios não vão somente para a equipe criativa
da revista, mas também para a Panini. Publicar esse run do Waid em
seis encadernados foi uma excelente proposta. Elogiei a decisão desde o
primeiro encadernado. E vou elogiar sempre que a Panini, para heróis como o
Demolidor, opte por fazer isso.
Se estou triste pelo fim da revista?
Não! Nesse caso, o fim marca um recomeço. Nos States, o Demolidor continua suas
aventuras na revista All New Daredevil (O Novíssimo Demolidor?), com a mesma
equipe criativa. E espero que a Panini continue a lançar as histórias do nosso
advogado favorito no mesmo formato. Vida longa à Mark Waid e sua trupe! Vida
longa ao Demolidor!
Por Rafael Felga
Fonte: Universo Marvel 616
2 Comentários
o Demolidor não tá com a corda no pescoço, tá na guilhotina!! que sufoco!! Marcos Punch.
ResponderExcluirHehehe.... é isso aí. E olha que isso não é apenas uma capa para chamar a atenção não. O negócio é sério. Você consegue imaginar o Demolidor sem cabeça?
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