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Planeta Resenha Marvel: Demolidor: Encerrando a firma

A vida de Matt Murdock está uma verdadeira bagunça. Com Foggy no hospital, passando pela etapa mais agressiva do câncer, Murdock conta com a ajuda da ex-assistente de promotoria Kirsten Mcduffie para manter o escritório de advocacia andando. E se a vida civil já está uma bagunça, a vida como herói também não ajuda, já que o Demolidor está em guerra com os Filhos da Serpente, que tomaram conta do sistema judicial da cidade de Nova Iorque.


O sexto volume do encadernado do Demolidor (que abrange as revistas Daredevil 31 a 36) é focado na guerra do Demolidor à referida organização racista. E a história do encadernado começa de uma forma explosiva: Um julgamento de uma senhora branca que mata um garoto negro por mera ameaça (aliás, muita oportuna a história, totalmente baseada em um caso ocorrido na Flórida. Não devemos esquecer dos recentes casos de Fergunson e de Nova Iorque, que alimentaram uma onda de revolta e manifestações). E estamos na etapa de decisão, ou seja, se a mulher é culpada ou inocente. O júri decide que a mulher é inocente. E nesse momento, começam os problemas.

E naquele momento que se espera que o Promotor de Justiça James Priest faça uma declaração apaziguadora, o advogado em questão entra com mais lenha na fogueira, conclamando a população a ir na casa de cada um dos jurados e fazer justiça. Todos na sala ficam estupefatos. Mas Murdock percebe o embuste: Alguém armou para o promotor. E o Demolidor entra em ação para conter a onda de protestos. Com ajuda de Hank Pym, Matt consegue controlar o tumulto e vai atrás do responsável: Jonathan Powers, o Polichinelo, agora na folha de pagamento dos Filhos da Serpente.

Matt percebe que vai ter elevar o nível da briga e passa a pesquisar mais sobre os Filhos da Serpente, juntamente com Foggy Nelson. E descobre que a origem da organização remonta a um culto ocultista. E de ocultismo, não tem especialista melhor do que Stephen Strange, o Dr. Estranho. O bom doutor recomenda a Matt que procure Jack Russell (o conhecido Lobisomem da Marvel), que está no Kentucky. Com isso, Matt acaba por trombar com Satana, Simon Garth, a Múmia e Frank. Sim, a Legião de Monstros de monstros em uma história do Demolidor (Só Mark Waid para fazer isso com extrema qualidade). 

Após o clássico entrevero, todos se juntam para invadir o covil da serpente e pegar o livro conhecido como Tomo Negro, cujos conhecimentos arcanos são de extrema valia para a Legião dos Monstros. E para Matt também, que consegue as páginas (ainda que enganando os monstros) equivalentes à Bíblia dos Filhos da Serpente.

De posse do livro, Matt, juntamente com Kirsten, usam o livro para chantagear a organização e forçá-los a entregar o Polichinelo. O plano dá certo, mas isso irrita em demasia a organização racista, E nesse ponto Murdock conhece Ogilvy, que quer contratar Murdock para que este realize a defesa de seu filho, acusado de um incêndio criminoso, feito por uma outra facção dos Filhos da Serpente. Se Matt não fazer isso, Ogilvy promete levar a público um dossiê completo do Demolidor, o que implicará na perda da licença para advogar de Matt e Nelson, trazendo uma série de problemas financeiros para dupla.

Após coletar provas sobre o caso (com ajuda de Elektra) e dar umas porradas em dois membros da Sociedade da Serpente, Matt traça a estratégia para o caso. E que estratégia. Matt pede que Kirsten o arrole como testemunha do caso e passa a revelar seu "segredo": "Eu Sou o Demolidor". A revelação vem acompanhada de detalhes, inclusive sobre seus poderes, o que faz com que Ogilvy perder qualquer poder que tinha sobre o Matt. E o pior, Matt consegue descobrir que o promotor e o juiz são membros dos Filhos da Serpente. Aliás, o Juiz Pierce é o responsável pelo incêndio incriminador do filho de Ogilvy. 

Ogilvy perde a paciência e manda seus asseclas abrirem fogo no tribunal. Matt consegue detê-los, enquanto o Promotor Priest faz o resto: Coloca os membros infiltrados da organização da cadeia. Por hora, o Poder Judiciário de Nova Iorque está limpo.

Mas a Matt Murdock não saiu ileso do jogo. Com as revelações, um processo é aberto no que seria o equivalente à Ordem dos Advogados do Brasil. E o resultado do julgamento é implacável, a despeito dos membros da comissão reconhecerem o valor das atitudes de Murdock: Matt e Nelson perdem suas licenças e não podem mais advogar no Estado de Nova Iorque. Matt, desolado, encontra Kirsten, que fala que é muito difícil conseguir licença para advogar nessa situação, a não ser em algum Estado que já tenha advogado anteriormente. Assim, a vida de Matt se direciona para São Francisco, outrora lar dos Fabulosos X-Men.

Se tem uma revista de super-heróis que me empolgou nos últimos dois anos, foi esta. Demolidor de Mark Waid, além de promover uma mudança nas atitudes do personagem, possuiu tudo aquilo que se espera de uma revista do gênero: Ação, aventura, romance e humor. Waid mostra que é possível escrever uma história do Chifrudo sem apelar para depressão que permeava o título. e como sempre, Waid está bem acompanhado dos desenhistas Chris Samnee, Javier Rodriguez e Jason Copland, que realizam um trabalho gráfico de altíssimo nível. E os elogios não vão somente para a equipe criativa da revista, mas também para a Panini. Publicar esse run do Waid em seis encadernados foi uma excelente proposta. Elogiei a decisão desde o primeiro encadernado. E vou elogiar sempre que a Panini, para heróis como o Demolidor, opte por fazer isso.

Se estou triste pelo fim da revista? Não! Nesse caso, o fim marca um recomeço. Nos States, o Demolidor continua suas aventuras na revista All New Daredevil (O Novíssimo Demolidor?), com a mesma equipe criativa. E espero que a Panini continue a lançar as histórias do nosso advogado favorito no mesmo formato. Vida longa à Mark Waid e sua trupe! Vida longa ao Demolidor!

Por Rafael Felga  

Fonte: Universo Marvel 616

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2 Comentários

  1. o Demolidor não tá com a corda no pescoço, tá na guilhotina!! que sufoco!! Marcos Punch.

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    1. Hehehe.... é isso aí. E olha que isso não é apenas uma capa para chamar a atenção não. O negócio é sério. Você consegue imaginar o Demolidor sem cabeça?

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