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LEGIÃO DOS SUPER-HERÓIS – HISTÓRIAS DE UM PASSADO QUE AINDA VIRÁ – Parte 2 – Arquétipos de aço

É bem verdade que a Legião dos Super-Heróis surgiu em torno do Superboy. Apesar do grupo, em parte, ter se inspirado nos atos heroicos do defensor de Smallville, ainda assim ele era apenas um integrante honorário do grupo (não é sempre que se podia estar no futuro…).
Mais adiante, a Legião necessitaria de um personagem que representasse alguém com poderes similares ao de Superboy. Nesse estilo, muitos seriam os heróis e personagens que surgiriam em suas histórias. Mas um deles era tão parecido que mais parecia um plágio consentido. Seu nome era Dev-Em. Apesar de Dev-Em ter uma trajetória complicada, seria reconhecido como um legionário no futuro. Mas sua estreia nos quadrinhos estava longe de mostrá-lo como o herói que se tornaria.

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Criado por Jerry Siegel e George Papp em 1961, Dev-Em não só nasceu no mesmo planeta Krypton de onde veio o Superboy, como também morava na vizinhança do herói, quando este ainda era uma criança. A vizinhança, inclusive, bem conhecia a fama de Dev-Em, um jovem inconsequente e irresponsável, capaz de causar as mais variadas arruaças. Um delinquente, enfim. Escondia-se sob a falsa imagem de jovem brilhante e inteligente, quando na verdade roubava invenções tecnológicas de seus vizinhos, assumindo a autoria das mesmas.

Quando Jor-El, pai de Kal-El (Superboy), previu a explosão do planeta, Dev-Em tratou de usar o conhecimento roubado para criar uma nave que tiraria tanto ele quanto seus pais no fatídico dia. Após a explosão de Krypton, o jovem e seus pais, todos em animação suspensa, vagaram anos e anos pelo espaço, até o dia em que chegaram ao planeta Terra. Nessa época, a criança Kal-El, que havia chegado antes e foi criada por pais adotivos terrestres, já havia se tornado Superboy. Dev-Em, também um kriptoniano, sob o sol amarelo da Terra, também desenvolveu poderes similares ao garoto de aço e já arquitetava um ataque contra o herói.

Conseguindo capturar o Superboy, fez uso de uma máquina kriptoniana utilizada para enviar criminosos para a Zona Fantasma, fazendo com que ele se tornasse uma espécie de fantasma intangível e incapaz de interagir com o mundo, apesar de poder ver o que o vilão iria fazer. Dev-Em, com os mesmos poderes, disfarçou-se como Superboy e começou a vandalizar o planeta Terra, desacreditando o nome do herói. Após causar destruição suficiente, simplesmente devolve Superboy ao seu estado normal para que esse enfrente a ira do povo da Terra, que pensa que seu atual herói enlouqueceu. Com seu sadismo juvenil satisfeito, o delinquente usa seus poderes e leva a nave com seus pais para o futuro, onde encontraria com a Legião.

Superboy, que acaba tendo que encarar o desprezo do povo iludido, só consegue se livrar do problema graças a uma jogada do chefe de polícia local, que acreditou na fantástica história do kriptoniano delinquente que se passou por ele.

Outro personagem que utilizou Superboy como arquétipo, e que também integraria a Legião dos Super-Heróis no futuro, ficou conhecido como Mon-El. Criado por Robert Bernstein e George Papp, também em 1961, é apresentado como sendo o irmão mais velho do Superboy, tendo os mesmo poderes que este e o uniforme na cor inversa. Ou seja, enquanto o Superboy tinha (e “terá” como Super-Homem) um uniforme predominantemente azul com a capa vermelha, Mon-El tinha o uniforme vermelho com a capa azul.
O nome do personagem, como podem perceber, também tem forte ligação com o garoto de aço. Mon-El entra na vida dos Kent em uma segunda-feira (monday, em inglês). Utilizando a primeira sílaba desse dia com a terminação “-El” (do nome kriptoniano de Superboy, Kal-El) temos Mon-El.

Superboy intercepta uma nave que cai na Terra e descobre um estranho passageiro dentro dela. Mais que isso encontra uma espécie de carta de seu pai biológico, Jor-El, junto ao tripulante, explicando que este é seu filho… também! Ou seja, trata-se de um irmão de Kal-El. O irmão mais velho ao que tudo indica. Desmemoriado, o jovem é levado para a casa dos Kent (pais adotivos do Superboy), adotado e recebe o nome de Mon-El. E, assim como seu irmão caçula, adota uma identidade secreta (Bob Cobb) para guardar seu segredo.
Mas Superboy começa a desconfiar de seu “irmão” quando Krypto, o supercão, o estranha e descobre que ele é imune a kriptonita. Porém, ao tentar evitar um assalto a banco, feito por criminosos que lançaram enormes bolas de chumbo contra o prédio, Mon-El deixa-os escapar alegando que está enfraquecido. Essa atitude levanta mais suspeitas do Superboy, que agora imagina que se trata de um vilão disfarçado.

Como última cartada para desmascarar o impostor, Superboy pinta as bolas de chumbo restantes de verde, simulando meteoritos de kriptonita. Causando uma chuva desses meteoritos, o herói alerta Mon-El para o perigo que o metal representa para a saúde dos kryptonianos. Mon-El parece cair no truque e diz estar mortalmente enfraquecido. Superboy revela que não se trata de kriptonita, mas sim de bolas de chumbo pintadas, provando que Mon-El está fingindo… ou será que não?

Quase desfalecido, o colapso de Mon-El parece ter-lhe trazido a memória e ele conta a verdade para o Superboy. Ele não é de Krypton, mas de um planeta chamado Daxam, onde os habitantes também desenvolvem superpoderes na Terra. A única fraqueza desses poderes… é o chumbo! A carta de Jor-El falava sobre um filho, mas este filho era o próprio Superboy, e Mon-El a recebeu quando pousou por acaso em Krypton.

Mesmo desfeito o mal-entendido, Mon-El parece estar à beira da morte e o Superboy é obrigado a lançá-lo para a Zona Fantasma, uma dimensão neutra para onde os criminosos kryptonianos eram lançados, afim de que ele se recupere do envenenamento por chumbo. O herói promete libertá-lo no futuro… e bem sabemos quem se encontra no futuro.

Por Marcos Dark

Fonte: Dínamo

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