Veja
a análise do Planeta sobre o encadernado Aquaman
– As Profundezas, lançado pela Panini.
Sob as águas que cobrem a Terra, Aquaman
reina supremo. Mas, no mundo da superfície – um mundo que ele e a bela e fatal
Mera lutam para proteger – o Rei dos Mares está fora de seu elemento. A
humanidade o despreza e o desrespeita, da mesma forma que faz com o oceano que
ele comanda… Porém, uma nova ameaça aterrorizante emergiu do abismo negro
quilômetros abaixo da superfície. Lá, nenhuma luz alcança, e apenas a fome e o
ódio conseguem sobreviver. O Fosso acaba de ser aberto, despejando seu horror,
e Aquaman precisará fazer uma escolha que vai contrapor a sobrevivência de uma
espécie (a nossa espécie) à outra… ou o mundo todo será arrastado para o abismo!
Análise:
Seu nome é Arthur Curry, ele é o
soberano dos oceanos, o único herói que tem quase toda vida marinha sob o seu
comando, herdeiro do trono da mítica Cidade Perdida de Atlântida, seu uniforme
é um dos mais icônicos dos quadrinhos e um dos mais satirizados, pelo menos até
agora. A criatura que tem o domínio do reino que ocupa a maior parte do planeta
tem que ser mais respeitada, mas tudo o que ele quer é ser aceito, conquistar a
confiança e andar entre um povo que nem é inteiramente o seu. Esse é o grande
fator que diferencia Aquaman de Namor, da Marvel, enquanto Namor defende os
mares contra os humanos com unhas, dentes e guelras, Aquaman quer fazer parte
da humanidade e criar um elo de amizade entre esses dois mundos. – Giulianno
de Lima Liberalli (para saber
mais sobre as origens e a evolução personagem, clique aqui).
Essas
palavras do Giulianno ilustram bem o trabalho que o roteirista Geoff Johns
desenvolveu nesse primeiro arco de Aquaman pelos Novos 52.
Algumas
criaturas carnívoras que habitam as fossas marinhas veem à superfície à procura
de comida (os humanos). São criaturas poderosas, selvagens e medonhas que
servirão como a primeira ameaça física para o Rei da Atlântida nesse reinício. Mesmo
assim, o foco fica na apresentação do herói ao público em geral, na cena da
lanchonete. Ela serve de amálgama tanto para quem está dentro da lanchonete
quanto para leitores novos e antigos, uma boa sacada de Johns.
Quando
os habitantes mórbidos das profundezas atacam às pessoas da cidade portuária de
Beachrock, Aquaman e Mera aparecem para ajudar. Num confronto violento e
sangrento, é possível ver quão poderosos são os dois defensores. Ainda assim, é
possível perceber o preconceito para com o herói por meio das reações das
pessoas, principalmente pelos policiais. Aquaman leva um dos monstros mortos
até o Dr. Stephen Shin – que tem um passado influente na vida de Arthur – para
saber mais informações. Daí, o casal parte para o fosso para resgatar as
pessoas que foram levadas e deter as criaturas. Mais uma vez, Aquaman mostra
extrema força e poder, confrontando os monstros e selando o fosso.
A
edição #5 do encadernado joga Aquaman num deserto. Antes disso, Aquaman
investiga um artefato antigo que é roubado por alguns soldados atlanteanos. No
deserto, Johns apresenta uma subtrama que será desenvolvida no futuro envolvendo
a Atlântida.
Já
a edição #6 é focada em Mera, enquanto Arthur está perdido e tentando
sobreviver ao calor escaldante do deserto. Embora pareça ser só mais uma
história para completar um encadernado de seis edições, ela é muito mais do que
isso. Mostra um pouco do passado de Mera, que terá grande influência num futuro
breve. Também revela um pouco mais da personalidade e dos poderes da
companheira de Aquaman. E principalmente, apresenta a triste realidade do
assédio sexual no local de trabalho, onde muitas mulheres sentem-se
desamparadas diante da impunidade.
No
geral, um excelente começo para o soberano dos oceanos. Johns se preocupou em
estabelecer Aquaman como um herói digno, poderoso e que deve ser temido e
respeitado. Tanto é que, logo no começo, a questão sobre o Aquaman ser o herói
preferido de alguma criança é respondida no final do arco. O elenco de apoio
foi limitou-se à Mera, Shin e o pai de Arthur em cenas de flashback, o que foi
muito bem sacado, dando tempo para desenvolver bem o herói principal, seus
desejos, poderes, motivações.
Os
desenhos são espetaculares. Ivan Reis consegue desenhar bem tanto personagens
quanto cenários também. Duas cenas bem marcantes que mostram o talento do
desenhista: (1) dentro da lanchonete ao ver as reações das pessoas quando
Aquaman entra para almoçar e (2) na casa do Dr. Shin, onde é possível aprender
muito de quem ele é, somente pelos detalhes interiores do seu lar.
Leitura
altamente recomendada.
Por Roger
4 Comentários
Esse vale a pena, no começo era bem focado nas piadinhas sobre o Aquaman e simplesmente fantastico. Depois teve Arraia Negra, Mestre dos Oceanos e Rei morto, só ficando cada vez melhor.
ResponderExcluirPs:Sem falar nos desenhos que são excelentes e combinam.
Também concordo com você ANT. Tomara que esteja vendendo bem para a Panini continuar a lançar os outros volumes.
ExcluirOi, Roger, antes de mais nada, fico feliz pelas minhas palavras terem referenciado bem o primeiro arco do Aquaman, prova que consegui captar a intenção de Geoff Johns para o personagem e, respondendo o seu comentário, no vídeo Panini Responde, o Levi Trindade disse que o encadernado vendeu surpreendentemente bem e ficou entre os 10 mais, isso dá esperanças para uma continuação, porém só deve aparecer no ano que vem. Abraços!
ExcluirOlá Giuliano! Imagina! Na verdade, acho que isso apenas prova que entendemos a história da mesma maneira. Achei acertado o Johns deixar algumas pistas soltas, mas não se aprofundar nos personagens coadjuvantes e nem na mitologia do Aquaman. Primeiro, o objetivo era estabelecer o Aquaman como um herói que atrairia novos e antigos leitores, principalmente aqueles que não gostavam. É por essas e outras que sou fã do Geoff Johns. Oba! Que venha toda a fase do Johns no Aquaman, inclusive o crossover com a Liga - Trono da Atlântida.
Excluir