Autores: Fabian Nicieza e Tom
DeFalco (roteiro), Pete Woods (arte)
Editora: Panini
Editora: Panini
Em primeiro
lugar, se você acreditou naquele papo de que as novas séries da DC, os chamados
Novos 52, foram feitos para que qualquer pessoa pudesse ler as histórias sem a
carga de cronologia de décadas… Tenho más notícias pra você. É claro que isso não se tornou verdade. E à essa altura não
é novidade pra quem acompanhou os outros títulos da DC. Mas sempre é bom
lembrar, já que a edição especial Legião Perdida traz as sete primeiras
histórias da revista homônima, então algum desavisado pode achar que tá tudo
bem comprá-la sem conhecer o grupo.
Bem, posso dizer que conheço um
pouco da Legião dos Super-Heróis, mas não sou um profundo conhecedor de toda a
sua cronologia. Sei que o grupo foi criado no fim do século 30 por um trio de
jovens superpoderosos (Cósmico, Satúrnia e Relâmpago), inspirados no Superman,
financiados por um milionário e que tem mais membros do que todas as outras
superequipes da editora juntas! A partir daí foram várias séries ao longo das
décadas, com diversos reboots, que por um lado podem ser entendidos como linhas
temporais (já que as aventuras se passam no futuro e pode ser mudado…) e por
outro, as constantes Crises da DC não precisariam influenciar um outro momento
no tempo.
E em qual dessas alternativas Legião
Perdida se encaixa? Na segunda, ou seja, não houve reboot. As histórias seguem
exatamente a cronologia do grupo até antes dos Novos 52. Até citam que no
século 21 alguma coisa aconteceu, mas fica por isso mesmo.
Tudo começa
sem explicação, com uma equipe da Legião chegando ao presente à caça de um
criminoso. Lobo Cinzento, Tellus, Pulsar, Vésper, Portal, Tyrok e Camaleoa
ficam presos no século 21 e precisam deter Alastor de disseminar um vírus
que contaminaria toda a população da Terra. O interessante aqui é a continuação
do conceito mostrado na revista do Superman pré-reboot de que no futuro o
preconceito com alienígenas seria muito grande em nosso planeta e isso
desencadearia vários conflitos envolvendo a própria Legião dos Super-Heróis,
composta por seres de diversos mundos.
Bem, o vírus é espalhado. E o que ele faz? Acrescenta DNA alienígena
aleatório ao dos humanos, criando híbridos superpoderosos. O caos, não? Pânico
na população? Liga da Justiça e exércitos convocados para conter milhares de
pessoas com poderes confusas destruindo tudo? Nada disso. Aparentemente, o
vírus, tão ameaçador e que deixou os legionários com temor do que pudesse
acontecer, contamina algumas poucas pessoas com um intervalo generoso de tempo
entre elas. Ou pelo menos os efeitos aparecem assim. Desse jeito é criado o
“vilão do mês” para que o grupo enfrente naquela história gerando conteúdo sem
parar, mesmo que a trama em si tenha ficado pra trás.
Tá, eles estão presos no passado (deles), de vez em quando enfrentam um
contaminado e até as consequências de algo ruim que aconteceu com o grupo vão
sendo desfeitas pelo roteirista Fabian Nicieza ao longo da edição (os X-Men
dele era um NOVELÃO). Se você ler a primeira e a última histórias verá que não
aconteceu muita coisa entre elas (são sete!).
Enfim, se você é muito fã da Legião pode ser uma boa experiência ler
esse especial, principalmente porque não sai muita coisa deles no Brasil. E
Lobo Cinzento e Vésper garantem bons momentos. Mas caso contrário, sentirá
falta de um texto explicativo no início e pode se sentir enganado ao fim da
leitura. Que nem tem o fim da série, que foi cancelada na edição 16. Vamos ver
se a Panini publica o resto da história, mas a falta do número 1 na capa dá a
entender que isso não está garantido.
Por: Leo Spy
2 Comentários
gosto do Lobo e da Vésper e como não tenho nada melhor pra fazer e acho que nunca li nada (ou quase nada) deles, vou dar uma olhada nessa Legião Perdida e ver se eles se acham por um caminho...Marcos Punch.
ResponderExcluirPode ler sim, recomendo. Achei interessante colocarem (pelo menos) o pessoal da Legião tentando capturar um vilão e voltar para seu tempo, tudo isso acontecendo em nossos dias. Fico pensando como eu faria se voltasse no tempo lá no início do século passado, mas com minha experiência de vida atual.
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