Batman: Noite das Corujas

Diferente do arco “Morte da Família”, o “Noite das Corujas” não foi tão aguardado, sem contar pelo fato de que não havia um vilão “famoso” anunciado desde o começo. Porém a qualidade do Noite das Corujas superou e muito a Morte da Família. A história começa de um jeito simples, quando Batman enfrenta seus vilões corriqueiros como Duas Caras, Mascara Negra, Crocodilo, Cara-de-Barro, Victor Zazz entre outros, tudo isso com a ajuda de alguém que se parece com o Coringa (só que na verdade era Dick Grayson, o Asa Noturna, usando uma mascara de alta tecnologia). Tirando esta enrolação toda, a história realmente começa quando Bruce Wayne mostra seus planos para revitalizar a cidade de Gotham, quando ele é apresentado ao candidato favorito a prefeito de Gotham: Lincoln March, que neste arco tem um papel muito importante…

Durante a festa Bruce Wayne é chamado para vestir seu manto e investigar um assassinato incomum (como se algum assassinato em Gotham fosse comum), o corpo estava preso a uma parede por facas com uma ameaça direta a Bruce Wayne. Com o seguir da sua investigação descobre-se que o DNA de Dick Grayson estava de baixo das unhas do individuo, sendo que o mesmo fora procurado pelo homem antes de sua morte, tentando alertá-lo sobre a Corte das Corujas. Porém o fato passa batido, mas recordado em seguida para se explicar a situação. Quando Bruce Wayne está com Lincoln March mais uma vez na Torre Wayne é quando os ataques começam, o primeiro “Garra” surge diante de Bruce e de Lincoln matando a dois guardas da Torre Wayne, ferindo Lincoln e atacando Bruce Wayne, onde durante o combate ambos caem pela janela onde o “Garra” solta sua frase: “Como eu adoro matar Waynes!”. Bruce sobreviveu por pouco, devido a uma das gárgulas adicionada anos atrás por seu bisavô, enquanto o Garra caiu sobre um carro e supostamente morreu.

Um dos momentos mais intrigantes deste arco é que quando Batman volta a investigar a Corte, toda a sua investigação o leva para um lugar além do mito. Desde o começo do arco Bruce duvida que a corte realmente exista, mesmo quando Dick o questiona se ele está errado ele nega e permanece cético, até que quando é levado aos esgotos de Gotham (novamente) ele é atacado por Garra e descobre o labirinto, o labirinto onde ele foi testado, onde foi forçado e drogado. O local onde podemos ver a mais pura humanidade no personagem, Bruce está fraco, sem equipamentos. Onde só a vontade de sobreviver e de parar os crimes da corte o motivam a se manter de pé, onde só ele mesmo não o Batman, mas o homem que quer sobreviver o motiva. Algo que pode ser descrito como “A presa se torna o predador”.

Em outro ponto da história toda a Bat-família está envolvida, mas uma das pessoas que mais esteve envolvida com isso tudo foi Dick Grayson, que descobriu que sua família é descendente de um dos Garras que se vendeu para o Circo Hally, e que o Garra que se chamava William Cobb é o bisavô de Dick Grayson. Tanto que neste momento ocorre uma cena que ficou famosa atualmente na internet onde Bruce Wayne desfere um murro contra Dick (parece deja vu), que bate no ponto especifico quebrando uma espécie de obturação que servia para o inicio da sua preparação, mas fora interrompida por Bruce Wayne quando o recrutou para ser um Robin.

O objetivo da Corte das Corujas é dominar a cidade de Gotham e recuperar o controle que ela sempre teve na cidade (até a chegada do morcego, é claro), a Corte das corujas mantém seu foco de ataque principal em Bruce Wayne, outros membros da Bat-familia entram em cena quando precisam proteger outras possíveis vitimas dos Garras, até mesmo as Aves de Rapina se envolvem. Robin (Damian Wayne, saudades até hoje deste garoto), enquanto luta com um Garra é um dos mais efetivos que durante a luta decapita o assassino “Imortal” e impede que ele se regenere por hora.

Os confrontos seguem-se até o limite de cada um. Dick confronta William Cobb, seu antepassado, enquanto o mesmo esfrega na cara dele o destino que ele jogou fora ao abandonar a corte. Bruce Wayne é emboscado por um exército de Garras, sendo aí que eles descobrem que Bruce Wayne e Batman são o mesmo. Bruce se tranca em seu arsenal ao lado de seu mordomo Alfred e quando Bruce decide sair ele está no comando de um traje pesado de combate, onde mesmo com a armadura os Garras ainda se mostram um inimigo implacável.

Os ataques acontecem por toda a cidade de Gotham, toda a Bat-familia em guerra contra os Garras, até mesmo o Asilo Arkham, onde os próprios detentos também entram no confronto contra dois Garras. Durante toda essa zona de guerra aos poucos todos os aliados do morcego vão vencendo, até mesmo o Jason Todd se envolve, o Capuz Vermelho entra em ação em um combate que parece mais uma busca por identidade do que uma luta.

Um bônus que acontece neste arco é a participação de Jonah Hex, onde no passado de Gotham a Corte já ditava as regras. As famílias famosas de gothamitas ja faziam parte de historia local, podia se ver Waynes, Cobblebots, Elliots e Crownes. Isso não chega a acrescentar uma grande mudança no final da historia, mas é interessante.

Sobre o final deste arco, acaba sendo o mais impactante e mais intrigante, acredito que deixou um grande gancho para problemas futuros para o morcego, ou até mesmo um novo arqui-inimigo… Mas isso vocês terão de ler. No geral o arco inteiro é bem explorado, foi uma entrada digna do cavaleiro das trevas nos Novos 52. Se for possível dar uma nota para esta saga eu daria 9,0.

Fonte: Legiãos dosHeróis