Logo criado por Jorge Luís

Resenha DC: Arqueiro Verde - A Busca


Em 2004, a Panini, ainda tímida com suas publicações da DC, criou um título deveras interessante, chamado DC Especial. Nele, seriam publicados arcos fechados de títulos que não vinham tendo espaço nos mixes lançados até então.

A estreia foi excelente (bem melhor que, por exemplo, o terceiro número, um equívoco de texto e arte). Trata-se da estréia do escritor Brad Meltzer como roteirista de quadrinhos. Para tanto, ele assumiu o lugar do diretor-roteirista-nerd supremo Kevin Smith no elogiado título do Arqueiro Verde.

DC ESPECIAL 1 - ARQUEIRO VERDE: A BUSCA. Roteiro de Brad Meltzer. Desenhos de Phil Hester. Arte-final de Ande Parks. Março de 2004. Preço de capa R$ 9,90. 148 páginas.

Antes, uma pequena recapitulação da passagem de Kevin no título.


Oliver Queen, o Arqueiro Verde Original, havia morrido na explosão de um avião sobre Metrópolis (ele prefere morrer a permitir que o Superman ampute seu braço, que estava preso – ecos de O Cavaleiro das Trevas?). Smith o trouxe de volta em uma das mais bem boladas histórias de ressurreição que já li: O Espírito da Flecha. Só pra comparar, o retorno de Colossus por Joss Whedon é de chorar de pena quando confrontado com este clássico.

Além de uma série de ideias bem sacadas (envolvendo até magia negra) e diversas “participações especiais” de outros personagens da DC (atentem para um dos melhores diálogos do Batman com o Superman de todos os tempos), somos brindados com um verdadeiro respeito a cronologia (há, inclusive, referências a títulos que, costumeiramente, não são citados em revistas “menos sérias” da DC), provando que ela só limita aqueles que não possuem talento ou conhecimento da mesma.

Uma amostra da arte de Phil Hester e Ande Parks, que acompanharam Kevin Smith e Brad Meltzer.A Busca começa ainda com Oliver procurando fechar o ciclo de sua morte. Ele visita seu túmulo ao lado do Superman e recebe as fotos das pessoas que compareceram ao seu enterro. É quando ele desconfia da única pessoa que não se encaixa ali, que, posteriormente, a Oráculo identifica como Thomas Blake, o Homem-Gato.

Com a ajuda de Arsenal, ele localiza o ex-vilão e descobre que o mesmo havia ido ao seu enterro a pedido do Sombra. Quando este último surge, é explicado que, antes de falecer, o Arqueiro Verde havia procurado o vilão para que ele recuperasse e destruísse uma série de artefatos que poderiam ligá-lo a Oliver Queen.

Esta é uma aplicação que Meltzer fez do conceito de “pornofaxineiro”, aquele amigo que vai a casa de um recém-falecido dar fim em sua coleção de pornografia antes que seus familiares cheguem. Na sua concepção, os heróis haviam percebido a necessidade de terem alguém que destruísse as evidências que pudessem criar referências entre suas identidades, quando da morte de Barry Allen, o Flash original (bom, pelo menos se desconsiderarmos o Joel Ciclone). O próprio Arqueiro havia “limpado” as evidências do apartamento de Hal Jordan quando o mais famoso Lanterna Verde bateu as botas.

Depois de explicar a presença do Homem-Gato no enterro, o Sombra informa que alguns artefatos não foram recuperados. O próprio Oliver, auxiliado por Arsenal, resolve ir atrás dos objetos que faltam.

É uma história de pouca ação (excetuando uma luta selvagem – com arcos quebrados – travada contra Salomon Grundy na Flechacaverna), mas possui bons diálogos, um grande desenvolvimento de personagens e aquele algo mais que faz você se sentir agradecido e emocionado depois de ter se divertido por várias páginas. Um momento único em que Oliver Queen prova que a máscara é apenas mais um disfarce que ele usa.

Contudo, até chegar a isso, a história tem outros momentos extremamente cativantes para os fãs da DC. A reação de Oliver ao recuperar um dos anéis do Flash com um uniforme de Arqueiro dentro dele (“Ele fez pra mim. Meu amigo fez pra mim.”) e a descoberta de que Hal confiou a ele um anel dos Lanternas, para um caso de emergência, são dois exemplos. Outra cena de alta dose emocional é o frustrado pedido de casamento a Canário Negro, onde podemos sentir o coração do herói se partindo.

A dupla de artistas, Phil Hester (desenhos) e Ande Parks (arte-final), pode não possuir um traço grandioso, mas sabe contar uma história e deixou sua marca no personagem, trabalhando desde a chegada de Kevin Smith até a saída de Judd Winick.

Fonte: Iluminerds

Postar um comentário

2 Comentários

  1. um Salomon pesado e feroz e arcos Quebrados a Busca do Arqueiro por solucionar o fechamento do circulo de sua morte!! e a Flecha Espirita o Ressucitou!! Marcos Punch.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Qualquer ressurreição, para mim, fica meio forçada, mas gostei de ver o retorno do Arqueiro Verde, principalmente com histórias boas como essa. Foi de emocionar, especialmente no final.
      Recomendadíssimo.

      Excluir