[o artigo abaixo contém spoilers]
Há duas semanas a DC
Comics começou a comercializar as revistas que fazem partes do Mês dos Vilões,
no qual todos os títulos da linha Novos 52 trazem um vilão “invadindo” a
história do herói. Uma delas chamou a atenção deste redator por trazer algo
realmente novo para um microverso que estava precisando de sangue fresco: Relic, ou, mais
exatamente, Green Lantern: Relic #23.1.
Ficha Técnica:
Roteiro: Robert Venditti
Arte: Rags Morales
Arte-Final: Cam Smith e Rags Morales
Cores: Andrew Dalhouse
Capa: Billy Tan e Alex Sinclair
Roteiro: Robert Venditti
Arte: Rags Morales
Arte-Final: Cam Smith e Rags Morales
Cores: Andrew Dalhouse
Capa: Billy Tan e Alex Sinclair
O escritor Robert Venditti tem feito trabalhos cada
vez melhores à frente do título principal da franquia Esmeralda, e se tem uma
revista que prova a capacidade criativa deste autor é este especial do Mês dos
Vilões. Nele os leitores descobrem que antes que da existência das entidades de
cada espectro emocional e suas subsequentes Tropas, houve uma Era formada pelos
“lightsmiths”, seres que obtiveram cada luz de cada
espectro e as utilizaram como acreditavam ser mais adequado.
A própria nomenclatura de cada cor era diferente nesta
época; se hoje os espectros se definem como “força de vontade” (verde), “medo”
(amarelo), “esperança” (azul), “raiva” (vermelho), “compaixão” (índigo), “amor”
(safira) e “avareza (laranja)”, antes eles eram respectivamente chamados por
“certeza”, “terror”, “”, “fúria”, “”, “paixão” e “gula”. Com estas cores, todo
um universo foi criado, se florescendo a partir das luzes.
Relic era um grande cientista. Como tal, ao perceber que os
portadores da luz estavam se naturalizando com aquele podem de origem
misteriosa, começou a pesquisar qual era o recurso que lhes oferecera tal
poder. Ao não conseguir nomear uma fonte verdadeira, a teoria de Relic apontava
para a extração destes poderes a qualquer momento em que o misterioso recurso
desejasse, deixando os portadores à deriva no universo para morrerem exauridos.
Ele estava certo.
Em determinado momento, a força azul começou a se
enfraquecer, fazendo com que outros espectros lutassem entre si para se
preservar e ficar com o poder alheio a fim de assegurar sua própria existência.
Nenhum deles conseguiu. O último a partir foi o portador da luz verde, que
preferiu morrer a ter uma última palavra com Relic antes da sua
desmaterialização perante o buraco negro que abriu-se apenas para os portadores
da luz. Uma pequena guerra pela sobrevivência resultava em morte absoluta.
Em seguida, Relic continuava sua busca e adentrava o
desconhecido. Ele encontrara a origem destes espectros, assistindo ainda à
criação de um novo universo, já que o antigo, formado pelo espectro da luz em
forma absolutamente pura, havia se desconstruído com a morte de todos os
portadores. Relic destruído e reconstruído a nível atômico, se tornando
realmente uma “relíquia” no universo – ele era o único sobrevivente de uma Era
que não existia mais. Como tal, permaneceu bilhões de anos enclausurado com “A
Anomalia”, até ser descoberto por Kyle Rayner, portador do espectro da vida, e
pela curiosidade dos Guardiões. Relic acordava pela primeira vez, para
descobrir que o novo universo foi construído sobre a força da “entidade da
vida”, representada por Kyle, agora um lanterna branco.
Sem sombra de dúvidas o grande trunfo de Venditti é saber
lidar com o conceito básico da ficção científica, ou seja, entender que, assim
como a própria ciência se reinventa através de novas descobertas e evidências,
a ficção embasada neste ramo da inteligência humana também pode ser reinventada
a qualquer momento.
O autor encontrou
uma brecha no passado da mitologia dos Lanternas Verdes em que poderia plantar
uma semente capaz de gerar muitos frutos. O arco “Lights Out”, que
começa mês que vem nos EUA, é o primeiro deles.
Fonte: Terra Zero
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