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Green Lantern 23.1 - Relic e a verdadeira mudança dos Lanternas Verdes

[o artigo abaixo contém spoilers]

Há duas semanas a DC Comics começou a comercializar as revistas que fazem partes do Mês dos Vilões, no qual todos os títulos da linha Novos 52 trazem um vilão “invadindo” a história do herói. Uma delas chamou a atenção deste redator por trazer algo realmente novo para um microverso que estava precisando de sangue fresco: Relic, ou, mais exatamente, Green Lantern: Relic #23.1.

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Mais do que contar a história de um vilão (que na verdade não é vilão de verdade, mas sim alguém que vivenciou grandes tragédias e tem um ponto de vista diferente sobre a existência e o universo), esta edição fechada também acrescenta, e muito, ao universo dos Lanternas Verdes que se revolucionou no Século XXI com Geoff Johns no comando, já que o leitor é levado a uma jornada que precede a própria existência dos entidades de cada espectro emocional, mostrando o universo e estas cores ainda em forma pura numa espécie de Era de Ouro da existência.

Ficha Técnica:
Roteiro: Robert Venditti
Arte: Rags Morales
Arte-Final: Cam Smith e Rags Morales
Cores: Andrew Dalhouse
Capa: Billy Tan e Alex Sinclair

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O escritor Robert Venditti tem feito trabalhos cada vez melhores à frente do título principal da franquia Esmeralda, e se tem uma revista que prova a capacidade criativa deste autor é este especial do Mês dos Vilões. Nele os leitores descobrem que antes que da existência das entidades de cada espectro emocional e suas subsequentes Tropas, houve uma Era formada pelos “lightsmiths”, seres que obtiveram cada luz de cada espectro e as utilizaram como acreditavam ser mais adequado.

A própria nomenclatura de cada cor era diferente nesta época; se hoje os espectros se definem como “força de vontade” (verde), “medo” (amarelo), “esperança” (azul), “raiva” (vermelho), “compaixão” (índigo), “amor” (safira) e “avareza (laranja)”, antes eles eram respectivamente chamados por “certeza”, “terror”, “”, “fúria”, “”, “paixão” e “gula”. Com estas cores, todo um universo foi criado, se florescendo a partir das luzes.

Lightsmiths

Relic era um grande cientista. Como tal, ao perceber que os portadores da luz estavam se naturalizando com aquele podem de origem misteriosa, começou a pesquisar qual era o recurso que lhes oferecera tal poder. Ao não conseguir nomear uma fonte verdadeira, a teoria de Relic apontava para a extração destes poderes a qualquer momento em que o misterioso recurso desejasse, deixando os portadores à deriva no universo para morrerem exauridos. Ele estava certo.

Em determinado momento, a força azul começou a se enfraquecer, fazendo com que outros espectros lutassem entre si para se preservar e ficar com o poder alheio a fim de assegurar sua própria existência. Nenhum deles conseguiu. O último a partir foi o portador da luz verde, que preferiu morrer a ter uma última palavra com Relic antes da sua desmaterialização perante o buraco negro que abriu-se apenas para os portadores da luz. Uma pequena guerra pela sobrevivência resultava em morte absoluta.

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Em seguida, Relic continuava sua busca e adentrava o desconhecido. Ele encontrara a origem destes espectros, assistindo ainda à criação de um novo universo, já que o antigo, formado pelo espectro da luz em forma absolutamente pura, havia se desconstruído com a morte de todos os portadores. Relic destruído e reconstruído a nível atômico, se tornando realmente uma “relíquia” no universo – ele era o único sobrevivente de uma Era que não existia mais. Como tal, permaneceu bilhões de anos enclausurado com “A Anomalia”, até ser descoberto por Kyle Rayner, portador do espectro da vida, e pela curiosidade dos Guardiões. Relic acordava pela primeira vez, para descobrir que o novo universo foi construído sobre a força da “entidade da vida”, representada por Kyle, agora um lanterna branco.

Sem sombra de dúvidas o grande trunfo de Venditti é saber lidar com o conceito básico da ficção científica, ou seja, entender que, assim como a própria ciência se reinventa através de novas descobertas e evidências, a ficção embasada neste ramo da inteligência humana também pode ser reinventada a qualquer momento.

O autor encontrou uma brecha no passado da mitologia dos Lanternas Verdes em que poderia plantar uma semente capaz de gerar muitos frutos. O arco “Lights Out”, que começa mês que vem nos EUA, é o primeiro deles.


Fonte: Terra Zero

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