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Planeta Resenha Marvel: Thor - passado, presente e futuro

Coloque Thor nas mãos do roteirista JASON AARON, e o que temos? Uma bela história. Emparceire-o com o artista ESAD RIBIC, e o resultado é um “épico instantâneo”. Exageros a parte, a fase do deus do trovão na Nova Marvel (justamente intitulada Thor, o deus do trovão), cujas três primeiras histórias pudemos ver em Homem de Ferro & Thor #1 e #2, é de grande qualidade. Não há muito segredo. Foco no protagonista e um novo e interessante antagonista.

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O foco em Thor é também interessante, no mínimo curioso, pois Aaron tem como principal temática de sua história o lado divino do filho de Odin. Na verdade, a relação da ideia de divindade com crença, esperança, destruição e rancor, assim como do quanto os deuses, mesmo com todo o seu poder, precisam daqueles que neles creem para manter sua força.

Para demonstrar isso a história nos trás não um, mas três diferentes versões de Thor. Não apenas aquela que conhecemos, do Thor Vingador, mas também um jovem, inexperiente, impetuoso e orgulhoso deus do trovão, assim como um envelhecido, mutilado e solitário todo-poderoso Thor. Tempo e espaço viram um jogo, às vezes confuso, nas mãos de Aaron, que articula todos com o encontro com o Carniceiro dos Deuses. Um ser cujo vasto poder e profundo rancor se concentram única e exclusivamente em um objetivo, cujas motivações são ainda obscuras: acabar com todos os deuses, muitas vezes com requintes de crueldade.

Assim, bebendo da ambiguidade entre Thor ser um deus ou apenas um poderoso alienígena, mediante a interação com outros panteões e legiões intergalácticas de crenças diversas, Aaron faz o vingador viajar realmente no tempo E ESPAÇO, encontrando pouco a pouco os indícios deixados pelo Carniceiro. Essa viagem acaba por levá-lo ao desespero, quando se dá conta que aquele fantasma de seu passado, anunciador de um futuro apocalíptico, não desapareceu ainda em sua juventude, como imaginava até então.

As peças se encaixam na medida em que os três tempos convergem na luta contra o inimigo comum, muito bem complementada com a adição de inéditos e muitos bons personagens de apoio - o que só ressalta o quanto o uso do Homem de Ferro beira o desnecessário, mesmo sem comprometer a narrativa. A investigação que Thor precisa levar adiante, mesmo que isso não seja seu ponto forte, vai deixando claro o quanto a trama é muito mais complexa do que o simples combate ao assassino serial divino.

A arte de Ribic é irretocável e dá o tom certo para uma história como essa. Não há muito o que comentar, mas vale a pena ressaltar sua capacidade impressionante de produzir cenas de batalha dinâmicas, expressões detalhadas e equilíbrio entre claridade e escuridão.

Sorrateiro, o Carniceiro dos Deuses não é um covarde. É uma criatura obcecada em seus objetivos, paciente e, mais importante, com um plano minucioso e fatal, cujas minúcias permanecem obscuras até para nós, leitores, apesar de sabermos que elas aos poucos ficarão mais claras. O velho Thor parece simbolizar o prenúncio da inevitabilidade do sucesso do Carniceiro, mas as coisas podem ainda piorar. E pioram, quando o deus do trovão descobre que, em sua juventude, pode ter contribuído para que essas engrenagens pudessem se movimentar.


Fonte: Universo Marvel 616

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