Continuando a resenha sobre as edições do Aquaman nos Novos 52, vamos às próximas
histórias. Ocorre que entre o primeiro arco e o seguinte tem só duas histórias,
então resolvi adiantar a história que se passa em Universo DC #0 que foi
publicada após a Universo DC #12, e fazer logo a resenha dela junto com as
outras duas. Essa história da Universo DC #0 é uma história que mostra partes
da origem do Aquaman, assim sendo não há problema em adiantá-la para antes do
próximo arco.
Perdido
(Universo DC #5)
A história
começa com o Aquaman caindo do céu no meio de um deserto. Sua camisa laranja
está quase toda destruída e tem um pedaço de metal encravado na sua coxa
direita. A queda do herói abre um buraco na areia desse deserto, ele olha em
volta e só enxerga as dunas do deserto para todos os lados até onde sua vista
alcança.
Daí somos levados a 12 horas antes, na residência de Aquaman ao lado do
farol em Amnesty Bay. Aquaman está acordado no meio da madrugada observando a
tempestade lá fora, seu telefone celular toca e é o Comandante Clay da marinha,
aquele oficial da marinha com uma cicatriz no rosto que estava no porto de
Beachrock.
O Comandante
Clay pede auxílio ao Aquaman, à marinha encontrou um misterioso objeto preso
àquela parede onde os casulos com as pessoas estavam fixados e que o Aquaman
trouxe de volta ao porto de Beachrock. O objeto é similar a um “A” dourado mais
ou menos do tamanho de um punho fechado, e igual ao “A” no cinto do Aquaman e
aquela runa que o herói encontrou no casco da nave na fossa das criaturas. O
Aquaman explica ao comandante que esse símbolo representa Atlântida. O problema
é que na base da marinha eles tentaram abrir esse objeto à força num
laboratório e ele começou a emitir um som agudo semelhante ao canto dos
golfinhos, e isso estilhaçou qualquer vidro na área: espelhos, lâmpadas,
janelas, telas de computadores, etc.

Avançamos no tempo mais uma vez voltando ao
momento em que o Aquaman está no deserto. O herói vaga sem rumo e arranca o
pedaço de metal trespassado na sua coxa. Ele abandona as luvas e o que restou
de sua camisa laranja por causa do calor, então consegue achar seu tridente dourado
e desmaia logo em seguida.
Retrocedemos no tempo mais uma vez, Aquaman
chega à base da marinha e encontra com o Comandante Clay no laboratório. O
comandante lhe mostra o tal objeto que ainda está emitindo aquele ruído,
Comandante Clay reclama que o som machuca os ouvidos e o Aquaman conta que pra
ele é pior ainda por causa de sua super-audição “próxima o suficiente à do Superman”.
Aquaman revela que esse “A” é feito de uma tecnologia atlante muito primitiva,
antes da Atlântida afundar no mar, e que seria o equivalente a uma caixa preta
de um avião.

Então, a base é atacada por um pequeno
grupo de soldados desconhecidos. Eles usam um tipo de armadura hitech à prova
de balas e estão armados com rifles que disparam raios laser. Um desses
soldados dispara um raio no peito do Aquaman e ele é jogado pra trás contra um
carro e cria um amassado danificando muito o automóvel e demonstrando como
essas armas laser são poderosas. Esses soldados pegam o objeto em forma de “A”
e fogem num veículo voador bastante avançado. Só que o Aquaman não papa mosca,
ele dá um de seus saltos absurdos e se segura no veículo desses atacantes e vai
junto com eles.
De volta ao deserto, Aquaman acorda e tem
uma alucinação com seu falecido pai, ou miragem, chame do que quiser. Aquaman
explica que desistiu do trono da Atlântida porque ele queria proteger a costa
como seu pai fazia, mas a alucinação é cruel e diz que ele quis ficar lá porque
ele pensa que pertence ao “mundo da superfície”, mas ele não pertence a lugar
algum e que ele estará sempre perdido.
Aquaman faz uso de seu poder telepático para sair da alucinação e sem
quere convoca um pequeno lagarto. O herói se concentra e consegue escutar o som
emitido pelo objeto atlante roubado pelos soldados desconhecidos e parte na
direção do som.
Retornamos
ao instante em que Aquaman está agarrado à nave voadora, não fica claro se ele
arromba a porta do veículo ou simplesmente abre um buraco no casco do mesmo,
mas o que realmente interessa é que ele invade o interior da nave. Aquaman quer
respostas e está determinado a arrancá-las dos soldados, o herói se atraca com
eles. No meio da briga, o Aquaman quebra o capacete que um dos soldados usa e
cai água do seu interior o que leva o herói a deduzir que os soldados são
atlantes.
Um dos
soldados saca uma pistola e a aponta contra o Aquaman, mas outro soldado avisa
o primeiro para não disparar a arma porque tem um vazamento na nave.
Infelizmente o aviso foi tarde demais, o soldado dispara um raio laser da
pistola no Aquaman, o raio joga o Aquaman pra fora do veículo e ao mesmo tempo
cria uma combustão devido ao vazamento que faz a nave explodir no céu. O
Aquaman sendo jogado pra fora da nave, portanto cai do céu e prossegue no
começo da história quando ele foi cair no deserto.
No presente, Aquaman acha os destroços da nave dos soldados atlantes e o
artefato roubado da base da marinha. O herói coloca o “A” dentro do capacete de
um dos soldados ainda com água e se inicia uma projeção holográfica como a que
o R2D2 é
encarregado de levar a Obi Wan Kenobi no filme Star
Wars – Uma Nova Esperança.
A projeção é
de um homem com uma armadura que tem um estilo que lembra bem o grego. Ele fala
na língua atlante e revela que aquela nave no fundo da fossa das criaturas do
arco anterior estava perseguindo um inimigo da Atlântida pelas profundezas dos
oceanos e que uma tempestade começou quando encontraram esse inimigo, que
acredita que foi o inimigo que criou a tempestade. Para escapar da tempestade,
a nave desceu fundo demais no mar e foi atacada por algo que fez a nave cair
naquela fossa. A tripulação passou a escutar algo fora da nave arranhando o seu
casco tentando entrar. Esse homem conta que descobriu que o inimigo planeja
atacar Atlântida com o próprio mar e assim afundá-la, por causa de um segredo
do rei e da rainha da Atlântida, porém o que tentava invadir a nave finalmente
consegue esse intento e a mensagem na projeção holográfica é interrompida. Acho
que é óbvio para todos que quem estava fora da nave e tentando invadi-la eram
aquelas criaturas que o Aquaman enfrentou no primeiro arco, e elas acabaram
invadindo e matando toda a tripulação.

Helicópteros militares da marinha chegam ao
local dos destroços da nave atlante e salvam o Aquaman. O incidente é reportado
na internet e na televisão e o Dr. Shin lê a matéria em sua casa e um
apresentador faz piada sobre isso no seu programa. Enquanto isso, Aquaman chega
em casa e acha um bilhete de Mera avisando que foi até a cidade comprar comida
para o cachorro deles.
Abandonado (Universo DC #6)
A história
começa com uma cena do passado de Mera, de 4 anos atrás para ser exato,
onde ela treina com um punhado de homens de descendência atlante enquanto
conversa com seu pai e se compromete a matar o Aquaman. Não vemos o pai dela em
momento algum, só ouvimos sua voz, quero dizer vemos seu balão de fala, durante
o treinamento. Os homens usam um traje com um capacete muito semelhante ao
usado pelo grupo que invadiu a base da marinha e roubou o objeto em forma de
“A” na história anterior.

A história pula para Amnesty Bay no presente, para um mercadinho. Se
prestarmos atenção, no primeiro quadrinho podemos ver o farol do Aquaman com a
residência ao lado em cima de um morro surgindo por detrás das casas. Quem mora
na cidade do Rio de Janeiro notará a semelhança com o Cristo Redentor sobre o
Corcovado que pode ser visto acima dos edifícios de várias partes da cidade
maravilhosa. Dentro do mercadinho, o gerente do local está assediando sua
funcionária e eis que Mera aparece e pede ajuda para escolher qual ração
comprar para o cão que ela e Aquaman ganharam do auxiliar do xerife de
Beachrock.
Mera está
toda paramentada como de costume, ela usa seu traje esverdeado e sua coroa
dourada. O gerente vai ajudá-la e começa a se engraçar, sendo desagradável e
assediando-a de uma maneira pior do que fazia com sua funcionária. O gerente
ignora os avisos da funcionária e de Mera, e apalpa Mera com sua mão boba o que
como consequência irrita a esposa de Aquaman e a leva a quebrar-lhe o antebraço
direito.

Uma confusão se inicia no mercadinho, todos
em seu interior vão ver o que aconteceu. Outro funcionário chama por um home
chamado Sam, que entra no mercadinho acompanhado por outro e os dois usam
uniformes parecidos com de policiais, só que com camisas mais claras e sem os
quepes. Acredito que sejam seguranças ou algo parecido. Sam e seu parceiro
tentam render Mera e ela prontamente não aceita e usa seus poderes de controle
sobre a água pra desarmar os dois homens. A situação piora, os seguranças fogem
de dentro do mercadinho ao mesmo tempo em que a polícia e enfermeiros chegam,
vemos gente na rua assustada e fugindo.

Mera explica que fez o que fez porque o
homem ultrapassou certos limites, porém como ela ainda controla a água
fazendo-a flutuar ao seu redor de modo ameaçador os policiais apontam suas
armas para ela. A funcionária que estava sendo assediada pelo gerente antes de
Mera chegar tenta se intrometer, contudo o outro funcionário a impede. Mera para
de controlar a água e todo o líquido flutuando no ar cai no chão. Os policiais
recebem um chamado de rádio sobre que um homem que estava preso na delegacia
por matar a esposa, ele seria transferido pra “Dark Bay”, deve ser outra cidade
ou uma prisão, todavia conseguiu tomar a arma de um policial e fugir. Mera
escuta tudo e se rende.

A polícia vai pra casa do tal homem e o
encontra mantendo a própria filha como refém e ameaçando matá-la. Mera está
algemada, mas arrebenta as algemas e arromba a porta da viatura onde estava e
sai. Ela vai pessoalmente lidar com o bandido, os policiais não sabem o que
fazer e decidem não interferir. O criminoso gargalha e faz piadas com a heroína
e ela vai gradativamente usando seu poder pra drenar a água do organismo do homem.
O homem não aguenta nem ficar mais em pé e
segurar a arma. Uma policial protesta dizendo que Mera vai matá-lo, a esposa de
Aquaman não se importa e só para porque a filha do bandido pede para poupar a
vida de seu pai. Mera fica confusa, ela não consegue compreender o povo da
superfície e os policiais querem colocá-la dentro da viatura de novo, contudo
ela parte em mais um “supersalto”.

Mera vai para rochas entre o farol e o mar
e lá ela se perde em pensamentos. Ela se lembra de uma conversa com o pai,
contando que conheceu o Aquaman e ele não quer destruí-los, não quer o trono da
Atlântida e nem sabe que a colônia deles existe e que ele é nobre. O pai encara
ela em silêncio por alguns instantes, ele usa uma armadura e capacete que me
parece uma versão upgrade da armadura dos homens treinando com Mera, e não
podemos ver seu rosto. O pai de Mera não quer saber e pretende matar Aquaman
mesmo assim, Mera não concorda e se põe contra o pai e em defesa do Aquaman, a
situação culmina no pai banindo-a pra sempre da colônia.
Aquela funcionária do mercadinho que era
assediada pelo gerente se aproxima e lhe dá rações e brinquedos para seu cão.
Essa mulher avisa que seu número de telefone está no meio dessas coisas e que
Mera pode lhe telefonar quando precisar, que a mulher está do lado dela.
Mera alimenta seu cão dentro da casa e topa com o Aquaman. Ele está
terminando de vestir seu traje de herói, aparentemente este momento ocorre
alguns minutos depois dele chegar a casa no final da história anterior. Mera
tenta contar ao seu marido o que aconteceu na cidade, mas ele a interrompe
dizendo que eles precisam ver o Dr. Shin porque o biólogo vai revelar-lhes quem
afundou a Atlântida.
Debaixo
D’Água (Universo DC #0)
Está
história se passa há seis anos no passado, um ano antes da formação da Liga da
Justiça nos Novos 52. Nosso herói ainda não era conhecido como Aquaman. Tem
carros de polícia na frente da casa ao lado do farol e uma ambulância deixando
o local.
Ouvimos uma transmissão de rádio informando que um caçador de tesouros
conhecido somente como Arraia Negra atacou a residência e o zelador do farol
Thomas Curry foi levado para o hospital. O locutor comenta que há poucos dias
Thomas Curry negou a revelação do Dr. Shin de que o filho do faroleiro seria um
“atlante”.
No hospital,
Thomas Curry está à beira da morte e pede ao seu filho para depois que ele
tiver partido, ajude o Aquaman sair pelo mar e encontrar a Atlântida. Ainda
pede que Aquaman faça isso por ele e encontre a mãe e conte a ela que ele a
ama, e que ele nunca parou de procurar por ela. E o pai do Aquaman morre.
A história
pula para Aquaman sentado na sala de estar da casa ao lado do farol. Uma turba
de repórteres está na frente da residência dispostos a ficar lá por um tempo
para conseguir um furo de reportagem. De lá de fora eles fazem perguntas,
querem saber se ele respira embaixo d’água, se é da realeza atlante e tudo que
puderem sobre a Atlântida. Algum deles comenta que o Aquaman terá que sair
porque terá que comparecer ao funeral do pai que é naquele dia. Arthur Curry
perde a paciência, derruba a porta da frente e sai, ele rasga a camisa e corre
para o penhasco ao lado da casa e se joga no mar, Aquaman mergulha e vai
embora. No meio dos atônitos repórteres estava o Dr. Shin, que tenta falar com
o herói e este se o ouviu não deu importância.
Aquaman vaga pelos mares por algum tempo
até ser atacado por um tubarão branco de mais de dez metros. O herói loiro luta
com o tubarão e usa seu poder de controlar a fauna aquática para dissuadir o
tubarão de seu intento e o peixe parte.
Aquaman nada para a superfície da água e
avista um iate durante uma tempestade prestes a se chocar contra uns rochedos.
Aquaman se lembra de um momento na sua infância quando ele quer saber por que o
pai não é capitão de um navio e o pai lhe responde que ficar em terra firme pra
ajudar os capitães e olhar pelas costas. O herói, então, impede o iate de bater
nas rochas.
Depois da tempestade o iate fica ancorado perto de uma praia. No iate
estavam um homem e sua filha. Ele conversa com a garota e conta que ele é da
Atlântida, porém ele procurou pela cidade submersa pelo oceano por meses e não
achou. O pai da garota escuta a conversa e conta que ouviu falar de um homem
que dizia que era da Atlântida, só que ninguém acreditava nele e por isso ele
era motivo de piada, que ele morava numa aldeia de pescadores na costa da
Noruega e seu nome era Vulko.
Aquaman vai
até lá, encontra o Vulko e vai se apresentar, mas Vulko o reconhece
imediatamente porque ele tem os olhos da mãe, a rainha da Atlântida. Vulko leva
Aquaman para dentro de sua casa, pois segundo ele os atlantes o vigiam e
poderiam estar observando-os naquele instante. Vulko revela que foi conselheiro
do avô do Aquaman e depois de sua mãe antes dela morrer.

Vulko conta a história de como os pais do
Aquaman se conheceram. Thomas Curry estava numa embarcação que foi a pique
durante uma tempestade que foi chamada de Raging Eye (Olho Raivoso), uma tempestade
fictícia gigantesca que cobriu todo o centro do Oceano Atlântico e que não teve
explicação para acontecer. A Rainha Atlanna salvou Thomas Curry de se afogar e
os dois se apaixonaram. Ela engravidou e pediu para ser liberada dos deveres do
trono para que pudesse ficar com Thomas, em vez disso ela foi presa e conseguiu
escapar prestes a dar a luz, Aquaman nasceu perto da costa. A Rainha deixou o
bebê com Thomas e retornou à Atlântida para evitar represálias contra seu filho
e o pai dele.

De volta à Atlântida, um casamento foi arranjado entre ela e o capitão
da guarda atlante e nasceu o segundo filho dela e meio-irmão de Aquaman, Orm.
Quando o segundo filho fez 12 anos, o pai dele foi morto e Atlanna tentou fugir
mais uma vez. Vulko iria ajudá-la na fuga, só que a Rainha foi assassinada na
noite que fugiria, Vulko crê que isso foi obra de Orm que se tornou o rei da
Atlântida. Vulko acusou Orm de assassinato e atlantes leais ao novo rei
tentaram matá-lo para silenciá-lo, portanto Vulko partiu da Atlântida e foi se
refugiar nessa aldeia de pescadores na Noruega.
Vulko possui
um mapa que mostra a localização do arsenal do “rei morto”, com os mais
poderosos artefatos atlantes, incluindo o tridente indestrutível desse tal rei
morto, que obviamente é o tridente que vemos com o Aquaman na atualidade. E ele
ainda possui um colar com jóias atlantes, o mesmo colar que Aquaman usa no
primeiro arco da Liga da Justiça nos Novos 52, segundo Vulko essas jóias
estavam na coroa do rei morto antes dela ser destruída. O ex-conselheiro conta
que esse rei morto a que se refere foi o criador da Atlântida e seu primeiro
rei antes dela afundar no mar, como o Aquaman é descendente dele e irmão mais
velho de Orm, então o trono da Atlântida é dele por direito.
Pra completar, Vulko pinta a caveira de Orm, dizendo que ele é perigoso
e cruel, e que seu reinado é duro e violento. Para Vulko, Aquaman é o salvador
dele e da Atlântida e será um grande rei que levará a cidade submersa de volta
à glória.
Em seguida,
Vulko guia o Aquaman de volta à Atlântida que fica bem fundo no mar. Perto de
Atlântida tem as ruínas de partes da cidade antes dela afundar no mar.
Atlântida fica escondida no fundo de uma espécie de cratera imensa e bem no
meio da cidade tem uma estátua gigantesca do Orm, alguns prédios parecem ter
sido talhados nos rochedos em volta da cidade, e tem dois atlantes em cima de
cavalos marinhos enormes.
Considerações:
Bom, viram
que o Aquaman caiu da nave bem alto no céu e não morreu? Foi sobre isso que
falei anteriormente, que a força e resistência do Aquaman aumentariam
gradativamente durante a série. Aguardem que ele vai ficar mais resistente
ainda.
Aparentemente
o Aquaman não sofre mais aquele lance de enfraquecer por ficar mais de uma hora
fora d’água, dá pra notar isso porque ele e a Mera dormem no quarto da casa ao
lado do farol. Isso do Aquaman ficar muito debilitado no deserto foi uma coisa
esperada, ele ficou vagando pelo deserto durante horas e com a perna direita
muito ferida e perdendo muito sangue, depois que ele arranca o estilhaço da
perna ele deixa um rastro de sangue por onde passa. Ouvi falar por aí que um
ser humano consegue sobreviver no calor de um deserto por volta de 8 horas sem
beber água, portanto um com aquele ferimento na perna deve ter seu tempo de
sobrevivência bem diminuído. Na verdade, se fosse um humano comum com aquele
ferimento no deserto, perdendo tanto sangue daquele jeito, não teria durado
tanto tempo quanto o Aquaman.
Eu acho que
a foi por causa dessa ferida na perna que o Aquaman não deu aqueles saltos
absurdos que vimos ele fazendo no arco anterior. Porque se ele conseguisse
saltar talvez conseguisse sair do deserto ou pelo menos poderia ter uma visão
melhor alcançando uma altura elevada no salto e enxergar os limites do deserto,
uma construção, um oásis, algo que lhe ajudasse naquela situação.
Não se
preocupem, será explicado no futuro quem é o tal inimigo que planeja afundar a
Atlântida ao qual o comandante se refere no holograma e porque aqueles atlantes
foram na base da marinha roubar aquele objeto em forma de “A”. Eu vou guardar
essas informações até o momento que resenhar as histórias em que elas são
reveladas.
Na história
da Mera, dá pra ver seu temperamento agressivo e rebelde. Isso é bastante
compreensível, pois segue o retcon de antes dos Novos 52 de que ela vem de um
reino submerso que antes era uma colônia penal atlante, ou seja, a população do
reino dela descende de criminosos atlantes. Creio eu que essa colônia penal era
de segurança máxima, os atlantes mandavam pra lá só os piores e mais perigosos
criminosos. E esses criminosos foram esquecidos lá e não tinham como sair,
então eles formaram seu próprio governo e criaram suas próprias leis. Consegue
imaginar um reino criado pela escória de uma sociedade?
Além disso,
a Mera era a princesa, ela estava acostumada a estar acima dos seus súditos e
ter privilégios típicos dos monarcas. Tendo em mente esses detalhes era
previsível seu comportamento durante a história: ela não aceita que lhe apontem
armas para contê-la, não reconhece a autoridade da polícia, não respeita as
leis da superfície, etc. Por pouco ela não mata um homem que ameaçava a própria
filha, ela já tinha desarmado e debilitado o agressor e ignorava os protestos
da polícia, Mera só parou porque a filha dele implorou que o poupasse. E dali
ela simplesmente parte sem prestar contas à polícia. Eu avisei que seu
temperamento agressivo iria piorar no decorrer da série, lembrando bastante o
temperamento do Adão Negro.
Esse ataque
do Arraia Negra ao farol que acarretou a morte do pai do Aquaman também será
explicado no futuro. Novamente esperarei resenhas futuras para entrar nesses
detalhes.
O Nuidis
Vulko está bastante diferente nos Novos 52, antes do reboot ele era um velho
gordinho com cabelos completamente brancos, com bigode e cavanhaque semelhantes
aos do Arqueiro Verde na era de prata, ele era um dos maiores cientistas
atlantes e conselheiro do rei. Nos Novos 52, Vulko rejuvenesceu, agora ele
parece estar no máximo com 50 anos e mais ou menos da mesma altura do Aquaman,
embora ainda continue careca no topo da cabeça o resto do cabelo é totalmente
preto e longo que ele usa num rabo de cavalo, e agora usa uma barba e bigode.
Em contrapartida, o Vulko agora está mais parecido como era na sua primeira
aparição na revista estadunidense “The
Brave and the Bold V1 #73”.
Nos Novos
52, a Atlântida é uma única cidade submersa como era na era de prata, diferente
de após Crise nas Infinitas Terras até o reboot quando Atlântida era um reino
formado por duas cidades: Poseidonis e Tritonis. Poseidonis era a capital do
reino, o Aquaman era rei dela, Tritonis tinha seu próprio rei e rainha, mas
eles eram regentes somente de Tritonis e vassalos do rei de Poseidonis. Outra
diferença entre as duas cidades era que os habitantes de Tritonis tinham uma
cauda de peixe da cintura pra baixo do corpo, isso poderia explicar as lendas
de sereias avistadas por marinheiros no DCU, enquanto que os habitantes de
Poseidonis tinham pernas e pareciam humanos mesmo. Os nomes das duas cidades
foram escolhidos propositalmente: Poseidonis deve ter sido escolhido por causa
do deus grego dos mares Poseidon, e Tritonis por causa de Tritão, um dos filhos
do deus Poseidon. E a cidade ser chamada de Tritonis cai com uma luva, pois
seus habitantes eram “tritões”.
Outra coisa
que senti falta foi da cúpula protegendo a Atlântida, Poseidonis e Tritonis
tinham cada uma sua cúpula que as cobria, até na era de prata existia uma
cúpula que recobria a Atlântida. Essa cúpula de Tritonis tinha sido destruída
na guerra entre a Atlântida e uma nação chamada Cerdia e não tinha sido
reconstruída desde então.
Outro
detalhe a salientar é que a arquitetura dessa Atlântida dos Novos 52 está
diferente da arquitetura de antes do reboot. Antes dos Novos 52, tanto
Poseidonis quanto Tritonis eram cidades muito avançadas tecnologicamente,
parecia que você estava olhando pra uma cidade futurista embaixo d’água, como
se a Nova Metropolis do tempo da Legião dos Super-Heróis fosse parar no fundo
do mar.
Já nos Novos
52 a Atlântida tem arquitetura similar à da Grécia antiga com as construções
feitas de pedras. Parece que olhamos pra Atlântida do Universo da Marvel, ou
pior ainda, parece que olhamos para Snorkland, a cidade dos Snorks, ou a cidade
submersa da Pequena Sereia, do desenho homônimo da Disney.
Esse rei
atual da Atlântida e meio irmão do Aquaman era o Mestre dos Oceanos antes dos
Novos 52. Na era de prata, o Mestre dos Oceanos era Orm Curry, ele era filho de
Thomas Curry com outra mulher, o pai do Aquaman se casou após a morte da mãe
dele e teve um segundo filho. Orm cresceu revoltado e com inveja do Aquaman
porque Orm era humano e não conseguia respirar embaixo d’água e nadar tão bem
quanto o irmão que era meio atlante. Ele teve amnésia por algum motivo, só
conseguindo se lembrar do próprio nome, mas escolheu um novo sobrenome para si,
se tornando Orm Marius. E virou um bandido que atuava em alto mar e assumiu a
alcunha de Mestre dos Oceanos. Durante sua primeira batalha com Aquaman, o
herói conseguiu ver seu rosto e reconheceu o irmão. O Mestre dos Oceanos sempre
teve ódio mortal do Aquaman, mas nunca conseguiu recuperar sua memória e se
lembrar que era ele e Arthur Curry eram meio irmãos.
Na fase de Peter
David, Orm era meio atlante. Ele também era filho do mago Atlan
só que com uma mulher do povo inupiat, que chamam vulgarmente de esquimós.
Mesmo sendo meio atlante, Orm puxou sua mãe humana e não podia respirar embaixo
d’água. Ele tinha ódio mortal do Aquaman porque quando jovem o nosso herói foi
parar no Alaska e se apaixonou por uma garota inuk e ela retribuiu esse
sentimento, ocorre que o Orm morava perto dali e era apaixonado pela mesma
garota. Orm encontrou os dois dormindo após uma noite de amor e enquanto
Aquaman dormia, ele feriu muito a garota deixando-a perto da morte. Mais tarde
ele se tornou um pirata da era contemporânea com um traje especial que o
permitia respirar embaixo d’água, acho que era mágico, e quis se vingar do
Aquaman e daí surgiu o desejo de dominar a Atlântida. Existia uma lenda atlante
que fala que dois irmãos irão sempre batalhar pela regência da Atlântida, não
sei se era alguma maldição ou só uma superstição, mas isso aconteceu várias
vezes durante a história atlante. E o Aquaman sabia que o Mestre dos Oceanos
era seu irmão, mas não sei se Orm chegou a descobrir essa informação. O Mestre
dos Oceanos também se identificava como Orm Marius, mas não sei se esse era o
sobrenome dele mesmo ou se ele o escolheu quando se tornou um criminoso que nem
na era de prata.
E agora nos
Novos 52, Orm é meio-irmão do Aquaman, mas ele é 100% atlante. E convenhamos
que esse nome “Orm” é um nome estranho pra caramba, agora ele sendo atlante o
nome faz mais sentido. Engraçado é que nos desenhos da Liga da Justiça que o
Aquaman apareceu, o Orm era um irmão dele completamente atlante e que armou um
golpe pra tomar o poder da Atlântida, embora não tenha assumido a identidade de
Mestre dos Oceanos. E teve um episódio de Batman – O Bravo e o Destemido que o
homem-morcego vai até a Atlântida e o Aquaman tem um irmão chamado Orm que se
junta ao Arraia Negra e nesse desenho ele se torna o Mestre dos Oceanos. Os
dois desenhos previram que o Geoff Johns tornaria o Mestre dos Oceanos num
atlante, ou foi deles que o Johns tirou inspiração pra torná-lo um atlante? E
ainda destaco que tanto no desenho da Liga da Justiça quanto nesse episódio de
Batman – O Bravo e o Destemido, a cidade submersa tinha cúpula sobre ela.
Parece que Geoff
Johns retornou a
mitologia do Aquaman à era de prata e foi criando coisas novas a partir de lá.
Eu acho uma pena porque a Atlântida de depois de Crise nas Infinitas Terras é
indiscutivelmente mais interessante e rica que a da era de prata. Porém o Johns
está seguindo essa onda dos Novos 52, de ser tudo novo e diferente.
Por Pablo Sarmento
Fonte: Terra Zero