Taí uma duplinha que veio pra dar
certo. E não, não estou falando exatamente de Clint Barton e Kate Bishop, mas
sim de Matt Fraction e David Aja. É algo herdado das aventuras do Punho de
Ferro (junto também com Brubaker) e que se repete em Gavião Arqueiro. Além da magnânima
narrativa visual, cada revista é um pedacinho que dá um algo mais no todo da
trama que vai se formando. E as edições que seguem exemplificam bem isso.
Na edição 12 original publicada aqui
no Brasil de Capitão America & Gavião Arqueiro 12, Francesco Francavilla dá
um belo flashback no passado dos Bartons. Barney faz uma ligação pro irmão
pedindo ajuda, dinheiro principalmente. Marcam um horário, mas parece que o
Barton não estava na hora. Pra piorar topa com a gangue do agasalho e até faz
uma aposta ridícula para eles o socarem em troca de grana. Enquanto apanha,
Barney lembra da época em que o pai durão batia em Clint e como ele tentou
ajudar o irmão a se defender. Desde aquela época, Barney aguentava por
sua cara literalmente a tapa. Pena que levou um calote dos caras de agasalho
desta vez.
Depois de acordar na sarjeta, mais
gente da gangue volta ao beco ofertando dinheiro em troca de dar uns sopapos em
Barney (sabe-se lá porquê). Por dois minutos. O cara aguenta o tempo
cronometrado. Depois, é a vez dele dar o troco. E coitado desses caras! Mais
pra fim do dia, Barney volta a ligar pro irmão e finalmente eles se encontram a
noite. Por mais que tenham suas diferenças, os Bartons cuidam um do outro.
A edição 13 só continua em Capitão
America & Gavião Arqueiro 14 do Brasil (viram a capa bacana do Vitor
Caffagi?). Ela dá um outro ponto de vista a mesma história do Barney e do
Sortudo. Depois que atendeu um chamado dos Vingadores, Clint Barton recebeu a
notícia triste da morte do vizinho. Foi um dia sombrio que ele tirou para se
embebedar e acabou não ajudando muito quando os policiais vieram interrogá-lo.
O pior ainda estava por vir: dar a notícia pessoalmente ao pai do Grills. Foi
de cortar o coração.
Mais tarde, ele e Kate se arrumam
para o enterro do vizinho e mais uma vez Clint parece mais quebrado que
qualquer herói (pobre da Kate que tem que aturá-lo). No enterro, sem ele saber,
a gangue do agasalho e seu chefão observam a coisa de longe. Certamente estão
tramando algo enquanto estão todos fora dali. Quando Barton chega no prédio de
volta, percebe um sapato jogado na rua (o mesmo do cara que Sortudo
atacou, lembra?). E é naquela mesma noite que Barney Barton chega.
Enquanto ele estava usando o banheiro, ocorre a tal briga da Kate com Clint.
Barton está sem parceira, sem cachorro. Mas agora tem o irmão.
Mas o que Kate esteve fazendo esse
tempo todo? Quem leu as edições 13 e 15 da revista mensal (originalmente a
edição 14 e uma anual) vai acompanhar as aventuras da senhorita Bishop na Costa
Oeste. Na primeira delas, vemos a garota entrando numa enrascada num grande
hotel em Los Angeles. Seu cartão de credito deu problema (teria sido o pai
depois da péssima conversa que tiveram no último encontro?). Pra piorar, ela
viu seu carro sendo guinchado e os mensageiros do hotel roubaram suas malas.
Fora isso, o gerente cortou seu cartão dizendo ser orientado pela administradora
a fazer isso. Era uma bela enrascada. Por sorte, uma das hospedes do lugar
estava ali para ajudá-la Whitney Frost.
Acredito que a maioria dos leitores
devem ter associado o nome a pessoa. Tudo aquilo era uma vingança armada pela
Madame Mascara que queria literalmente a cabeça da guria desde Madripoor. E
tudo poderia dar muito certo se a Kate não fosse uma menina pra lá de esperta.
Fingiu não sacar a trama da vilã e aceitou a ajuda. E com todo o seu jeito
pentelho, Bishop virou o feitiço contra a feiticeira e acabou detonando de vez
o carro, a mansão e até o estoque de MVAs de Whitney. Mas o problema financeiro
dela ainda continuava e assim a riquinha passou pelo seu primeiro grande
desafio da vida - trabalhar pelo seu próprio dinheiro.
Kate acabou garantindo o lugar pra
ficar ao aceitar ser babysitter de um gato de duas senhoras que viviam num
trailer em uma praia da cidade. Ainda assim, não era o suficiente para
sobreviver. Daí, veio a ideia de ser uma heroína de aluguel e seu primeiro caso
foi logo da vizinhança. Misteriosamente alguém tinha roubado as orquídeas que
seriam usadas em um casamento e tudo levava a crer que o autor fosse Flynt
Ward, um ricaço da cidade que ninguém tinha coragem de se meter. Kate tentou de
todas as maneiras pegar de volta as flores, mas sem sucesso. Então, apelou,
vestiu o arco e tentou tirá-la a força (sem sucesso também). A última estratégia
foi mais ousada: Permitiu ser atropelada pelo carro de Ward e registrou tudo
pelo celular. Foi o suficiente para garantiu a prisão do sujeito e pegar as
flores de volta para seus vizinhos. Mas o pior a Kate não sabia - Ward tem
ligação íntima com a Madame Mascara. E a repercussão disso só saberemos nas
próximas edições.
Já não adianta analisar a parte
referente aos Bartons, afinal a cada nova história, só tenho elogios a trama
que se monta. Mas dessa vez temos um grade diferencial quando o roteiro se
divide para longe da costa leste e acompanhamos a Kate. Daí, dois novos
desenhistas assumiram e foram espetaculares na narrativa - Javier Pulido e Anni
Wu. A dinâmica efervesceu histérica como é o jeito de ser da Jovem Vingadora e
muitas vezes recorreu a duas maneira diferentes para mostrar os balões de
pensamento da garota. Por mim, poderiam até dividir em duas revistas diferentes
que eu acompanharia no mesmo entusiasmo de boa. É a história que tá salvando a
revista mensal brasileira, por sinal. Vai ser mesmo uma pena quando acabar...
Por Coveiro
Fonte: Universo Marvel 616
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