Chegamos ao terceiro post do Planeta
MEGABLOG Clássicos, um projeto em conjunto com meu parceiro ANT do MEGABLOG.
Dessa vez, a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda ressurgem no
século XXXI, nessa mega saga em doze partes publicada entre 1982 e 1985.
A saga chega a seu clímax quando os
defensores da Terra vão até o planeta onde Morgana comanda seu exército junto
com seu filho Mordred. Uma batalha épica entre as forças do bem contra o mal,
com muita ação.
Mas, a história é muito mais do que
isso. No processo de trazer os cavaleiros de volta, nem tudo aconteceu como o
planejado. Tristão retorna no corpo de uma mulher, mas seu coração continua a
pertencer a Isolda. Temos aqui, uma das primeiras vezes (pelo menos que eu me
lembro) em que uma relação entre pessoas do mesmo sexo é retrada com
profundidade nos quadrinhos.
Percival, na mitologia original, é
um cavaleiro tão nobre, a ponto de ser o único a encontrar o Santo Graal, dessa
vez, por um acidente, é um monstro com aparência disforme, o que dá um
excelente contraponto com seu coração puro e gentil. Galahad é um samurai
japonês e Gawain é sul africano, mas todos mantêm a mesma essência original. O
triângulo amoroso entre Arthur, Guinevere e Lancelot também está presente.
Manter todos esses elementos dentro
do contexto num futuro distante, foi uma jogada ousada e acertada do escritor
Mike W. Barr. Todos os acontecimentos da lenda de Arthur foram apresentados,
mas adaptados para os personagens renascidos naquele ambiente caótico e
futurista, fechando mais um ciclo dessa rica mitologia.
Também foi uma oportunidade bem
aproveitada de desenvolver toda a complexidade dos principais personagens, até
mesmo a relação complexa entre Le Fay e seu filho bastardo Mordred.
Os desenhos são de Brian Bolland (A
Piada Mortal), que dispensa apresentações com seus traços hiper realistas.
A editora Abril publicou essas
histórias dentro do mix das revistas Batman (a partir da edição #2) e
Superamigos, e posteriormente lançou em três volumes, ainda em formatinho. A
editora Mythos lançou em forma de encadernado em 2005, e a Panini em 2010, num
encadernado de luxo, capa dura.
Um verdadeiro clássico da DC Comics,
uma obra praticamente perfeita, que vale a pena ler e reler várias vezes.
Por Roger
4 Comentários
eu comprei Camelot 3000 # 3 em 2013 eu acho! em uma banca Sebo que tem raridades como essa revista! falta eu comprar ou os outros números! o Trsitão/Tristã " reencarnou" em um corpo de Mulher e é apaixonado por outra mulher!! rola beijo na boca e até um "frentista"acha esquisito esse relacionamento! ele pensa quando passa o Tristão , "que desperdicio essas duas Gatinhas se pegando"!!! já vi a capa Online desse encadernado!! vou ler essa semana mesmo! ótima recomendação Roger!! Marcos Punch
ResponderExcluirValeu Marcos! Imagina uma história assim em 1982! Abordou o tema de forma bem adulta na minha opinião. Hoje o pessoal faz alarde sobre a homossexualidade de alguns heróis, ou até mesmo forçam algumas situações para que um determinado personagem seja homossexual, mas Camelot 3000 tratou do tema de forma séria e até mesmo com certa dose de dramaticidade.
ExcluirOlha aí mais uma preciosidade dos anos 80. Roger, não sabe a nostalgia que me bateu olhando a capa daquele Batman em formatinho da Abril, eu só não vi como ficou no especial da Panini em capa dura, mas acompanhei nas revistas que falou. Essa mini foi inovadora em vários sentidos, foi fundo na questão de reencarnações e como cada um deve lidar com o que o destino faz, o amor de Tristão e Isolda além da barreira moral e física, um amor lésbico claro nas HQs em plena década de 80, antes da avalanche de Cavaleiro das Trevas e Watchmen, Camelot 3000 veio na frente avisando que as coisas iam mudar, a arte de Bolland, detalhada e brilhante, contrastando com o tom sombrio de um dos seus maiores trabalhos: A Piada Mortal. Todo fã de quadrinhos tem que conhecer essa saga. Abraços!
ResponderExcluirExatamente Giuliano! Estamos falando de 1982. Embora alguns temas mais sérios já foram abordados anteriormente (Lanterna e Arqueiro lidando com as drogas, Homem-Aranha lidando com a frustração de não conseguir salvar a vida de sua amada Gwen, etc), mesmo assim, Camelot 3000 conseguiu levantar essas questões e ainda assim, manter a essência da mitologia do Rei Arthur. Um clássico em cada sentido da palavra.
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