Veja
a análise do Planeta sobre o encadernado Batman – A
Noite das Corujas, lançado pela Panini.
Por mais de um século, a Corte das Corujas
governou Gotham em segredo com crueldade e ganância irrefreáveis. Até o dia em
que entrou em conflito com o Batman… Após ser capturado, o maior dos
vigilantes da cidade conseguiu escapar das garras da Corte
com sua mente e seu corpo quase esgotados. Uma batalha vencida pelo
Homem-Morcego, com certeza, mas apenas o prenúncio de uma guerra muito maior.
Depois de atacar o herói, a cabala secreta agora mira um alvo muito maior: a
própria Gotham City! Com sua identidade secreta, seu lar e a confiança de seus
amigos em cheque, o Cavaleiro das Trevas terá de enfrentar um
exército de garras programados para destruí-lo, sob o risco de ver seu mundo e
tudo que acredita queimar!
Análise:
A
Corte das Corujas dominou Gotham sem o conhecimento do Batman. Mas a história
mudou, e as duas “lendas” de Gotham entram em conflito direto. A situação foge
do controle quando a Corte envia todo o seu exército de Garras para matar as
pessoas mais proeminentes da cidade, Batman tem sua identidade descoberta, Dick
Grayson havia sido escolhido para ser um Garra antes de ele ser acolhido por
Bruce Wayne, e um grupo de Garras invade a Mansão Wayne, o que inclui a
Batcaverna.
Enquanto
Alfred emite um sinal de socorro para a batfamília para que eles possam ajudar
socorrer as vítimas importantes de Gotham, Bruce tenta defender seu lar, sua
vida e seu mordomo. Um confronto violento que mostra todo o preparo e a
estratégia de Bruce ao fazer uso de todos os recursos que seu lar e sua
tecnologia podem prover. É nesse confronto que vemos o Batman usar uma armadura
de guerra que me lembrou a armadura usada em Cavaleiro das Trevas de Frank
Miller. Uma batalha de tirar o fôlego que durou duas edições.
Após
derrotar esses garras, Batman ainda tem tempo de tentar ajudar seu “aliado”
Lincoln March, candidato à prefeito de Gotham, mas chega tarde demais para
evitar a morte dele. Ainda assim, Batman consegue em suas investigações
descobrir a sede da Corte, só para encontrá-los todos mortos, à princípio
parecendo com um suicídio em massa.
É
chegado um momento de descanso, que não dura muito. Batman descobre o
verdadeiro responsável pelas mortes dos membros da Corte e de toda a trama
principal – Lincoln March. Mais uma luta de proporções épicas onde só poderia
terminar com a destruição total de um prédio pertencente à iniciativa de Bruce
reconstruir Gotham.
Aqui
podemos ver a primeira tentativa de Scott Snyder em “mexer” com o passado do
Batman. Lincoln seria apenas uma vítima de um passado solitário e abandonado
pelos pais, sendo acolhido pela Corte e levado a acreditar que é o filho caçula
dos Wayne. Até aí, seria fácil de entender que tudo não passava de uma lavagem
cerebral sofrida por March – poderia ter acontecido algo parecido com Dick. A
questão é que, segundo Bruce, ele realmente teve um irmão mais novo, que
supostamente morreu prematuramente. Num longo e revelador diálogo com Dick
Grayson nas páginas finais, até mesmo Bruce diz não poder afirmar 100% que seu
irmão morreu mesmo ou não ainda recém-nascido. É Snyder mostrando que tem carta
branca para afetar o passado do Batman como os fãs o conhecem.
Os
desenhos de Greg Capullo é um atrativo à parte, mostrando uma técnica de
narrativa fluente e cheia de detalhes. Snyder também mostrou grande habilidade
ao conduzir cenas de lutas bem longas e com várias reviravoltas, além da longa
e significativa conversa final entre Bruce e Dick que foi um dos pontos altos
desse arco. (Leia a análise da primeira parte desse arco aqui).
Leitura
recomendada
Por Roger
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