E ontem tivemos o fatídico
fim, o dia em que o universo Marvel que era antes ressurgiu
como um novo. Não é um reboot, não é um relauch! É praticamente uma maneira
mais certeira e bem escrita de aparar pontas soltas e colocar nos trilhos a
cronologia que estávamos acompanhando há mais de 50 anos. E o site Comic Book
Resources pegou o autor de tudo, Jonathan Hickman, e seu editor
responsável, Tom Brevoort, para dar as últimas explicações sobre a saga.
Confira os principais trechos do papo deles a seguir:
"As pessoas são livres para interpretar a história da maneira como elas
quiserem, mas eu acho que alguém pode argumentar que Destino foi, por muito
tempo, a pessoa mais heroica dessa história, e eu acho que você pode argumentar
no final que ele venceu tanto quanto qualquer outro. Isso é uma das coisas mais
legais dessa história" disse Hickman sobre o final do então maior
protagonista da história até o momento em que ele perdeu tudo ao reconhecer
Reed como alguém melhor. "Eu
não sei se o Destino confessou algo assim antes, especificamente. Você pode até
encontrar algo em alguma história, provavelmente. É provável que alguém prove
que eu estou errado nos comentários, mas foi um grande momento em que Destino admite
isso, e isso lhe custou tudo. Foi algo grande tanto figurativamente como
literalmente" disse ele.
"As últimas páginas da edição 9 que saiu tem um grande impacto, apesar
de que o Destino tem andado por aí já em 'Invencível Homem de Ferro' com a face
curada e perfeitamente normal" explicou Brevoort. "Todo mundo quis saber o que aconteceu e como
foi que Destino conseguiu curar seu rosto" disse ele sobre como foram
ainda mantidas as expectativas mesmo com tal revelação antecipada. "Quando você lê a ultima página, ainda é pego
de surpresa. Ainda tem aquele teor de revelação, mesmo que você já saiba como
ele iria ficar".
"É efetivamente um novo multiverso" disse Brevoort sobre
como será o status quo daqui pra frente. "A maior e mais importante coisa aqui que ninguém no mundo irá gostar, e
é a única coisa que eu ainda fico cutucando, é o fato de que o universo Marvel
não será mais o 616. Eu nem sei se no final das Guerras Secretas há ainda
seiscentos e dezesseis universos. Mas haverá infinitos deles. Realidades que
nós conhecíamos e outras novas que nunca foram visitadas serão constantemente
criadas, e então mapeadas e exploradas por Reed Richards e sua família. E eles
começaram restaurando aquele Universo Marvel. Então, realmente, agora ele é o
Universo Prime (ou poderíamos traduzir como Universo Primordial?)".
"Toda a coisa foi organicamente acontecendo, e que trabalhou em nosso benefício, foi que estávamos antecipadamente escrevendo essencialmente o que seria a última história do Quarteto Fantástico" disse Jonathan Hickman, que ficou célebre pela sua passagem memorável pelo grupo anos atrás. "Eu me lembro de estar numa reunião quando isso estava ficando óbvio e eu perguntei a Mark Waid se ele estava de boa com aquilo, com o caminho que estávamos tomando. E ele estava. Eu tinha a bênção de Mark Waid, que foi o mais importante pra mim. Nós meio que concordávamos com o jeito que a coisa estava sendo tomada".
"Até certo ponto, nós decidimos que essa seria a última história do Quarteto Fantástico, ao menos por um tempo próximo" disse Brevoort categoricamente. "Nós não começamos necessariamente com esse objetivo lá no começo em Vingadores #1. Dito isso, foi quase que um ponto final natural porque muito dessas coisas foram criadas organicamente na fase do Jonathan no Quarteto Fantástico. Meio que serve como uma pedra fundamental em tudo isso".
Brevoort voltou a salientar que muita
gente achava que antes de chegar ao fim das Guerras Secretas, Reed e sua
família morreria ao final do evento e por isso não estavam no novo universo. Só
que Reed, Sue e nem sua família morreram. Eles estão vivos e isso foi ainda uma
grande surpresa mesmo com o atraso das Guerras Secretas. Hickman confirmou que
desde o começo pensaram em nunca matá-los e ter um evento livre dessa
necessidade, pois é algo que sente que é desnecessário e que é totalmente o
oposto do que quer dos personagens que trabalhou por tanto tempo.
A grande observação aqui é que a
família que deu início a tudo no Universo Marvel original nos quadrinhos é
agora a que cria o novo universo Marvel. É uma metalinguagem a ser considerada
pelos leitores e que realmente foi uma direção pensada por Hickman. Parte da
Família Fantástica ainda andará por aí, como é o caso de Ben Grim nos Guardiões
da Galáxia e Johnny Storm nos Inumanos. Mas nenhum dos outros está morto,
lembrou Brevoort mais uma vez, e disse que será inevitável revermos Reed, Sue,
Franklin, Val e o resto da fundação futuro em algum ponto mais pra frente. Isso
pode ser mais pra frente ou mais próximo do que imaginamos, mas quando
acontecer, ele espera que seja algo memorável.
A hipótese de ter uma revista com a
Família Fantástica explorando esses universos recém criados não foi descartada
inclusive. Hickman levantou a questão de mais uma vez achar que é ridículo a
Marvel querer se livrar desta franquia de uma maneira definitiva. Brevoort
ressaltou que o Quarteto já passou por altos e baixos antes, mas que nunca foi
de grandes vendagens ou público, mas que as pessoas sempre os viam sendo
publicados mais como uma sensação de conforto. Assim, a revista dá uma pausa
por um tempo agora, assim como Thor já deixou de ser publicado por um tempo
após a Queda dos Vingadores.
"Ainda é um baita gibi pros dias de hoje. E eu acho que a ausência faz
parte do que mexe com as pessoas para que elas o desejem de volta, e aí é só
esperar para termos um grande nome de talento para executar este retorno" disse
Brevoort pra fechar o assunto.
A entrevista é longa e toca em muito
mais. Os dois falam bastante sobre a bela arte de Esad Ribic nesta obra e como
algumas decisões foram feitas por conta do artista nesta última edição.
Discutiram sobre os atrasos que levaram a encerrar a história só esse ano e
como foi propositalmente dúbio a cena do Pantera Negra neste último capítulo.
Fonte:
Universo Marvel 616
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