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Angélica entrevista Evandro e a Blitz no programa VideoGame |
Ícone dos anos 80, banda Blitz ganha biografia ilustrada
em novembro
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A formação atual da banda Blitz, em foto de 2006.
Alguma semelhança
com o Cansei de Ser Sexy? |
“Foi um lance espontâneo”, diz o autor. “Tinha muita gente bacana rodando pelo Rio naquela época, e acho até que foi a última safra dos cariocas dessa espécie. A praia nos anos 80 era um local muito fértil, não era só a galera querendo mostrar os corpos esculpidos na academia, era um caldeirão cultural. O Circo Voador foi montado pela primeira vez ali, entre Copacabana e Ipanema. A Blitz foi a banda que inaugurou o que ficou conhecido como Rock Brasil dos anos 80, e ninguém tinha contado essa história ainda.”
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Show da Blitz no Circo Voador
em 1982.
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Rodrigues conheceu os músicos há 10 anos, quando produzia um programa na faculdade de jornalismo no Rio de Janeiro. “Li uma nota dizendo que a Blitz ia fazer um show de fim de ano. Fui procurar os integrantes e fiz uma matéria sobre o assunto. Depois o empresário me convidou para viajar com a banda para fazer um “Makingoff da turnê”, conta o biógrafo, que passou um ano inteiro em um ônibus com a Blitz. “Fomos para vários lugares. As filmagens não deram em nada, mas me aproximei do Evandro, do Billy e do Juba.”
A primeira lembrança que o autor guarda do grupo, no entanto, é muito mais antiga. “Foi o primeiro show de rock da minha vida. Eu tinha oito anos. A apresentação rolou na Praça da Apoteose em 1984. A galera do meu prédio se reuniu e foi junto, tinha umas 20 ou 30 pessoas na turma, os mais velhos levaram a molecada”, diz Rodrigues, que morava perto da gravadora EMI, no bairro de Botafogo, e ficava esperando encontrar seus ídolos por ali. O apelo da Blitz com o público infantil, aliás, era tanto que a banda chegou a fazer sessões duplas no Canecão, com um show para adultos e uma matinê para os menores de idade.
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Fernanda Abreu e Evandro Mesquita no Canecão, no Rio, em 1983.
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“Ele é uma figura importantíssima. Foi Lobão quem deu o nome pra banda e era ele quem cedia o local onde os músicos ensaiavam. Ele achou que a banda estava infantiloide e rogou uma praga dizendo que a Blitz ia acabar tocando para o Papai Noel no Maracanã”, conta. Pegou: o grupo tocou mesmo para o bom velhinho em um evento naquele estádio em 1982. “No fim das contas foi bom, porque o sonho do Evandro era fazer um gol no Maracanã. Os seguranças ficaram correndo atrás dele, tinha até uns caras vestidos de urso perseguindo, mas ele conseguiu.”
“O Lobão queria que a Blitz tocasse músicas dele”, continua o autor. “Aquele cargo de apenas baterista de uma banda não cabia muito. Tem até uma história de que o Evandro teria dito que se o Lobão quisesse ele poderia ser o George Harrison [guitarrista dos Beatles morto em 2001], mas ele não quis, e acabou pulando fora.” Depois que o músico deixou a banda, o teste para assumir as baquetas na Blitz era tocar o hit “Geme geme”. A levada era complicada, e teve muito baterista que emperrou. Acabou ganhando o Juba, que entrou na banda sob a condição de usar boné, porque era careca e Fernanda Abreu o achava “muito feio”.