Às portas de seu terceiro filme nas telonas,
comemoramos neste mês de março o quinquagésimo aniversário de publicações do
inventivo Tony Stark e seu alter ego famoso, o Homem de Ferro. Se você acompanha nosso site periodicamente, já
deve ter visto nossa postagem sobre as histórias dos bastidores de
criação do herói. Agora, com um ajudinha do leitor do nosso site, Marcos
Dark, vamos revisitar
todas as passagens do herói nos gibis brasileiros. Vamos nessa!
Sua chegada no Brasil veio junto com a vinda da Marvel no
Brasil. Foi justamente naquelas revistinhas distribuídas nos postos SHELL, que
os mais antigos leitores brasileiros conheceram Anthony Stark pela primeira
vez. Tudo começou com o número 0 de Homem de Ferro e Capitão América (julho
de 1967 a
maio de 1970, pela Editora Ebal) , também conhecida como Capitão Z. A
dobradinha de heróis repetia a parceria dos mesmos na HQ americana, na revista
Tales of Suspense. Porém não iniciava as aventuras da origem do herói, mas da
edição n° 67 original. Quem comprou o especial de Marvel 40 anos no Brasil,
ganhou uma edição Fac-Simile da revistinha.
Quatro anos mais tarde, a Ebal resolveu encaixar
nas fileiras do gibi um outro Vingador, criando assim a Capitão América, Thor e Homem de Ferro (junho
de 1970 a
agosto de 1972, pela Editora Ebal). Com o cancelamento da revista do deus
do trovão, formava-se o trio principal dos vingadores em uma única revista, com
suas histórias individuais. O número de páginas da revista era desigual para
dar conta de seus heróis e algumas histórias eram abruptamente interrompidas em
uma edição, para continuar na próxima.
Mas foi pela editora GEA (Grupo de Editores
Associados), que assumiu as publicações depois da EBAL, que o ferroso ganhou
título próprio. Homem de Ferro (1972), apesar da vida curta, foi à primeira
revista solo do personagem no Brasil. Foram 3 únicas edições, publicando as
histórias originais 37, 38 e 39 do Homem de Ferro, na fase de Gerry Conway como
roteirista.
Daí, somente três anos depois, é que tivemos a
volta do herói em Homem de Ferro (abril de 1975 a junho de 1976,
editora Bloch) publicada pela Editora Bloch, famosa por utilizar cores
berrantes nos quadrinhos de super-heróis, foi a segunda revista mensal do Homem
de Ferro no Brasil. Foram 15 edições lançadas, com duas histórias do Ferroso em
cada (em algumas edições três). A Bloch voltou a publicar as histórias a partir
da edição 1 do Ferroso (de 1968) e indo até a edição 39 onde a GEA havia parado.
Com a mudança dos gibis de super-heróis para a
editora Abril, o Homem de Ferro passou a pular por edições de outros
personagens, não tendo mais o destaque anterior dado pelas outras editoras. A
primeira a trazê-lo de volta foi Capitão América (junho de 1979 a outubro de 1995,
editora Abril). Parceiros editorais de longa data, Capitão América e Homem de
Ferro compareceram na estreia dos heróis Marvel publicados pela Editora Abril
na revista mensal do Capitão. As histórias do Homem de Ferro não apareciam
regularmente nesse título, sendo publicadas em uma ou outra edição.
Em Heróis da TV (junho
de 1979 a
outubro de 1987, editora Abril), tínhamos as aventuras do personagem publicadas
de forma mais regular. Isso ocorreu até a edição especial de n° 100. Após a
centésima edição o personagem deixou de ser publicado neste título devido a
reformulação do mix de personagens. Daí, foi em Grandes Heróis Marvel (março de 1986 a setembro de 1997, editora Abril), uma
revista trimestral onde eram publicada sagas fechadas de diversos heróis
Marvel a cada edição, que tivemos boa parte das histórias do ferroso. As
edições dedicadas exclusivamente ao Homem de Ferro são as de n° 11, 20, 41, 48
e 57.
No final dos anos 80, o herói conseguiu uma
minissérie quinzenal, Homem de Ferro (janeiro de 1988 a fevereiro de 1988, editora Abril), que
saiu em 4 partes continuando as aventuras mensais do personagem. Era uma forma
de a editora testar a popularidade do herói, em vendas nas bancas, para
verificar se o mesmo emplacaria uma revista mensal própria. Não emplacou. Foi
posteriormente encadernada em uma edição única.
Também tivemos o ferroso em outra publicação da
Abril, em Graphic Novel (dezembro de 1988), uma série de edições especiais
da editora Abril, com acabamento gráfico diferenciado das mensais. A sexta
edição trouxe uma história do Homem de Ferro totalmente feita em computador,
algo que era novidade na época.
Daí, as histórias do latinha rumaram para O Incrível Hulk (março de1988 a março de 1996,
editora Abril), que seria sua nova casa depois da saída das histórias do
personagem da revista Heróis da TV (que foi cancelada no n° 112) e da tentativa
de publicar um título mensal do personagem. Nesta revista, tivemos as
fases sob a batuta de David Micheline, Denis O’Neill, Bob Layton, dentre
outros...
Daí, as histórias do latinha rumaram para O Incrível Hulk (março de
Em Superalmanaque Marvel (novembro
de 1991, editora Abril), que era um almanaque especial da editora, trazendo
muito mais páginas do que as revistas mensais, tivemos a quarta edição com uma
espécie de dobradinha de heróis. Tinhamos o lado A do almanaque, com histórias
do Thor, e o lado B, com histórias do Homem de Ferro. Outras edições publicaram
histórias originais dos anuais americanos do personagem.
No final dos anos 90, foi criada a revista Marvel 97 (março de 1997 a agosto de 1997,
editora Abril. Com a reformulação editorial da linha Marvel pela Abril, vários
títulos foram cancelados, sendo alguns deles inseridos em uma nova revista mix
chamada de Marvel (seguida dos dois dígitos do ano em que era publicada). Uma
das revistas canceladas foi a do Hulk, lar das aventuras do Homem de Ferro
também. Uma ou outra história foram publicadas nesse mix. Isso pode ter sido um
ponto bom para os brasileiros, que foram privados de contaminar seus olhos com
os eventos de ‘The Crossing’, hoje completamente descartados da cronologia do
Homem de Ferro.
Então, veio o Massacre e o famigerado “reboot” de
alguns heróis da Marvel, lançando assim Homem de Ferro (dezembro de 1998 a novembro de 1999,
editora Abril), juntamente com outros três títulos - Capitão América, Quarteto
Fantástico e Vingadores. Essa fase foi elaborada por artistas da editora Image
que, afinal, surgiram nas páginas das revistas Marvel. O Homem de Ferro foi
desenhado por Whilce Portacio, que anteriormente desenhava aventuras do
Justiceiro e, na Image, publicou o título Wetworks. O projeto fracassou e os
heróis voltaram para o universo convencional um ano depois, havendo assim o
cancelamento de todos os quatro títulos.
Então, com os heróis renascidos, o Ferroso voltou
para Grandes Heróis Marvel (junho de 2000, editora Abril), que
foi o segundo volume da série Grandes Heróis Marvel, ainda mantendo as
características do volume anterior. Apresentou sagas fechadas dos heróis Marvel
a cada edição, porém agora como revista mensal. A quinta edição serviu para
mostrar a volta das aventuras do Homem de Ferro, após a saga Heróis Renascem.
Mas, no mesmo ano, a Abril decidiu realizar uma mudança radical no panorama de
suas publicações. E surge uma nova Grandes Heróis Marvel (agosto
de 2000 a
novembro de 2001, editora Abril), em seu terceiro volume da série, agora como
revista mensal comum, com mix de vários personagens. Parte da linha Premium da
Editora Abril, com mais páginas e formato diferente do chamado
"formatinho", acabou não desagradando os velhos leitores, nesta
resolução bem anti-popular, não durando mais que dois anos de publicação. Foram
essas as últimas histórias do Homem de Ferro publicadas pela editora Abril, que
perdeu logo em seguida os direitos da Marvel para a editora italiana Panini.
Assim que assumiu as revistas no Brasil, a
editora Panini criou uma fórmula bem parecida com a anterior em Marvel 2002 (maio de 2002 a janeiro de 2004,
editora Panini, que mudava o título de acordo com o ano até se encerrar na
Marvel 2004). Nesses dois anos, a Panini publicou boa parte das histórias do
segundo volume do ferroso, incluindo os arcos Controle Remoto e Síndrome de
Frankenstein. Nesta mesma época, saiu Invencível Homem de Ferro
Especial, que saiu em 2005
pela Panini, trouxe o arco “A Melhor Defesa”, onde Tony Stark assume o cargo de
Secretário de Defesa dos EUA.
Com o cancelamento da anterior, surgiu Os Poderosos Vingadores (fevereiro de 2004 e presente até hoje, editora
Panini), que detinha o mix muito parecido com a anterior e o Homem de Ferro
permaneceu em suas páginas. Próximo a saga Vingadores - A Queda, a publicação
das aventuras do herói passaram a ficar irregulares. Posteriormente, a revista
passaria a se chamar Os Novos Vingadores, continuando a publicar histórias do
herói referentes ao terceiro volume de sua série americana. Também publicou os
especiais Iron Man: House of M. O Latinha permaneceu nela até meados de 2010,
quando ganhou mensal própria.
A minissérie O Invencível Homem de Ferro - Extremis (abril
de 2006 a
junho de 2006, editora Panini) saiu em três edições aqui e marcava o início do
terceiro volume das aventuras do Homem de Ferro no Brasil. Com uma arte pintada
por Adi Granov, apresenta a saga Extremis, que serviu como base para a terceira
produção cinematográfica sobre o herói. A continuação deste terceiro volume
seguiu-se em Vingadores.
Criada inicialmente como revista trimestral, Marvel Especial (Janeiro de 2007, editora Panini),
título que apresentava sagas fechadas de heróis Marvel contou em sua
inauguração desse novo título com a minissérie Iron Man: The Inevitable. Também
tivemos mais algumas outras especiais do Ferroso ao decorrer desta fase Panini
em momentos diferentes, com arcos bem fechados, como foi o caso da Homem de Ferro Especial: Arma definitiva e Homem de Ferro Anual, com a minissérie completa Iron Man:
Hypervelocity e a história Iron Man:Réquiem. Em 2012, aproveitando o auge do
filme dos Vingadores, foi também relançado o encadernado Eu sou o Homem de Ferro, reunindo as histórias do herói relacionadas aos
filmes.
Marvel Millennium - Homem de Ferro (maio de 2007 a junho de 2007):
minissérie mostrando aventura solo da versão Ultimate do Homem de Ferro (um
universo Marvel renovado para uma nova geração de leitores). Até então, essa
versão do herói aparecia nas aventuras dos Supremos, uma versão Ultimate dos
Vingadores. Basicamente recontavam a origem de Tony Stark neste mundo. Mais
tarde, tivemos ainda a Marvel Millennium Anual (Janeiro de 2009), revista anual da
linha Ultimate Marvel, com novas versões dos famosos heróis da editora, onde é
apresentada a segunda minissérie solo do Homem de Ferro daquele universo.
Agora falando de outra realidade, tivemos também Homem de Ferro Noir (julho de 2012, editora Panini), aventura solo e
alternativa do personagem, que se passa em um ambiente que remete aos pulps e
ao cinema noir. Única edição especial.
Com o advento da Panini, surgiram janelas para
publicação de clássicos do Ferroso neste meio tempo. Os Maiores Clássicos do Homem de Ferro (junho
de 2008, editora Panini) republicou a saga O Demônio na Garrafa,
originalmente publicada na revista Heróis da TV, da editora Abril, apresentando
a famosa fase onde Tony Stark lida com o problema do alcoolismo. Já O
Invencível Homem de Ferro - A Guerra das Armaduras (maio de 2010, editora Panini): republicou a
saga originalmente publicada nas aventuras do herói, quando saiam na revista
mensal do Hulk, da editora Abril. Além dessas, claro, tivemos duas Bibliotecas Históricas do Homem de Ferro que basicamente juntavam as primeiras edições
ainda da fase Tales of Suspense e a Coleção Histórica Marvel (junho de 2012, editora Panini), especial com
histórias clássicas do herói, selecionadas por destaque e repercussão,
incluindo a primeira original em que o herói assumia título próprio lá.
Voltando para as mensais, tivemos Avante, Vingadores (fevereiro de 2008 a abril de 2010,
editora Panini), que foi a segunda revista mensal dedicada aos Vingadores.
Publicou parte das histórias do terceiro volume do personagem nos Estado Unidos
(que até então eram publicadas na revista Os Novos Vingadores) e início da
publicação da segunda revista americana mensal do herói, chamada The Invencible
Iron Man. Eventualmente, publicava outros especiais do herói, como a Iron Man
2020 (sobre um descendente maligno de Tony Stark), Iron Man: Golden Avenger
(parte da fase A Era Heroica), Iron Protocols, Iron Man: Kiss and Kill.
Mas foi em 2010, com o lançamento do segundo
filme do herói nos cinemas, que a Panini publicou O Invencível Homem de Ferro (maio
de 2010 a
janeiro de 2011, editora Panini), mais um título mensal brasileiro do
mesmo. Aqui, além das mensais, tivemos também a minissérie Identidade Pública,
Homem de Ferro versus Chicote Negro (tema do segundo longa metragem), Eu Sou o
Homem de Ferro!, Iron Protocols, o especial Medidas de Segurança. Um pouco mais
de um ano depois, a revista passou a se chamar Homem de Ferro &
Thor (janeiro de 2011 a atualidade, editora Panini).
Aproveitando o sucesso dos filmes dos dois super-heróis e a proximidade entre
os lançamentos de ambos, a editora decide inserir aventuras de Thor na revista
mensal do Homem de Ferro. Publicou Invencible Iron Man, a minissérie que traz o
mesmo nome da revista brasileira (Iron Man & Thor). Também publicou a série
Iron Man: Legacy, o especial Titanium.
E com essa resenha, conseguimos cobrir de forma
sintética boa parte da passagem do Homem de Ferro no Brasil, que já teve seus
altos e baixos, mas conquistou finalmente um espaço merecido agora nas
publicações. E para quem quiser saber muito mais sobre o herói, não deixe
de acompanhar nossos textos comemorativos dos 50 anos e não perca também nosso
podcast a ser lançado no fim do mês! Até lá!
Coveiro
PS: E mais uma vez, obrigado ao Marcos Dark pela
minuciosa ajuda ao traçar a cronologia do herói no Brasil.
Fonte: Universo Marvel 616
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