Legião dos Super-Heróis: Terra Hostil
Autores: Paul Levitz (roteiro) e Francis Portela (arte)
Editora: Panini
148 páginas
Autores: Paul Levitz (roteiro) e Francis Portela (arte)
Editora: Panini
148 páginas
E a Panini finalmente conseguiu. Não se sabe até hoje se por imposição
contratual, decisão editorial ou estratégia de marketing, a Panini se
comprometeu a lançar TODOS os títulos dos Novos 52 (O mais novo reboot da DC).
E com o lançamento de Legião dos Super Heróis – Terra Hostil, a Panini
cumpre o prometido.
Não sei bem porquê justamente a Legião dos Super Heróis foi o último
título a estrear. Sendo publicado até mesmo depois do spin off da série
(Legion Lost). Sou extremamente fã do grupo mas não sei se eles tem pouco apelo
com o público. Apenas duvido terem menos apelo que Super Choque ou Besouro Azul
(Sorry, JP Mayer).
Mas a ideia não é entender a confusa lógica das publicações em terras
tupiniquins e sim falarmos deste encadernado que nos traz as sete primeiras
edições da série pós-reboot.
Pós-Reboot? Mas teve reboot aqui? Pois é. A cada título que analisamos
fica cada vez mais evidente que a DC rebootou “pero no mucho”. No caso
específico da Legião não teve reboot nenhum (uma das grandes vantagens de ter
suas histórias se passando 100 anos ou mais a frente de todas as outras).
O Reboot da Legião, se é que podemos chamar assim, aconteceu logo depois
dos eventos da Crise Final e de Geoff Johns ter costurado a existência das
diferentes versões da Legião dos Super Heróis ao longo do tempo e de ter
restabelecido a Legião pré-crise como A QUE VALE (ou seja, Johns fazendo o que
Johns faz) na clássica e excelente mini “Legião de três mundos”.
Após a série o título foi entregue novamente as mãos de seu escritor
mais Aclamado. O responsável pelo mais célebre arco da equipe até hoje: “A saga
das trevas eternas”: Paul Levitz. Paul retorna aos quadrinhos depois de um
longo tempo afastado e mantém uma linha bem regular com histórias que não eram
nem uma porcaria, mas também sem maiores destaques.
O arco que inicia o encadernado continua a série exatamente de onde
parou na edição 16 pré-reboot. A equipe encontra-se traumatizada pela morte
recente de vários de seus membros (alguns dos quais não estavam realmente
mortos e sim “perdidos” no século XXI e são os protagonistas da já citada série
Legion Lost). Assim, com a equipe desfalcada somos apresentados a vários
“recrutas” vindos da academia da Legião (aqui vemos novamente Levitz utilizando
mais um dos conceitos clássicos do grupo) e se integrando a equipe sobre a
liderança de Mon-el.
A dinâmica é a já conhecida pelos fãs da Legião. Diferentes equipes,
atuando em diversas frentes em missões que convergem ou não pra um ponto comum.
O primeiro arco conta com 4 histórias e tem como principal vilão um Daxamita
renegado e manipulado pelos “dominadores” (sempre chamei de Dominions porque
foi assim que aprendi na saudosa série Invasão nos primórdios dos anos 90) que,
por algum motivo que é revelado durante o arco, possui a mesma resistência de
Mon-el ao chumbo, o que o possibilita agir fora de Daxam. Obviamente com grupo
reduzido e uma ameaça no nível de um Superman a equipe tem que se desdobrar
(óbvio que com mais de 20 membros facilita um pouco). Uma das referências
ao reboot dos novos 52, a
única na verdade, é o fato dos Legionários não conseguirem mais retornar no
tempo além do evento chamado como “Ponto de Ignição”.
Depois desse primeiro arco a quinta história é mais uma das várias que
já foram feitas mostrando a rotina da Legião em seu quartel general. Com os
desenhos de um Walt Simonson que eu achei até pouco inspirado. A história
parece ser apenas isso: Um fill-in para termos os desenhos do Simonson
(Sinceramente gostei bem mais do Chris Sprouse). Avançando muito pouco, ou
nada, na trama.
A sexta e sétima histórias que fecham o encadernado têm seu foco em duas
missões de dois dos novatos. Uma em que Dragonesa , ajudada por Camaleão, precisa
desbaratar uma “tong” chinesa que recrutou sua irmã entre suas fileiras. E a
missão do novato Químico, que sob a tutela de Transmutador e Solar precisa
consertar um planeta consumido por um mar de fogo e cuja ajuda dos planetas
unidos vinha sendo sabotado por criminosos também ligados a Tong que Dragonesa
e Camaleão enfrentaram. Essa ligação, possivelmente abordada em arcos futuros é
apenas mencionada, sem muito aprofundamento.
Outras tramas paralelas ocorrem no encadernado, como por exemplo, uma
envolvendo o mundo dos feiticeiros onde se encontra a feiticeira negra e seu
“golem” Bloko, o plot dos dominadores e ainda uma possível nova eleição pra
líder da Legião, evento que já faz parte da mitologia do grupo.
Enfim, é um encadernado bem “morno” sem nada de muito ruim ou de muito
bom. Aliás como tem sido essa passagem de Paul Levitz. Porém acho que o grupo
merece mais chances em banca e torço para que a Panini siga com a publicação,
uma vez que até agora as populares “ondas de cancelamento” da DC nos EUA ainda
não chegaram no século XXXI. (Legion Lost foi cancelada mas eles estavam no
século XXI).
Por: Leandro Laurentino
Fonte: Quadrim
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