As melhores sagas do Homem de Ferro

O assunto do momento é o filme do Homem de Ferro. Pelo menos até o lançamento de Man of Steel. Que Robert Downey Jr personificou o personagem de uma forma que hoje é impossível pensar em um sem o outro todo mundo sabe. Você já deve ter lido em algum lugar que ele era um personagem de segundo escalão da Marvel. Tem gente que exagera dizendo que era de terceiro escalão (menos). A verdade é que realmente o Homem de Ferro nunca foi tão importante no Universo Marvel quanto depois dos filmes, mas isso não quer dizer que o Latinha não tenha tido boas épocas e fases dignas de nota. Se você não leu, corra atrás e se prepare para o filme. Se já leu, veja se a minha opinião bate com sua. Concordou, discordou? Use os comentários pra gente trocar uma ideia!

Demônio na Garrafa

Era final de 1978 quando uma nova equipe criativa assumiu o Homem de Ferro e fez história. David Michelinie, John Romita Jr e Bob Layton criaram um novo panorama para o herói, focando suas tramas na espionagem industrial, a disputa feroz entre corporações internacionais inescrupulosas e a ascensão da geração yuppie. Novos e interessantes personagens foram apresentados, como a segurança e depois namorada Bethany Cabe, a secretária engraçadíssima Sra. Arbogast e o piloto e melhor amigo James Rhodes (acho que você já ouviu falar). Novos inimigos importantes também aparecem nessa fase como Justin Hammer, o espião tecnológico Fantasma, etc.

Mas a Pièce de résistance dessa fase é o arco que ficou conhecido como “Demônio da Garrafa”, publicado do número 120 ao 128 da série original e publicado encadernado pela Panini por aqui. Nela, Tony se afunda na bebida após ter sua armadura controlada por Justin Hammer e matar uma pessoa. Com a ajuda de Bethany Cabe, consegue largar a bebida e se recuperar no final. Uma história corajosa que abordou o drama do alcoolismo, mesmo que rapidamente. Tema que seria abordado novamente no final dos anos 80. Foi uma das histórias símbolos da época que usou os super-heróis para discutir temas sociais reais, como as drogas, o racismo, a miséria e a exploração dos mais pobres.

Guerra das Armaduras

Talvez a minha saga preferida do personagem, e a que mais acompanhei, foi fruto do retorno de David Michelinie e Bob Layton ao título do Homem de Ferro. Tony Stark anteriormente havia sucumbido novamente ao alcoolismo, perdido tudo para Obadiah Stane, James Rhodes era o Homem de Ferro, participando inclusive das primeiras Guerras Secretas.

Enfim, Tony estava se reerguendo e usava uma armadura vermelha e prateada com ombreiras (ah, os anos 80!). Stark descobre que sua criação foi utilizada indiscriminadamente em vários vilões baseados em tecnologia por todo o mundo. Sentindo-se responsável pelos estragos causados, ele desenvolve um dispositivo que destrói os chips de comando e parte numa “world tour” atrás de cada um deles, o que o força a enfrentar o Homem de Titânio, Dínamo Escarlate, os Mandróides e até mesmo o Capitão América, que defendia os Guardiões da Gruta. Stark enfrenta interesses poderosos, contrariando governo, Shield e Vingadores, em uma trama bacana e com muita aventura, além de criar uma nova armadura sensacional no final. Outra grande saga, que também foi republicada encadernada pela Panini.

Extremis

O Retorno das boas histórias do Homem de Ferro veio em 2005 com esse arco que abria o Volume 4 da revista do herói. Com roteiro de Warren Ellis e arte do sensacional Adi Granov, que viria depois fazer os concept arts da armadura para o cinema, Tony Stark tem que ajudar uma amiga cientista com um nanovírus criado por ela que transforma criminosos comuns em superassassinos. No meio da história, Stark tem ele próprio que fazer uso da tecnologia, o que o torna um só com o Homem de Ferro, criando a armadura de seu próprio corpo. Qualquer semelhança com a trama de Homem de Ferro 3 NÃO é mera coincidência.

Diretor da Shield

E veio a Guerra Civil (Não vou entrar em detalhes aqui). O Capitão América havia morrido, Nick Fury desaparecido, e o então Secretário de Defesa Tony Stark se viu no lugar de mantenedor da paz. Era uma mudança no status do personagem, do industrial irresponsável e criativo para o responsável da maior agência de espionagem do mundo. Tramas políticas e a iniciativa liderada por ele do registro de heróis eram a tônica da série. Personagens como Maria Hill (que apareceu no filme dos Vingadores), têm destaque nessa fase.

O Mais Procurado do Mundo

O cargo de diretor da Shield durou até Invasão Secreta (que eu também não vou detalhar aqui). Traído por Norman Osborn (ah, não diga!), Tony Stark foi considerado responsável pela invasão alienígena dos skrulls não ter sido evitada. Osborn, agora comandante da agência que substituiu a Shield, caça Tony impiedosamente atrás das informações que ele tem sobre todos os heróis e sua própria tecnologia. Informações essas que Stark mantém uma única cópia, em sua própria mente, o qual vai deletando lentamente. O arco cresce lenta e dramaticamente, com uma conclusão sensacional.

Stark: A Queda

Consequência direta do arco anterior e premiada com o Eisner, Tony está em coma profundo e seus amigos tentam fazê-lo voltar. Enquanto isso, o próprio Stark revisita as memórias dentro de sua mente e enfrenta seus medos para conseguir recuperar a consciência, enquanto um perigoso inimigo busca vingança.

Graças aos filmes, o Homem de Ferro se tornou um dos principais heróis do universo Marvel, com boas equipes criativas, que souberam aproveitar a popularidade do personagem e trazer modernidade, aventura e drama para os quadrinhos do Vingador Dourado. Fora tudo isso, ainda tem a participação dele nos Vingadores.

Por Ricardo Sorvillo

Fonte: Quadrim