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Questão: Poisoned Ground


O segundo volume de encadernados (TPB ou Tradepaperback nos E.U.A.) de O Questão, foi lançado em Maio de 2008. Poisoned Ground (sem tradução em português) trazia as edições #07 ao #12.

O Questão - criado por Steve Ditko

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A primeira história apesar de boa, não traz amadurecimento ao personagem. Muito embora nas entrelinhas de um diálogo entre Sage e seu amigo e parceiro no combate ao crime, Tot Rodor, fique claro a mudança de perspectiva filosófica proposta (com todo o acerto) por O’Neill. Nessa passagem, Vic Sage afirma que a ética varia de acordo com o momento histórico (um ato considerado brutal em tempos de paz pode valer uma medalha de honra em tempos de guerra) algo que o Questão de Ditko jamais, repito, jamais ousaria sequer sugerir em seus tempos objetivistas.

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A história tem como artista central um mafioso chamado apenas de Sr. Volk que deseja largar o crime e derrubar toda a máfia da cidade. Mas ele esconde um grande segredo e deseja que alguém saiba a verdade. Esse alguém é o Questão. A grande verdade é que ele é um homem-lobo. É uma história estranha mas com um clima super interessante.

“Meu objetivo sublime eu alcançarei com o  tempo. Que a punição convenha ao crime”. Com esta frase o vilão Mikado assassina suas vítimas, todas pessoas inescrupulosas, violentas e más. Uma história forte e impactante que traz uma questão de fundo moral: devemos permitir que os criminosos saiam ilesos ou devemos tomar a justiça e restaurar o equilíbrio com nossas mãos? Nesta história o Questão deixa que o próprio assassino responda a “questão”. O clima da aventura lembra demais o filme “Os sete crimes capitais”.

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A terceira história compõe um arco em três partes onde o professor Rodor é sequestrado e levado a uma ilha no Caribe de nome: Santa Prisca. É claro que Vic Sage vai fazer de tudo para resgatar seu grande amigo. Amigo? Aqui temos uma amostra do aprofundamento do personagem quando este se dá conta que sabe quase nada de seu amigo e reconhece que é inteiramente voltado para si. Personagem de profundidade filosófica também está sujeito a desvios, defeitos e a busca pelo auto conhecimento e aperfeiçoadamente é eterna. Mas voltando a trama, aqui temos um vislumbre do passado de Tot. A história um pouco “Paulo Coelhiana”, fala de alquimia e da transformação de chumbo em ouro, ou melhor, da transformação espiritual de quem vislumbra a transmutação. O sequestrador do Professor Rodor quer a ajuda dele para transformar matéria sem valor em ouro e ele mesmo em um santo. A história não é ruim mas poderia ser menor. E ver um torturador desgraçado virar um santo não é um final apropriado para o enredo. Menos mal, pois nosso herói salva Tot e todos voltam para Hub City.

Na última história do encadernado, acompanhamos o Questão em busca do assassino: Baby, o mesmo que lhe deu um tiro com pistola de ar comprimido na noite em que morreu. Baby havia sido contratado para eliminar dois homens que chantageavam um empreiteiro de Hub City. Com pouquíssimo esforço, afinal Baby é burro como uma anta, Questão segue sua trilha apenas para vê-lo morrer literalmente pela boca comendo sorvete envenenado.

Saldo final do encadernado? Bom. Todas as histórias divertem e O’Neill cria bons antagonistas pro Questão. A mais fraca porém é justamente a trama mais comprida. Parece que O’Neill acerta mais nas histórias fechadas de uma única edição.

Fonte: O Santuário

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