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Planeta Marvel NOW: Avengers Arena #1

[o artigo abaixo contém spoilers]

Roteiros de Dennis Hopeless
Desenhos de Kev Walker
Cores de Frank Martin

Avengers Arena é sobre um bando de adolescentes com super-poderes sequestrados por um vilão e aprisionados em algum lugar desconhecido para lutarem entre si até que reste apenas um vivo. Sim, talvez você já tenha assistido um filme disto, ou lido o mangá no qual ele foi baseado, ambos chamados Battle Royale (Batalha Real aqui no Brasil).

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Verdade seja dita, Hopeless pode ter tirado a sorte grande ao receber a chance de trabalhar com personagens do 4º escalão da Marvel, alguns deles totalmente desconhecidos da maioria dos leitores do Universo Marvel, ou suficientemente inexpressivos pra pouco importarmos com eles. Nesta primeira edição o escritor dá mais atenção para Radiação e seu namorado, Vigoroso, que parece uma versão adolescente bombada do Caveira Vermelha. Ela é uma garota que emite constantemente radiação de seu corpo, o que a obriga a usar um macacão amarelo que a isola do resto do mundo. O único capaz de entrar em contato direto com ela é o Caveir…, digo, o Vigoroso, que tem uma pele hiper resistente que, paradoxalmente, o impede de sentir qualquer coisa, mas, a julgar pelo codinome do rapaz, e pela cena que ele protagoniza com a garota logo no início da edição, isto não o impede de fazê-la “sentir coisas.” São os dois que realmente despertam o mínimo de interesse por parte do leitor, já que os demais, num total de 16 adolescentes com superpoderes, pouco fazem além de serem coadjuvantes com falas sem personalidade, ou meros figurantes nesta primeira história.
O vilão não poderia ser mais adequado: Arcade, um sujeito que já deu algum trabalho para os X-Men, mas que nunca foi mais do que o inimigo tapa-buraco que os escritores escolhiam quando não queriam usar os mais manjados. Aqui ele demonstra poderes que jamais manifestou antes, o que deixa um mistério no ar pra ser resolvido nas próximas edições. Ele não apenas sequestra o bando de adolescentes, como serve para o autor da história confessar que tirou a premissa justamente de Battle Royale.
Infelizmente Arcade não tem a presença do lendário Takeshi Kitano, que realmente toca o terror no filme que serviu de base à premissa dessa série em pouquíssimas e memoráveis aparições. Aqui o vilão apela pra muita pirotecnia até chegar ao desfecho, quando finalmente mostra que não está brincando, e dá um soco no estômago do leitor, garantindo que todos ali podem morrer a qualquer momento.
Os desenhos de Kev Walker são simpáticos apenas, e em algumas páginas dão uma decaída que acusa um traço ainda sem estilo definido, o que é compensado pelo bom trabalho de colorização de Frank Martin.
Pode ser uma série divertida, mas espero que o autor consiga criar mais conexões entre os leitores e alguns dos personagens envolvidos, ao invés de contentar-se apenas com embates sangrentos entre indivíduos para os quais não damos a mínima até aqui.


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