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Planeta Resenha: Arqueiro Verde

As coisas estavam de mal a pior durante a fase da escritora Ann Nocenti à frente da revista do Arqueiro Verde. Eis que alguém no editorial foi iluminado e percebeu que um dos heróis mais interessantes da editora precisava de um tratamento especial, já que sua série de TV estava com uma ótima receptividade pelo público e também por causa dos fãs devotos que não estavam gostando nada do que vinha sendo trabalhado na HQ.

Para essa nova função é escalado o escritor Jeff Lemire, competente e querido dos leitores, e o desenhista Andreia Sorrentino, que vinha de um trabalho excelente em Eu, Vampiro, porém sua revista estava sendo cancelada. Essa equipe foi incumbida da árdua tarefa de trazer importância e expressividade novamente para o Arqueiro Verde. E posso dizer que os caras estão fazendo algo fora do comum.

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Ficha Técnica:
Roteiro: Jeff Lemire
Desenho/Arte final/Capa: Andreia Sorrentino
Cores/Capa: Marcelo Maiolo
(Originalmente lançado em Green Arrow #17-21)


Vou fazer colunas sobre o Arqueiro Verde com essa equipe criativa toda vez que terminar um arco de histórias. Essa primeira parte vai ser sobre período das edições 17 a 21, com o nome de A Máquina Mortal.

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Neste primeiro arco da revista Lemire desfaz boa parte das ideias que vinham sendo trabalhada pela equipe anterior. Mudando drasticamente o status quo do personagem, que perde seu mentor Emerson por assassinato, vê a empresa e sua fortuna ir pelos ares, seus amigos explodirem e, para coroar, acaba sendo procurando por um crime que não cometeu. Basicamente essas edições vão tentar reerguer Oliver Queen e dar motivações melhores das que vinham sendo apresentadas anteriormente, além de botar o herói em uma busca espiritual que promete mudá-lo bastante.

Uma boa história não consegue ser bem contada se não tiver um antagonista que o leitor também passe a gostar. Para este papel foi desenvolvido Komodo, um arqueiro tão bom quanto Ollie e que tem como motivação acabar com todos os Queen. No primeiro momento não se entende essa sede de vingança, mas após algumas edições chega-se à conclusão de que vilão matou o Robert Queen, pai do Arqueiro, e está tentando encontrar alguma coisa relacionada à família do herói.

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Lemire e Sorrentino aumentam a gama de personagens coadjuvantes trabalhando com o Arqueiro Verde, trazendo Fyff, um entregador de pizza e ex-funcionário da Q-Core a quem Ollie recorre para descobrir qual era o plano de Komodo e assim parar o vilão, além de tentar um resgate suicida para ajudante de Oliver, Naomi. Entra também na história um homem cego chamado Mago, um tipo de shaman que ajuda o herói na busca para entender seu passado e a tirar as dúvidas que vagam em sua cabeça. Pra finalizar é inserida uma menina com sede de sangue chamada Emiko, criança com uma habilidade incrível com o arco e flecha.

Toda a trama desse primeiro arco é coroada com uma história de conspirações, armas mágicas e clãs que quebram as barreiras do tempo. Ollie adentra nesse terreno querendo entender o legado de seu pai, o porquê de Komodo ter matado Robert e, por fim, encontrar os três dragões que vão prepará-lo para a iluminação.

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A trama da revista se desenrola facilmente e a escrita de Lemire é fluida e recheada de conceitos antigos do Arqueiro. Claro que o personagem ainda está longe de ser comparado com o antigo e bigodudo Oliver Queen, todavia este tem uma narrativa que me agrada mais que a anterior, mesmo ele não desmerecendo algumas ideias de Ann Nocenti. O escritor tem um tino mais investigativo, estudou bastante o Arqueiro, pretende chafurdar a galeria de vilões, inserir conceitos novos e assim o personagem acaba ganhando crescimento.

No trabalho de Sorrentino, ele começa um pouco devagar, porém vai entendendo o tom do personagem, que é mais urbano e com uma narrativa mais investigativa. Mesmo tendo que se adaptar a algo que ele não vinha fazendo, no decorrer das 5 edições ele faz um trabalho coerente. Vale citar a edição n° 21, nessa revista o desenhista faz um trabalho magnífico, tudo porque Ollie é drogado pelo Mago para se libertar das barreiras de sua memória. A narrativa após esse evento é digno de ganhar várias molduras e pendurar na parede da sala.

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Como havia falado no twitter alguns dias atrás, Lemire, Sorrentino e Maiolo estão em uma sinergia singular. Imaginem: se esse primeiro arco já foi fora do comum, o que eles podem fazer com mais algumas edições? A equipe está com a faca e o queijo na mão para resgatar ideias antigas do Arqueiro, inserir coisas novas e fazer uma fase tão elogiada quando as de Kevin Smith e Mike Grell.


Fonte: Terra Zero

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2 Comentários

  1. o Mago é cego e pra ajudar a mente do Oliver se libertar e enxergar os Dragões da Iluminação ele dá uma droga pro Arqueiro?!!esse ceguinho é traficante!! brincadeiras á parte, nunca fui fã do Arqueiro,mas pra quem acompanha a série de TV e já admira o personagem deve ser uma "boa pedida"essa revista!Marcos Punch.

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    1. Essa fase do Jeff Lemire é muito boa e desenvolve mais aspectos da mitologia do Arqueiro, do que as outras histórias anteriores, que foram muito fracas.
      Acho que o pessoal que gosta do Arrow, vai se identificar um pouco mais com a revista, se começar a acompanhar a partir da edição 35, que é logo depois da fase do Lemire.
      Mas eu recomendo a partir da edição 13, com o Lemire.

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