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Starman de Roger Stern e Tom Lyle

Quem foi criança antenada na década de oitenta e acompanhava a revista da Abril, DC 2000, deve se lembrar desse querido herói da editora do Super Homem e cia. (que não era de longe o primeiro a usar esse codinome, lógico) e que acabou sendo esquecido pela indústria uma vez que o britânico James Robinson assumiu a tarefa de reformular o conceito e emplacou sua nova versão do mito.
Starman (Will Payton) – criado por Roger Stern e Tom Lyle

STARMAN (Will Payton) o grande herói do Estado do Arizona!
Uma das coisas que mais me agrada nessa série é o fato de que seus criadores, Stern e Lyle, escreveram e desenharam absolutamente as vinte e cinco edições da revista até o fim. Algo relativamente pouco comum na indústria de quadrinhos, salvo excelentes exceções.
Starman era um genial conceito idealizado por Roger Stern e enquanto ele estava em desenvolvimento, a DC decidiu que seria interessante interligar a revista com a mega saga da época: INVASÃO! Na verdade, muito antes da própria “Invasão!” de fato ser lançada para os leitores. Realmente seu título foi o mais correlacionado com essa interessante história do que qualquer outra revista de herói da editora na época. Mesmo os que eram escritos por Keith Giffen, o arquiteto dessa saga.
O conceito básico dessa revista era algo extremamente familiar com o que o saudoso Dwayne McDuffie iria fazer anos mais tarde em seu personagem Super-Choque (ou Static para os neófitos). Por anos, os quadrinhos beberam na fórmula mágica do “Novo Homem-Aranha”. Vários e vários roteiristas evocavam o conceito básico e de sucesso de Steve Ditko e Stan Lee, que se baseava em uma série sobre uma pessoa “normal” que subitamente ganhava poderes fantásticos. Essa ideia foi usada e abusada antes do Starman em questão aqui, Kyle Rayner (um dos Lanternas Verdes) é um bom exemplo contemporâneo e essa mesma ideia continuará sendo usada porque é um ótimo conceito.
Entretanto o que fazia do Starman de Roger Stern um pouco diferente dos demais heróis baseados sob a mesma premissa é que ele era bem mais meta-ficcional que qualquer outro personagem já criado. Aqui tínhamos um cara que antes de ganhar seus poderes, estudava a vida dos super seres existentes na Terra e ao ganhar suas habilidades, baseou sua conduta sob a ótica de como um super herói deveria agir.
Você dificilmente encontra esse nível se realismo na indústria dos comics. McDuffie assumiu essa ideia e a utilizou de outra forma com seu “Super-Choque”, quando o jovem Virgil começa a estudar as atitudes dos heróis ficcionais e passa a copiar suas ações em suas missões. No entanto na série Starman, a influência é atual e real, já que Will Payton estuda o comportamento dos próprios heróis DC que são “reais” no mundo em que vive.
Tom Lyle, que muitos se lembram por sua passagem pelo Homem-Aranha nos anos noventa, co-criou o Starman com Stern e ele fez um trabalho muito bom durante o título, entretanto seu traço foi se aprimorando a medida que a série avançava. Antes da revista estrear ele era um desenhista regular no mercado por muito pouco tempo e ainda tinha muito que crescer como artista. Mas ao fim da série ele havia melhorado visivelmente e hoje é o desenhista de traço polido e valor incontestável que conhecemos.
Aqui em baixo temos algumas páginas da primeira edição dessa interessante série dos anos 80, possivelmente uma das melhores revistas de herói dessa década, que talvez tenha pecado por nunca ter emplacado um vilão de respeito em seus dois anos de vida.
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Linha Mortal foi o vilão mais emblemático que a série teve (daí você já vê como ela era fraca de antagonistas…) e só foi apresentado na décima quinta edição. Esse personagem foi o único elemento que sobreviveu até antes do atual reboot da editora. 

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E próximo ao fim da série somos apresentados ao novo visual do herói na última página da revista.

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Fonte: O Santuário

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