A revista Astonishing X-Men foi um enorme sucesso de popularidade
e vendas desde sua primeira edição. Talvez porque os fãs estavam ansiosos pela
volta dos uniformes coloridos de sempre em vez das roupas de couro que a equipe
passou a utilizar na fase de Grant Morrison e Frank Quitely. Porém, a nova dupla criativa formada por Joss Whedon (roteiro) e John Cassaday (desenhos), que ficou à frete do
título em 2003, preferiu vestir os X-Men com uniformes menos berrantes, com
menos cores e visual um pouco mais sóbrio, provavelmente pela preocupação em
manter um conceito mais adulto para a mais famosa e querida equipe de mutantes
da Marvel.
Kitty é professora na Escola Xavier para Jovens Superdotados, que funciona a pleno vapor quando a doutora Kavita Rao e o laboratório Benetech anunciam publicamente a descoberta de uma cura para o gene mutante. Assim, não é difícil imagina como o universo mutante fica em polvorosa após a notícia, já que nem todos foram abençoados por superpoderes maravilhosos e uma aparência normal. Para explorar esse conflito, ninguém melhor que o peludo e azulado personagem Fera.
Além de Kitty e o doutor Hank McCoy (Fera), os mutantes que figuram nos X-Men de Whedon e Cassaday são Ciclope, agora namorado de Emma Frost, que também é integrante do grupo; Wolverine, que não podia faltar; e o gigante Colossus, que voltou da morte para a alegria dos fãs do mutante russo, dos quais eu me incluo. Apesar da empolgação, fica difícil digerir a explicação sem vergonha para o retorno de Piotr Rasputin. Tanto que até surge uma piadinha relacionada a isso. Dá a impressão de que Whedon ficou com preguiça na hora de arrumar uma solução para o problema.
Ao contrário das histórias de Morrison e Quitely – mais calcados na ficção científica, em tramas complexas com diversas reviravoltas e em mudanças radicais, inclusive nos uniformes do pupilos do Professor Xavier –, este primeiro arco de Whedon e Cassaday prioriza o retorno às histórias simples e aventureiras, sem recorrer à extensa e complexa cronologia dos mutantes. Mas não se trata apenas de pancadaria gratuita e splashes de página dupla. Há conflitos bem elaborados e a motivação gira em torno do racismo, tolerância e aceitação.
A recém anunciada cura para o gene mutante não só deixou humanos e mutantes em polvorosa, como também atraiu um alienígena sedento por vingança. O problema é que o sujeito aparece tão rápido quanto sai de cena, deixando a sensação de que se trata de mais um antagonista que surge apenas pra trocar uns sopapos para depois sumir sem nem deixar rastro.
De qualquer forma, Whedon dá mostras de que é um roteirista competente, principalmente nos diálogos. Mas o que realmente chama a atenção são os belos desenhos de Cassaday e as cores de Laura Martin, que enchem os olhos e expressam perfeitamente o conteúdo dramático que envolve este primeiro arco de histórias da dupla. Fica um forte gosto de quero mais ao final deste volume, mas, para a alegria dos leitores, está programado para a coleção da Salvat o volume 2 de Surpreendentes X-Men, com a continuação do que foi apresentado aqui.
Ao final da edição, como é usual em toda a coleção, há um apêndice com informações sobre a dupla criativa e um breve histórico dos X-Men, além de recomendações de leitura. Nada que possa surpreender antigos leitores, mas conteúdo que pode ser útil a quem está se iniciando agora no universo mutante da Marvel.
Surpreendentes X-Men - Superdotados (Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel Vol. 36) - 160 páginas - formato 17 x 26 cm - R$ 19,90 - lançado em setembro de 2013 – Editora Salvat do Brasil (coleção prevista para ter 60 volumes).
Fonte: HQ Maniacs
2 Comentários
a Lince inspirou a Buffy?! eu não sabia disso ! a Famosa dupla Talentosa e dinâmica Whedon e Cassaday fazem com que até mesmo um "Debilóide" queira combrar esse Superdotado X-Men!! Marcos Punch.
ResponderExcluirPois é, é o que parece! Eu também não sabia. Essa fase do Whedon eu só li até a metade, e não vejo a hora de terminar, está ótima. Mais um pouco e eu retomo essa leitura.
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