Partindo da premissa fundamental do Capitão América, um herói fora do seu tempo, RICK REMENDER iniciou a nova fase do sentinela da
liberdade na primeira edição de Capitão América & Gavião Arqueiro,
publicação da Nova Marvel no
Brasil. Porém, mesmo que a essência do personagem se mantenha, o roteirista
opta por jogá-lo em um terreno estranho. Em vários sentidos.
Aproveitando seu nonagésimo aniversário no tempo presente, Remender traça paralelos entre a conturbada infância de Steve Rogers – ressaltando a fortaleza que tinha em sua mãe – e o que ele teria de parecido com uma família atualmente: seu relacionamento com Sharon Carter, a Agente 13; para, em seguida, literalmente jogar tudo isso no buraco.
E é aí que dupla estranheza começa. Em uma confusa reviravolta, Rogers
se vê preso em um mundo completamente alienígena, para em seguida descobrir que
o responsável é um de seus mais antigos e perigosos adversários. Quando
ressalto o quanto estranha é a situação, vejo do ponto de vista do
protagonista, claro, mas também do leitor, pouco acostumado a ver o Capitão
América em tramas como essa. A não ser que acompanhado dos Vingadores, é raro o
vermos lidando com mundos bizarros, criaturas bizarras e coisas do tipo.
Isso claro não impede que Rogers, mesmo depois de usado como cobaia em sinistros experimentos, seja o herói de sempre, escape, e já comece a pensar em como retornar para casa. Porém, com um bebê (que acredita ter salvado) em seus braços, ele logo se dá conta de que isso será muito mais trabalhoso do que imaginava.
A arte da edição (e do arco todo) fica a cargo do veterano JOHN ROMITA JR., e ele aparentemente pretende se redimir da fraca passagem
recente nos Vingadores. É nítido que a volta da qualidade não se deve apenas à
melhora na arte-final ou às cores.
Sobre o roteiro, não há muito mais a dizer além do que já disse. Esse é um momento de novidade tanto para novos quanto para antigos leitores, pois acredito que todos se acostumaram com Ed Brubaker. Ausência com a qual devemos aprender a lidar. A princípio, Remender parece brincar com a premissa do personagem. Mais importante que o deslocamento temporal, o deslocamento espacial parece essencial para a adaptação e sobrevivência do Capitão América nesse primeiro arco.
Fonte: Universo
Marvel 616
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