Quando se fala do nome de Curt Swan,
automaticamente lembramos-nos do Super-Homem. Talvez nenhum outro desenhista
(ou mesmo escritor) tenha deixado sua marca tão evidente no homem de aço como
ele.
Pouco tempo
depois de retornar do front, Curt Swan, entre outros trabalhos, começou a
ilustrar (principalmente arte finalizar) os personagens publicados pela DC
Comics. Sem que soubesse o que o futuro lhe reservava, seu traço acabou
aparecendo no então recém-criado Superboy, versão adolescente do personagem que
lhe daria fama mais adiante.
Mas,
no inÃcio, Curt não era exatamente o astro do traço que se tornaria no futuro.
Não pela sua arte em princÃpio de carreira, mas por um polêmico (já falamos dele aqui) editor que insistia em cuidar de sua
equipe de forma ditatorial: Mort Weisinger.
O editor
mandava e desmandava na arte de seus desenhistas de forma a podar qualquer tipo
de releitura de seus personagens. Havia um padrão a ser seguindo, então deveria
ser seguido à risca.
Swan começou
a ter fortes dores de cabeça e achou que seu trabalho nos quadrinhos, então
estressante, poderia ser uma das causas. Ou era pelo fato de que sua produção
se tornou eficiente acima da média e desenvolveu rapidez suficiente para cuidar
de mais de um tÃtulo (o que era algo raro na época), ou pelo fato de sua insatisfação
com o esquemão de Weisinger. O desenhista desistiu da editora e levou sua arte
para algo muito mais calmo: a publicidade.
Porém, tudo tem seu preço.
Trabalhar
para publicidade voltada para brinquedos era algo muito mais calmo e
proporcionalmente menos rentável. Na DC Comics, Swan tinha uma estabilidade
financeira que o fez planejar muito bem sua vida, como a compra de uma casa,
por exemplo. Isso, multiplicado pela sua produção eficiente lhe dava certo
conforto. Já na publicidade, menos trabalho significava renda menor. E isso
começou a pesar.
Não demorou
muito e o desenhista, não muito satisfeito, bateu novamente na porta de
Weisinger esperando se tornar mais capacho do que o de costume. Mas, para sua
surpresa, foi tratado como um rei! O motivo? O editor percebeu que tinha uma
galinha dos ovos de ouro nas mãos e que Swan era o novo padrão a se seguir. Seu
Super-Homem era perfeito e era isso que o mercado exigia.
Curt Swan desenhava dois ou mais
tÃtulos por mês, o que lhe dava uma excelente renda, deixava Weisinger feliz da
vida e, principalmente, consolidou o seu Super-Homem como o modelo mais exato
no qual o personagem já foi desenhado.
A
importância disso influenciou não só uma geração inteira de novos desenhistas
como até mesmo o cinema. O Super-Homem da década de 70, interpretado por
Christopher Reeve, tem muitos detalhes que foram criados por Swan na Era de
Prata. O desenhista também foi um dos poucos que foi fiel à editora quando a
Marvel Comics, sua principal concorrente, surgiu e arrebatou boa parte dos
talentos da época.
Foi uma espécie de desenhista
completo até a década de 80, quando foi vÃtima da implosão de popularidade dos
quadrinhos da época. Sua última história com o personagem, então, é considerada
uma das melhores e mais completas já criadas para o super-herói.
Intitulada
“O Que Aconteceu ao Homem do Amanhã”, conta os últimos dias do Super-Homem, em
uma história criada pelo escritor inglês Alan Moore, um dos representantes
dessa implosão revolucionária. Logo em seguida, assim como a Era de Prata, a
carreira de Curt Swan foi deixada para o passado.
Apesar da importância de seu nome, terminou
seus dias de forma humilde, em parte por não ter administrado a boa renda que
ganhou anteriormente. Faleceu em 1996, com uma vida mais simples do que
aparentava ter vivido. Mas a marca que deixou para a indústria dos quadrinhos
(e do entretenimento de uma forma geral) é algo que não deixa a menor sombra de
dúvida sobre a sua importância e sobre sua passagem por essa arte.
Fonte:
Impulso HQ
2 Comentários
Swan grande artista mas não era o Tio "Patinhas" Finanças!! com muita grana ou não, espero que tenha tido uma vida feliz com sua familia!! Marcos Punch.
ResponderExcluirQuando comecei a ter contato com os desenhos do Curt Swan no formatinho do Super-Homem, confesso que estranhei um pouco, porque eu gostava dos desenhos do Miller, Byrne e Pérez. Mas, pela história dele, merece todo nosso respeito com certeza.
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