Planeta Resenha Marvel: Demolidor: Nas garras do Destino

Se tem um título que tem merecido destaque nas publicações da Panini são os encadernados do Demolidor, nos quais Mark Waid e grande time têm mostrado um excelente trabalho. Na edição nº 03 (que abrange as revistas Daredevil 12 a 18), Matt Murdock irá visitar a Europa, viverá momentos insólitos e ainda terá que lidar com uma separação.

Nesse encadernado, Waid trabalha com os seguintes pontos: 1) A relação entre Matt Murdock e a promotora-assistente Kirsten McDuffie (que tenta, a todo custo, confundir Matt para que ele se revele como Demolidor); 2) A relação entre Foggy Nelson e Murdock, colocando um (quase) fim na parceira dos dois personagens; e 3) A conclusão da questão do Megacrime, que vai incluir uma viagem e estadia na aconchegante Latvéria.

Quem lê as histórias do presente volume percebe que o grande destaque é como Murdock interage com o mundo a sua volta. Ao explorar o affair entre o advogado e promotora, os sócios do escritório de advocacia, a relação entre companheiros de combate ao crime, dentre outros pontos, Waid apresenta um volume mais calcado nos diálogos e nas interações entre personagens, do que na ação propriamente dita. E como os diálogos estão muito bons. Coisa que anda rara em histórias em quadrinhos de super-heróis.

Outro ponto que merece destaque é mostrar que o Demolidor, essencialmente um herói urbano e solitário, está em contato com o Universo Marvel. Se no volume anterior o grande destaque foi o Homem-Aranha, aqui são os Vingadores que dão as caras. E Waid faz a participação do Vingadores ser tão natural e proveitosa para as história do Diabo da Guarda. E ainda é possível ver referências a clássicos do cinema, como "Viagem Insólita", na história cujo foco é Hank Pym tentando salvar o Demolidor (E como isso aconteceu? Bom, leiam a história).

Além disso, Waid, juntamente com sua equipe de desenhistas, continuam a explorar cada vez mais o funcionamento dos super-sentidos de Matt Murdock. É uma proposta que vem sendo trabalhada desde o primeiro numero da revista, sendo que nesse número temos algumas surpresas. Como já dito, explorar esse ponto enriquece a narrativa, deixando, ainda melhor, a história.

Se há algum ponto que talvez não consiga agradar é o fato da revista ter vários desenhistas. Isso acaba  provocando uma certa irregularidade no ritmo das histórias. De qualquer forma, é sempre bom ver uma HQ com os desenhos de Mike Allred.

O terceiro volume do Demolidor é uma excelente opção para os fãs de histórias em quadrinhos. E para quem está acompanhando os encadernados, é obrigatório. Ação, aventura e romance na dosagem certa. Mais um grande acerto de Waid e sua trupe.

Por Rafael Felga

Fonte: Universo Marvel 616