Escrita e ilustrada por diversos autores e artistas.
Alguns
podem até discordar da inclusão desta na lista, mas é preciso levar em conta a
importância da saga, que durou um ano inteiro, e envolveu todas as
principais séries mensais ligadas ao Batman.
A
trama começa com Bane libertando todos os internos do Asilo Arkham a fim de levar o Batman à exaustão, e
derrotá-lo em seu momento de maior cansaço físico e mental. O resultado é
bastante conhecido: Bane quebra a coluna do Batman, deixando-o incapaz de
continuar como o Cavaleiro das Trevas, e passa seu manto para Jean-Paul Valley, o vigilante então conhecido como Azrael.
Valley vai aos poucos perdendo a sanidade, até chegar ao ponto de não hesitar
em matar seus inimigos. Em paralelo Bruce Wayne luta para reerguer-se, e no final tem
que enfrentar Valley para recuperar seu manto e o direito de voltar a ser o
Batman.
A
saga inteira tem suas falhas, especialmente em seu desenvolvimento, devido às
mudanças de escritores e artistas, o que fez oscilar a qualidade das tramas e
desenhos. E mesmo que tenha sido imaginada como um correspondente d’A Morte do Superman, como evento catalisador de
mudanças no status quo do Batman nos quadrinhos, suas intenções foram mais
profundas que a saga envolvendo o Homem de Aço.
Dennis O’Neil, um dos principais responsáveis por
elaborar a trama de A Queda do Morcego, disse que um dos
principais objetivos da saga foi examinar como o Batman lidaria com vigilantes
dispostos a matar seus oponentes, como foi o caso de seu sucessor. A história
serviu para observar se os leitores preferiam um Batman que poupa seus
inimigos, ou um herói que os elimina definitivamente. E também para analisar se
o Batman seria mais efetivo sem sua resolução de nunca matar seus adversários.
Todas estas questões foram abordadas durante a fase em que Jean-Paul Valley
tornou-se o Batman. Mas talvez a maior pergunta levantada pela série seja: o
que torna o Batman o Batman?
E
se ainda restam dúvidas da importância da saga, ela foi uma das principais
inspirações de O Cavaleiro das Trevas Ressurge, a conclusão da
trilogia cinematográfica de Christopher Nolan.
9 - BATMAN
PRETO E BRANCO
Escrita e ilustrada por diversos artistas.
Como
o próprio nome sugere, trata-se de uma antologia de histórias curtas em preto e
branco estreladas pelo Batman. É uma das melhores provas da versatilidade
do personagem, que aqui ganha várias releituras de escritores e artistas
diferentes, em tramas que vão do drama sombrio à comédia escrachada, todas
remetendo a uma das inúmeras fases que o personagem teve nos quadrinhos,
cinema, TV, entre outras mídias.
Uma
das que mais se destacam é a história metalinguística de Neil
Gaiman e Simon
Bisley, estrelada pelo Batman e o Coringa nos bastidores das cenas que
protagonizam nos quadrinhos.
8 - BATMAN: SILÊNCIO
Este
pode até não ser o melhor trabalho de Jeph Loeb, autor que adora envolver a maioria dos
melhores vilões do Batman em suas histórias. Mas, diferente de Vitória Sombria, sequência de O Longo Dia das Bruxas – seu melhor trabalho com o herói -, Silêncio foi uma história
independente de seus trabalhos anteriores com o Batman, que apresentou novos
personagens e novas surpresas ao longo da trama.
Uma
das grandes realizações de Silêncio é o vilão que dá nome à saga, e sua conexão
com Bruce Wayne. Dos inimigos mais recentes do herói, sem dúvida é um dos mais
marcantes, tanto devido ao cuidadoso trabalho de Loeb em sua criação, quanto ao
trabalho de Jim Lee na
arte, que está entre os melhores de sua carreira.
7 – O LONGO DIA DAS BRUXAS
A
grande sacada de O Longo Dia das Bruxas é sua estrutura: cada edição
corresponde a um feriado de cada mês do ano, no qual o assassino Feriado mata uma nova vítima. Isto faz com que
todo mundo em Gotham,
desde o Batman, passando pela polícia, os gangsteres e os super-vilões, queira
deter o criminoso.
Além
de ser uma das melhores histórias do Batman já escritas, O
Longo Dias das Bruxas foi
a principal fonte de inspiração para Christopher Nolan desenvolver o relacionamento entre o
Batman, o Comissário Gordon e Harvey Dent, visto no filme O Cavaleiro das Trevas. Embora o
mistério dos assassinatos seja o mote de toda a trama, ele serve como pano de
fundo e catalisador da deterioração do relacionamento do trio de aliados, que
culminará na transformação de Harvey Dent no Duas Caras.
A história tem uma pegada de tragédia literária poucas vezes vista num
quadrinho, e é, sem dúvida, um dos melhores trabalhos de Jeph Loeb.
Uma
das grandes realizações de Loeb aqui foi introduzir novos personagens à
mitologia do Batman, e fazê-los interagir de maneira bem natural e orgânica com
outros criados há décadas.
O Longo Dia das Bruxas funciona como
uma ótima leitura complementar a Batman Ano Um. E vale a pena ler sua continuação, Vitória Sombria, que cobre o período
imediatamente posterior ao abordado nesta história, incluindo o surgimento
do primeiro Robin, Dick Grayson.
6 - O FILHO DO DEMÔNIO
A
história que começa como mais um embate entre o Batman e Ra’s Al Ghul, e termina com a revelação de que o
herói engravidouTalia,
filha do vilão, por muito tempo foi considerada fora da cronologia oficial do
Cavaleiro das Trevas nos quadrinhos, até Grant Morrison escrever Batman e Filho, seu primeiro arco
como escritor da principal série mensal do Batman. Isto fez com que O Filho do Demônio fosse integrada definitivamente à
cronologia.
Damian Wayne,
o último e – até o momento – falecido Robin, e protagonista do longa de
animação O Filho do Batman , deve sua existência a esta história,
que é uma das leituras obrigatórias pra quem deseja conhecer a origem
de um dos personagens mais importantes da história recente do herói nos
quadrinhos.
5 - MORTE EM FAMÍLIA
O
arco que mostrou a morte de Jason Todd,
o segundo Robin, é um dos mais famosos da história do Batman. A história começa
com Bruce e Jason tendo uma discussão, que leva o garoto a ir atrás de sua mãe.
O Coringa, em certa altura, captura o Menino Prodígio, que é brutalmente espancado pelo vilão com um
pé de cabra, e preso a uma bomba, que explode em seguida.
É
muito conhecida no mundo dos quadrinhos a história de que Morte
em Família é
resultado de uma votação por telefone em que a DC perguntou aos fãs do Batman
se eles queriam que Jason morresse ou não.
Independente
da antipatia que muitos têm pelo personagem, que alguns anos atrás foi
ressuscitado, sua morte é um dos momentos mais icônicos da história do Batman
nos quadrinhos, que o herói considera uma de suas maiores falhas.
4 - A PIADA MORTAL
A
história concebida por Alan Moore para,
em parte, revelar a origem do Coringa, contém alguns dos momentos mais sombrios
já imaginados numa história em quadrinhos. Em grande parte o medo que as
aparições do vilão desperta é devido a esta história.
A
trama alterna entre flashbacks que contam a origem do Palhaço do Crime, e um jogo de gato e rato no presente, entre
o Batman e o Coringa, que sequestra e tortura o Comissário Gordon, forçando-o a
assistir a agonia de sua filha Barbara (na
época a Batgirl),
após ser baleada, despida e – como fica implícito – estuprada pelo vilão.
A Piada Mortal foi publicada
pouco tempo antes de Morte em Família, o que potencializou
seu impacto, além de reforçar a vilania e crueldade do Coringa, e sua
importância na mitologia do Batman.
3 – ASILO ARKHAM
Grant Morrison é um escritor cujos trabalhos dividem
opiniões. Sua fase como escritor do Batman por mais de sete anos é amada por
uns e odiada por outros. Mas talvez um de seus melhores e mais aclamados
trabalhos seja um dos primeiros em que trabalhou com o Cavaleiro das Trevas, e
grande parte de sua rica galeria de vilões. Depois de Asilo Arkham foram raras as vezes que algum autor
capturou de maneira tão completa, intrincada e atordoante toda a loucura
condensada na famosa prisão para criminosos insanos de Gotham City.
Grande
parte da atmosfera da história é devida ao trabalho brilhante de Dave McKean na
arte, com seu estilo camaleônico que se adequava à psique de cada vilão retratado,
e o tipo de loucura que o cercava.
Mas
talvez a melhor descrição da obra seja a do próprio Morrison, presente
neste trecho de sua introdução à edição especial de 15 anos da graphic novel:
“A intenção era
criar algo que fosse mais como uma peça de música ou um filme experimental do
que uma típica aventura em quadrinhos. Eu queria abordar o Batman de um ponto
de vista mais onírico, emocional e irracional, como uma resposta ao tratamento
mais literal e ‘realista’ dos super-heróis, que estava em voga na época, depois
de O Cavaleiro das
Trevas, Watchmen, e outros quadrinhos.”
2 – BATMAN: ANO UM
Ano Um continua sendo
uma das melhores histórias do Batman já contadas devido à sua capacidade de manter-se
atual e icônica em sua reimaginação da origem do herói pós-Crise nas Infinitas Terras.
Sua
importância é tão grande que ganhou uma das adaptações mais fiéis de um
quadrinho para animação, e apenas ano passado a DC abriu mão desta versão da
origem do Cavaleiro das Trevas para acolher a nova imaginada por Scott Snyder e Greg Capullo na
atual saga Ano Zero .
Além
de não estrelar quase nenhum dos vilões mais famosos do Batman (com exceção de
uma jovem Selina Kyle), Ano Um também
se destaca por alternar seu foco entre James Gordon e Bruce Wayne. Ambos chegam
a Gotham ao mesmo tempo e encontram a cidade num estado deplorável de corrupção
e vício.
A
ideia do “Batman como um símbolo”, que foi popularizada por Christopher Nolan em Batman Begins, é um dos conceitos centrais de Ano
Um, que por sua vez é uma das histórias que melhor exploram esta
ideia.
Em
paralelo, a forma como a trama aborda e desenvolve Gordon é outro dos pontos
que se destacam. Miller traça o tempo todo paralelos entre Gordon e Bruce, ao
tempo que salienta seus diferentes modos de combater o crime e a corrupção de
Gotham. Um dos melhores momentos de Ano Um é estrelado por Gordon, quando ele
come de porrada um policial corrupto duas vezes maior do que ele, e Miller usa
a sequência para comparar e contrastar o alcance da determinação de Bruce
e Gordon em fazer justiça.
Ano Um é, sem a menor
dúvida, uma das melhores histórias de origem já concebidas para um super-herói,
cujo valor histórico e icônico dificilmente será superado.
1 – O CAVALEIRO
DAS TREVAS
Escrita e ilustrada por Frank Miller.
Num
espaço de dois anos, Frank Miller escreveu
duas das histórias mais seminais do Batman. O Cavaleiro das Trevas foi lançada antes de Ano Um, e muitos acreditam que seu trabalho na
primeira foi fundamental para tornar a segunda tão memorável.
O Cavaleiro das Trevas é estrelada por
um Bruce Wayne que se aposentou de sua vida como vigilante dez anos atrás.
Mas logo acontecimentos sombrios conspiram para que ele ressuscite o Batman
para encarar uma nova era de crime em Gotham City.
A
trama apresenta todos os elementos presentes numa história clássica do Batman:
novas ameaças que parecem grandes demais para enfrentar; aparições marcantes de
antigos vilões; novos personagens e apetrechos, tudo isto feito de maneira
retumbante.
Mas
o que realmente tornou O Cavaleiro das
Trevas uma história
única foi o modo como ela fugiu das histórias tradicionais do Batman. Talvez o
ponto em que isto fica mais evidente seja seu clímax. No lugar de uma batalha
final contra algum de seus vilões clássicos, como o Coringa ou o Duas Caras,
ele enfrenta o Superman, num embate que é, sem a menor
dúvida, um dos mais clássicos e memoráveis da história dos quadrinhos.
Em
2012 a graphic novel foi adaptada em dois longas de animação, muito fiéis à
trama original, e muito possivelmente será uma das principais fontes de
inspiração de Zack Snyder no
vindouro Batman vs. Superman.
Mas
independente disto tudo, O Cavaleiro das Trevas não somente é uma leitura obrigatório
pra qualquer fã do Batman que se preze, mas também para qualquer amante
dos quadrinhos.
Por Rodrigo F.S. Souza
Fonte: Nerd Geek
Feelings
22 Comentários
Valeu cara!
ResponderExcluirOpa! Que bom que tenha gostado Hanani. Volte sempre, os posts são diários!
ResponderExcluirótimas dicas
ResponderExcluirOlá Jackson! Obrigado pela força, espero que consiga ler todas, valem a pena! Volte sempre, os posts são diários!
ResponderExcluirvaleu !
ResponderExcluirow o batman cavaleiro das travas é esse aqui http://hqonline.com.br/?page_id=12356
ResponderExcluirEsse mesmo Sniper, mas leia somente o volume 1, e passe longe do volume 2.
ExcluirValeu pelo comentário e volte sempre, os posts são diários!
Realmente muito bom.
ResponderExcluirOlá Lucas! Você já chegou a ler todos esses? O que achou?
ExcluirObrigado pelo comentário e volte sempre!
Muito bom seu top 10! E o seu blog tb. Ja favoritei!
ResponderExcluirValeu!
Muito obrigado pelo elogio sincero e pela força Robson. Seja sempre bem vindo para dar uma conferida e comentar, os posts são diários.
ExcluirEae como eu começo a ler Bataman? Qual é a melhor linha? Eu vejo que há eterno batman, a simbra de batman e outros. Mas qual é a melhor?
ResponderExcluirEssa questão nunca é fácil de responder meu caro. Um bom começo seria com Batman - Ano Um, seguido de Longo Dias das Bruxas e Vitória Sombria. Depois, talvez Morte em Família (a dos anos 80) e Queda do Morcego.
ExcluirUma outra alternativa seria começar por Batman #1 dos Novos 52 com roteiros do Scott Snyder.
Além disso, sugiro que leia essa matéria também:
http://planetamarveldc.blogspot.jp/2015/03/variacoes-sobre-o-mesmo-tema-os-varios.html
Eu tb gostava muito das HQs do Batman da série túnel do tempo q a mythos lançava... Além de alguns crossovers com o personagem.
ResponderExcluirOlá Jefferson, seja bem-vindo. Essas HQs eu não conheço, vou dar uma procurada. Obrigado pelas dicas. Volte sempre, os posts são diários!
ExcluirCaso ache interessante, poderia publicar lá no blog esse post, eu tenho todo esse material digital, só precisaria depois upar, e converter para PDF para colocar leitura online também.
ResponderExcluirValeu pela proposta, mas como esse post não é de minha autoria, acho que vou deixar assim mesmo. Além disso, meu top do Batman seria um pouco diferente. Na verdade, já faz um tempo que estou pensando em criar um top 5 desse tipo. Assim que eu conseguir, posto no seu blog também para que você possa disponibilizar os downloads.
ExcluirO Joker também tem um post desses, eu poderia fazer a minha versão em fevereiro ou março, uma parte 3.
ResponderExcluirAmigos, me ajudem. Quero presentear um amigo com HQs boas e raras do Batman e recebi a oferta de 1 Asilo Arkham do ano de 1990, 1 Ano Um, A Queda do Morcego e o crossover de Demolidor e Batman por 180 reais. Acham que vale a pena? Alguma recomendação?
ResponderExcluirBrandon, se você fechar Asilo Arkham e Queda do Morcego por 100 reais, então significa que Ano Um e Demolidor/Batman fica por 80, mas eu achei meio caro. Ano Um, a Panini sempre está relançando em formato de capa dura e dá para encontrar por preço de capa R$37,00. Isso significa que pagar mais de 40 pelo crossover, eu acho um pouco caro.Mas, de repente, se estiver em ótimo estado de conservação, são todas boas HQs, somente o Demolidor/Batman eu não saberia dizer, pois não li.
ExcluirAtualizando: To pra fechar a compra de Asilo Arkham e A Queda do Morcego por 100. Recomendações?
ResponderExcluirOlá Brandon. Bom, se for HQs boas e raras, eu recomendo a série Um Conto de Batman que a Editora Abril lançou no começo dos anos 90 em formato americano. Estou começando a postar alguns reviews aqui: http://planetamarveldc.blogspot.jp/search/label/Coment%C3%A1rio%20DC
ExcluirOutra boa dica de HQ boa e rara é esta:
http://planetamarveldc.blogspot.jp/2016/01/bau-do-planeta-dc-batman-as-dez-noites.html
Outra boa pedida é essa minissérie:
http://www.guiadosquadrinhos.com/capas/batman-o-messias/bme0301
Dá para encontrar essas HQs em sebos e por um preço "justo".
Das que você citou (Asilo Arkham, Queda do Morcego e Ano Um), todas são ótimas (porém, Demolidor e Batman eu não li). Mas, falando sinceramente, Asilo Arkham e Queda do Morcego por 100 reais eu achei meio caro, mas são excelentes presentes sem dúvida. Espero ter ajudado um pouco. Qualquer coisa pode perguntar, estou à disposição. Abraço!