Seguindo o padrão de inimigos da
época (início da década de 60, em plena Guerra Fria), o herói enfrenta diversas
ameaças originadas entre os “comunistas vermelhos”. E, aqui, não se trata de
uma “alusão” ao comunismo. A situação era clara, para não dizer escancarada.
Ficam explícitos lugares, símbolos e siglas pertencentes a então Cortina de
Ferro.
As aventuras do herói seguem um
padrão que muito se assemelha ao desenho animado Scooby-Doo. Ou seja, toda e
qualquer ameaça surge na forma de um grande vilão e esse é desmascarado no
final de cada história, podendo ser qualquer personagem coadjuvante que dela
participou. Há, inclusive, o “desmascaramento” literal do vilão no final, que
sempre se utiliza de máscaras de borracha, transmissores de voz que disfarçam a
própria e exoesqueletos que dão a impressão de serem maiores do que são.
Até mesmo
poderes ou armas especiais utilizados pelos vilões são mostrados como meros
truques para enganar suas vítimas. Caso do vilão Protetor, que ameaçava suas
vítimas em caso do não pagamento de sua proteção especial (tal qual um
gângster) utilizando uma pistola que reduzia jóias ou objetos a pó.
No final da história é mostrado que
tal fantástica arma nada mais era do que uma espécie de aspirador de pó
reverso, que lançava pó nos objetos e os sugava, dando a impressão de terem
sumido ou se tornado o pó que foi lançado.
Pym não se
esforça muito para manter uma identidade secreta. Porém, devido a seu tamanho,
poucos ligam o herói ao cientista, pelo menos não explicitamente. Também não é
mostrado como ele se torna um herói público, já que até mesmo a polícia conta
com sua ajuda em certas ocasiões, esperando até mesmo a resolução dos problemas
que fogem da rotina criminal.
A moral da
história, comum no conto de ficção onde Hank Pym surgiu, ainda o seguiria em
algumas histórias. O vilão Cabeça de Ovo, assim chamado por ser careca e ter a
cabeça caricaturalmente ovalada, espécie de arquiinimigo do herói que utiliza
seu conhecimento como cientista (louco) para descobrir a forma de comunicação
das formigas, tenta dominar os animais e virá-los contra o herói, alegando a
elas (através de um comunicador de formigas que criou) que o Homem Formiga as
escraviza (alguma associação defensora das formigas deve ter reclamado para a
Marvel para que essa história surgisse…).
No final, o vilão é derrotado e as
formigas não traem o Homem-Formiga. Este explica que as formigas nunca o
trairiam, pois elas não se consideram escravizadas, mas sentem-se como
parceiras na luta contra o crime. Ao contrário da raça humana, as formigas
trabalham em conjunto, unidas, e desconhecem o sentimento de traição.
Ideias
malucas que fizeram as primeiras histórias desse herói serem tão divertidas.
Porém, essa mesma maluquice não permitiu que seu sucesso fosse tão duradouro
quanto outros personagens Marvel Comics originados nos anos seguintes,
relegando o Homem-Formiga, esse personagem que mais parece uma sátira de
super-herói, a condição de personagem secundário.
Por
Marcos Dark
Fonte:
Impulso HQ
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