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MATÉRIA: GUARDIÕES DA GALÁXIA - PARTE 3

Olá! Sejam bem-vindos novamente ao HQ Maniacs! Recentemente iniciamos uma série de artigos sobre os Guardiões da Galáxia, e na primeira parte (clique aqui para acessá-la) visitamos os longínquos rincões do Espaço Sideral e, na segunda parte (é só clicar aqui para vê-la), demos um “pulinho” até o Século XXXI e conhecemos os Guardiões da Galáxia originais. Pois bem... Sem mais delongas, finalmente saberemos um pouco mais sobre os Guardiões da Galáxia que de fato estão nos cinemas desde o dia 31 de julho! Dito isso, continuem conosco e saibam como um bando de personagens de terceira categoria se tornaram astros de primeira grandeza do Universo Marvel!



:: Uma equipe proativa
Logo após o término da saga Aniquilação 2: A Conquista (onde várias forças e personagens cósmicos da Marvel tiveram que enfrentar a ameaça da Falange) a galáxia estava “mais-pra-lá-do-que-pra-cá”. Antigos impérios passavam por grande instabilidade política e após tantas catástrofes seguidas até mesmo as barreiras do Espaço, do Tempo e as que separavam nosso Universo de outras dimensões estavam esboroadas. Resumindo tudo: o Cosmo inteiro estava tão fragilizado que qualquer um que tivesse ousadia e poder o bastante poderia tentar conquistá-lo! Para evitar esse tipo de situação o herói conhecido como Senhor das Estrelas convidou alguns dos indivíduos que participaram do combate contra a Falange para integrarem uma equipe proativa, que reagisse prontamente a qualquer perigo em escala universal.

Mas quais foram os indivíduos que passaram a integrar essa nova equipe de heróis em sua estreia, que ocorreu em julho de 2008 no gibi Guardians of the Galaxy #1, escrito pela dupla britânica de roteiristas Dan Abnett e Andy Lanning, e desenhado por Paul Pelletier? Além do Senhor das Estrelas (no papel de líder), o grupo era inicialmente formado por Quasar (Phyla-Vell, a filha do Capitão Marvel e possuidora dos braceletes quânticos que pertenceram ao falecido Quasar original); Adam Warlock (que no passado foi um dos principais inimigos do vilão Thanos); Rocky Racum (um guaxinim falante especialista no uso de armamento pesado e mestre em estratégia e tática); Gamora (uma assassina que foi treinada pessoalmente por Thanos); Drax, o Destruidor (um exímio e fortíssimo lutador que nutria um ódio mortal pelo Titã Louco); Groot (um enorme ser vegetal) e Mantis (uma artista marcial e sensitiva que no passado chegou a fazer parte dos Vingadores). Como base, atendendo a uma sugestão de Nova eles escolheram LugaNenhum (Knowhere), a gigantesca cabeça de um Celestial morto que, além de ser habitada por milhares de pessoas vindas dos mais diversos cantos do Universo, também servia como portal de teletransporte para qualquer lugar da galáxia. Chefiando a segurança de LugaNenhum e eventualmente servindo como apoio operacional para a equipe estava lá Cosmo, um cão que foi enviado para o espaço pelos russos nos anos sessenta e que, além de inteligência desenvolveu habilidades telecinéticas e telepáticas.


Do ponto de vista editorial, a razão para o lançamento de uma nova série estrelada por heróis cósmicos foi mais do que óbvia: o sucesso de Aniquilação e Aniquilação 2 deixou o mercado preparado para mais um gibi ambientado no espaço, conforme explicaram Abnett e Lanning para o site Comic Book Resources: “’Aniquilação 2: A Conquista’ reabilitou muitos personagens cósmicos legais.[...] Nós percebemos então que o lado cósmico do Universo Marvel estava implorando por uma revista estrelada por um supergrupo para ser publicada lado a lado com a série mensal do Nova”. E sobre o nome da série, os roteiristas acrescentaram: “Nós brincamos com vários outros nomes (Vingadores Cósmicos, Aniquiladores, Fantásticos Quebradores de Caras), mas ‘Guardiões da Galáxia’ sempre foi a escolha óbvia de nome para qualquer equipe cósmica da Marvel”.

Abnett e Lanning sempre foram fãs assumidos do trabalho de Jim Valentino (que escreveu e desenhou a série mensal dos Guardiões do Século XXXI nos anos noventa) e em Guardians of the Galaxy #2 eles prestaram a sua homenagem às histórias escritas por ele ao fazerem a sua recém-formada equipe encontrar congelado em uma anomalia cósmica ninguém mais ninguém menos que um desmemoriado Major Vitória, o líder dos Guardiões originais. Naturalmente, ele passou a integrar a nova equipe, e o mistério da sua aparição permeou o titulo durante toda a sua duração, já que no seu rastro apareceu o Águia Estelar, avisando a todos que a presença do Major Vitória no século XXI acarretaria em graves danos para o continuum espaço-temporal.


Além do Major Vitória, com o passar do tempo outros personagens passaram a integrar as fileiras dos Guardiões como Jack Flag (um relutante herói que apareceu nas histórias do Capitão América nos anos noventa), Besouro (um ágil guerreiro de características insectóides) e Serpente da Lua, uma telepata terrestre criada em Titã (o satélite de Saturno onde nasceu Thanos) que era filha de Drax e membro-reserva dos Vingadores. E a entrada dos novos membros foi providencial, já que desde o inicio a equipe enfrentou grandes ameaças como a Igreja Universal da Verdade, uma organização religiosa que venerava Magus, um maligno alter ego de Adam Warlock. Porém, o grande teste para o time reunido pelo Senhor das Estrelas estava reservado para a próxima saga cósmica da Marvel.


Publicada entre março e agosto de 2009 e concebida por Abnett e Lanning, Guerra dos Reis (Wars of Kings) foi uma saga constituída por uma série principal de seis partes e por duas minisséries secundárias: Darkhawk (estrelada pelo Falcão de Aço, um herói da Marvel dos anos noventa) e War of Kings: Ascension, que mostrava a reação de vários personagens cósmicos da Marvel ao evento. E do que se trata a saga? O Império Kree (liderado por Raio Negro, o rei dos Inumanos) e o Império Shiar (comandado por Vulcano, o irmão de Ciclope e Destrutor, dos X-Men) entraram em guerra, e cabia aos Guardiões da Galáxia e a Nova impedirem que tal guerra estraçalhe totalmente o Universo.

Com muito esforço os Guardiões conseguiram pacificar os dois lados do conflito, porém a guerra teve altos custos: os avisos de Águia Estelar se concretizaram quando no final da saga Adam Warlock sucumbiu ao seu lado negro e se transfigurou em Magus. Os Guardiões tiveram que lidar com Magus, e na esteira dele um velho adversário acabou retornando do mundo dos mortos em Guardians of the Galaxy #24: Thanos! E a volta do Titã Louco não foi á toa, já que uma grande ameaça pairava sobre o Universo... Infelizmente, tais desdobramentos não foram mostrados em Guardians of the Galaxy, já que a revista foi cancelada após a vigésima-quinta edição.

Coube à minissérie em seis partes Thanos Imperative (publicada em 2010 e concebida por Abnett e Lanning) mostrar que Magus se aliou a invasores do Cancerverso, uma realidade paralela similar à nossa. Liderados por uma versão maligna do Capitão Marvel, os invasores pretendiam dominar o nosso universo, e para atingir tal meta eles pretendiam fazer a mesma coisa que fizeram em sua dimensão: literalmente eles queriam “matar” a Morte, transformando todos em imortais! Obviamente, a Morte do nosso universo não concordava com tal curso de ação (que desordenaria o delicado equilíbrio cósmico) e para evitar isso ressuscitou Thanos, o seu eterno “apaixonado”.

Relutantemente, as principais entidades cósmicas do Universo Marvel e os Guardiões da Galáxia se aliaram ao Titã Louco, e nas batalhas que se seguiram o Cancerverso foi rechaçado, porém como em toda guerra houve perdas: Thanos desapareceu do radar de todos e Nova, Senhor das Estrelas e Drax foram dados como mortos.

Ah, para quem queira saber: no Brasil Guardians of the Galaxy foi publicada de forma irregular pela Panini, que em 2009 reuniu as sete primeiras edições da série na revista Marvel Apresenta #42. A saga Guerra dos Reis e a maior parte das suas aventuras correlatas foram reunidas em uma série fechada de seis partes publicada em 2010, e infelizmente Thanos Imperative continua inédita em nossa terrinha.


:: Um Universo expandido
Com o fim da sua série mensal e de Thanos Imperative, o futuro não parecia muito promissor para os Guardiões da Galáxia. Porém, no meio do caminho deles havia um rapaz chamado Kevin Feige.

Feige é presidente e produtor do Marvel Studios (o braço cinematográfico da Casa das Ideias) e nestas funções ele amealhou inúmeros sucessos de bilheteria na última década. Desde 2010, quando perguntado quais personagens da Marvel poderiam ser adaptados para o cinema, como quem não quer nada Feige sempre citava os Guardiões da Galáxia, afirmando que eles seriam os personagens perfeitos para expandirem a versão cinematográfica do Universo Marvel para além dos limites óbvios do gênero “super-herói”.

As citações de Feige decididamente não eram “conversa para boi dormir”: em 2012 o produtor anunciou que estava em pré-produção um filme estrelado pelos Guardiões da Galáxia, e do ponto de vista editorial os impactos de tal anúncio foram imediatos.

Em 2012 as comic shops americanas receberam a revista mensal Avengers Assemble, lançada na esteira do sucesso cinematográfico Os Vingadores. Com uma formação similar à apresentada no filme, os Maiores Heróis da Terra de cara são obrigados a enfrentar uma conspiração comandada por Thanos, e para tanto eles se aliam aos Guardiões da Galáxia, novamente liderados pelo Senhor das Estrelas, que junto com Drax voltou do mundo dos mortos sem nenhuma explicação! No Brasil, esse arco de histórias foi publicado em 2013 na revista Avante, Vingadores! #0, da Panini.


Este crossover foi muito bem recebido pelos fãs, e em 2013 os Guardiões ganharam novamente uma série mensal, desta vez escrita por Brian Michael Bendis, o mais prestigiado roteirista da Marvel. De cara, assim como a equipe original eles enfrentaram os Badoons, e para adequar a revista ao roteiro cinematográfico concebido pelo Marvel Studios, Bendis definiu uma nova e mais enxuta formação para a equipe, que passou a ser constituída basicamente pelo Senhor das Estrelas, Drax, Gamora, Rocky Racum e Groot. Como as vendas dessa nova revista estão em um excelente patamar, provavelmente iremos nos deparar muito com os Guardiões em nossos gibis!

Pois é... Falamos muito sobre os Guardiões aqui e percebemos que em quase todas as suas formações o grupo era formado por personagens obscuros do Universo Marvel. Vocês gostariam de saber mais sobre alguns deles? Partindo do pressuposto que a resposta da nossa audiência é “sim”, continuaremos por aqui, e apresentaremos as origens nos quadrinhos do Senhor das Estrelas, Drax, Gamora, Rocky Racum e Groot, os heróis que estarão nas telas do cinema no próximo dia 31 de julho!

:: Um Aventureiro Espacial
Criado em 1976 por Steve Englehart e Steve Gan, o Senhor das Estrelas (Starlord) estreou em uma aventura futurista publicada no magazine em preto-e-branco Marvel Preview #4. Em sua primeira aparição (inédita no Brasil), descobrimos que Peter Jason Quill era um típico menino interiorano apaixonado por ficção científica, até que nos anos setenta a sua mãe – a bela e jovem Meredith Quill – foi morta em uma misteriosa incursão alienígena. Tal incidente fez com que o jovem desenvolvesse uma personalidade fria e distante, além de um ódio mortal pelos assassinos da sua mãe, porém mesmo assim ao virar adulto nos anos noventa Quill ingressou na NASA, a famosa agência espacial americana.


Em uma de suas missões como astronauta, Quill e seus colegas se encontraram com o Mestre do Sol, uma entidade cósmica que (sabe-se lá por que!) decidiu transformar um dos terrestres em uma espécie de policial/aventureiro espacial chamado Senhor das Estrelas. Inicialmente, um dos companheiros de Quill foi escolhido para receber a dádiva do Mestre do Sol, o que o deixou furioso, já que esta dádiva o possibilitaria a andar pelo Cosmo em busca dos assassinos da sua mãe. Passando todos os seus amigos para trás, Quill chegou até o Mestre do Sol e exigiu a dádiva do alienígena, que percebeu o profundo ódio dentro dele. Após uma pequena “lavagem cerebral” (onde Quill teve a ilusão de ter encontrado e executado os assassinos da sua mãe) a raiva do jovem astronauta foi dissipada e ele se tornou o Senhor das Estrelas. Para ajudá-lo em sua missão o Mestre do Sol concedeu a Quill a Arma Elemental (capaz de disparar rajadas de água, fogo, ar e até mesmo terra) e uma nave espacial senciente, batizada com o proverbial nome de Nave.

Apesar da aparente pegada scif-fi, na verdade Englehart pretendia com o Senhor das Estrelas criar uma série um pouco mais esotérica, já que em seus planos originais o personagem viajaria por todos os planetas do nosso Sistema Solar, e em cada um desses astros ele teria aventuras relacionadas com aspectos da Astrologia. Os planos de Englehart foram abortados quando ele abandonou a Marvel em 1976, e daí em diante o personagem tomou outro rumo.


Em 1977 o Senhor das Estrelas reapareceu em Marvel Preview #11, em uma típica aventura do gênero space opera concebida por Chris Claremont e John Byrne (e que foi publicada no Brasil em 1985, nas edições #70 e 71 de Heróis da TV, da Editora Abril), onde o herói enfrentou um grupo de escravagistas siderais e, de quebra, descobriu a sua verdadeira origem: anos atrás, um extraterrestre chamado Jason (herdeiro do império galáctico chamado Spartax) caiu acidentalmente na Terra, e foi resgatado por Meredith Quill. Rapidamente os dois iniciaram um romance, que não foi adiante porque Jason precisava retornar para Spartax. Meredith ficou grávida, e ao tomar conhecimento disso o príncipe Gareth (o tio de Jason) enviou assassinos para executar Meredith e seu filho, já que secretamente ele conspirava para usurpar o trono do seu sobrinho. Obviamente, os assassinos conseguiram executar Meredith, e falharam na tentativa de matar Peter.

Na condição de herdeiro de um império galáctico, o Senhor das Estrelas poderia levar uma vida mansa, porém ele preferiu continuar navegando sem rumo pelo Universo em busca de novas aventuras, que foram publicadas de maneira esparsa entre 1978 e 1982 na Marvel Preview, Marvel Comics Super Special, Marvel Spotlight e Marvel Premiere, e podemos afirmar aqui que nenhuma dessas histórias marcou época, e o personagem passou a maior parte dos anos oitenta e noventa desaparecido dos gibis da Marvel.

Em 1996, ao lado do desenhista Dan Lawlis, o escritor Timothy Zahn (famoso por escrever romances relacionados à saga cinematográfica Star Wars) trouxeram de volta a baila o Senhor das Estrelas em uma minissérie em três partes, ou melhor, na verdade ele criou o personagem Sinjin Quarrel, que herdou o manto de Quill após o seu desaparecimento.

Para efeitos de continuidade, a aventura escrita por Zahn foi descartada, assim como os aspectos futuristas das primeiras aparições do Senhor da Estrelas, que finalmente voltou a dar o ar da sua graça em 2004 na série mensal de Thanos. Daí em diante, foi um pulo para ele ser aproveitado em Aniquilação e Aniquilação 2.

No último relançamento de Guardians of Galaxy Brian Michael Bendis recriou alguns aspectos da origem do personagem, fazendo com que sua mãe fosse assassinada por Badoons e transformando a Arma Elemental em uma herança do seu pai. E o que pretende Bendis com isso? Precisaremos acompanhar a série mensal dos Guardiões para saber!



:: O Destruidor
Drax, o Destruidor (Drax the Destroyer) apareceu pela primeira vez em 1973 no gibi Iron Man #55 (que também trouxe a estreia de Thanos) e de cara os fãs foram apresentados aos detalhes da sua origem: o Titã Louco estava amealhando um grande poderio militar para levar a cabo seus planos de extinguir a Vida no Universo, e temendo pelo pior, Mentor (o pai de Thanos) pediu ajuda a Kronos, uma antiga entidade cósmica.

A ajuda de Kronos passava por Arthur Douglas, um terrestre que, alguns anos antes quando viajava com a família teve o azar de esbarrar com Thanos durante uma das incursões secretas do Titã na Terra. Douglas e sua esposa foram mortos pelo vilão, e sua pequena filha ficou abandonada ao léu, até ser encontrada por Mentor, que a levou para Titã, onde após vários anos de treinamento ela se tornou a heroína telepata conhecida como Serpente da Lua. E Kronos – com uma providencial ajuda de Mentor – ressuscitou Douglas, rebatizando-o como Drax e concedendo a ele capacidade de voo e de emissão de raios energéticos, superforça e a habilidade de rastrear Thanos em qualquer canto do Universo.

Drax foi figura destacada nas primeiras sagas em que Thanos foi o vilão principal, e com a morte do Titã Louco ele perdeu completamente o propósito. Após um curto período acompanhando o Capitão Marvel ele decidiu ficar ao lado de Serpente da Lua, e juntos eles viajaram pelo Universo. Ao chegarem a um remoto planeta, Serpente da Lua – em um surto de loucura e megalomania – decidiu dominar a população local. Com a ajuda dos Vingadores Drax tentou dissuadir a sua filha em Avengers #220 (publicada originalmente em 1982 e inédita no Brasil), porém pagou um alto preço, já que graças a um violento ataque psíquico ele foi assassinado pela própria filha.

Thanos voltou a dar as caras nos anos noventa na série mensal do Surfista Prateado e na minissérie Desafio Infinito, e na esteira deste evento Kronos ressuscitou Drax aumentando consideravelmente seus poderes, com um indesejável efeito colateral: como Kronos não levou em consideração as sequelas do ataque psíquico que matou Drax, o herói renasceu burro como uma porta!

Após o término de Desafio Infinito, Drax passou a ser membro regular da Guarda do Infinito, um grupo formado por Adam Warlock para guardar as Joias do Infinito, gemas capazes de manipular vários aspectos do Universo. E, de aparição em aparição, em 1996 Drax retomou a sua inteligência normal no quarto capitulo da minissérie em cinco partes Cosmic Powers Unlimited (inédita no Brasil). E por fim, no inicio da última década após algumas aparições na série mensal Captain Marvelo personagem aparentemente encontrou paz e sossego em Kai, um mundo subatômico que apareceu várias vezes nas aventuras do Hulk.

Em 2005, Drax voltou a ter destaque ao ser o personagem principal da minissérie Prelúdio para Aniquilação: Drax, o Destruidor. Sem maiores explicações, ele apresentava um visual completamente diferente das suas aparições anteriores, e seus poderes estavam notadamente reduzidos, uma vez que ele passou a fazer uso de adagas e de armas de fogo e se tornou muito mais frio e violento do que antes. E justamente este “novo” Drax passou a integrar os Guardiões da Galáxia após Aniquilação 2, e estará na versão cinematográfica dos personagens.

:: A Mulher Mais Perigosa da Galáxia

Concebida por Jim Starlin em 1975 e estreando na revista Strange Tales #180, inicialmente Gamora foi retratada como uma bela e perigosíssima mulher que buscava se aliar a Adam Warlock. Naquela época Warlock estava atarantado com Magus, o seu alter ego maligno que comandava a Igreja Universal da Verdade, e rapidamente descobrimos as verdadeiras motivações de Gamora: ela pretendia assassinar Magus, a mando de um “misterioso chefe”. E quem seria esse “misterioso chefe”? Ora, era ninguém mais ninguém menos que Thanos!

O Titã Louco sabia que a ascensão de Magus colocaria em risco os seus planos, e para evitar isso ele arquitetou um plano mirabolante: ele viajou no Tempo e assistiu uma pacífica raça chamada Zen Whoberi literalmente ser extinta pela Igreja Universal da Verdade. Antes do extermínio, Thanos salvou uma menina, e levou-a para a sua base, e além de criá-la quase como se fosse uma filha ele prometeu que ela teria a oportunidade de vingar o seu povo. Para tanto, Thanos impôs a menina um pesado treinamento em artes marciais, além de aumentar as capacidades físicas dela com uma série de tratamentos místicos e cibernéticos, o que rapidamente rendeu para a moça a singela alcunha de “A Mulher Mais Perigosa da Galáxia”.

Gamora falhou em sua primeira tentativa de matar Magus, porém posteriormente, ao lado de Thanos e Warlock eles conseguiram eliminar o vilão. Todavia, a lealdade de Gamora foi colocada à prova quando ela descobriu que os planos do seu “pai adotivo” incluíam a destruição de boa parte da vida senciente do universo. O resultado disso foi a sua morte nas mãos do Titã Louco.

Posteriormente, os Vingadores, Capitão Marvel, Homem-Aranha e o Coisa conseguiram derrotá-lo em Marvel Two-In-One Annual #2.

A personagem ressuscitaria junto com Adam Warlock nos anos noventa no bojo da minissérie Desafio Infinito, e após o fim desta saga, junto com Drax e Warlock ela passou a fazer parte da Guarda do Infinito. A série da Guarda durou quarenta e duas edições, e após o seu término restou a Gamora uma ou outra participação especial nas revistas mensais da Marvel e nas minisséries Abismo Infinito e O Fim do Universo. Tudo indicava que a assassina se tornaria mais uma nota de rodapé na história do Universo Marvel, mas como no meio do caminho havia algumas Aniquilações e... Ela se tornou membro dos Guardiões da Galáxia!

:: Um Guaxinim Falante
Vocês conhecem os Beatles, não conhecem? E já ouviram falar do famoso Álbum Branco, não ouviram? E a canção Rocky Raccoon, que é uma das trinta faixas do Álbum Branco? Pois é... Foi justamente esta adorável música composta por Paul MacCartney e John Lennon que serviu de inspiração para a criação de Rocky Racum (Rocket Racconn), o mais carismático membro dos Guardiões da Galáxia!

Racum deu o ar da sua graça pela primeira vez em 1976 no magazine Marvel Preview #7, em uma história futurista escrita por Bill Mantlo e desenhada por Keith Giffen, onde ele (batizado originalmente com um nome idêntico ao da canção dos Beatles) ajudou o Principe Wayfinder (um personagem pra-lá-de-obscuro da Marvel dos anos setenta) na busca da Sword in the Star (Espada na Estrela), um poderoso artefato místico.

Em um primeiro momento Rocky estava destinado a ser um personagem incidental em uma aventura sem importância, porém Mantlo gostou do pequeno guaxinim, tanto que o reaproveitou em uma aventura do Hulk publicada em 1982 em Incredible Hulk #271 (e no Brasil em 1985 em Incrivel Hulk #24, da Editora Abril). Nessa história o personagem teve seu nome original modificado para Rocket Raccoon (provavelmente para evitar problemas com direitos autorais!), porém mesmo assim Mantlo fez diversas e sutis referências à canção dos Beatles ao desenvolver a caracterização e a origem do personagem. E, por falar em origem, de onde diabos veio o personagem?

Racum era uma espécie de soldado/policial do Quadrante de Keystone, um setor do espaço isolado do restante do universo graças a uma enorme muralha galáctica que o circundava. Lá, havia o Meio-Mundo (Halfworld), um planeta dividido basicamente em dois territórios: um era habitado por seres cibernéticos que se dedicavam exclusivamente a montagem de uma gigantesca nave-robô, e o outro era o lar de afáveis animais antropomorfizados. Bem, nem todos eram afáveis: o maligno Toupeira Terrífico (Judson Jakes) desejava o Livro das Origens (Gideon´s Bible), um ininteligível manuscrito que supostamente descrevia as origens do Quadrante de Keystone e seria a chave para o domínio daquele setor espacial.

Aliados, Hulk e Racum frustraram os planos do Toupeira Terrífico, e posteriormente o simpático guaxinim foi a estrela principal de uma minissérie em quatro partes, publicada originalmente em 1985 (e inédita no Brasil). Escrita por Mantlo e desenhada por Mike Mignola, essa série fechada extrapolou ainda mais as maluquices do Quadrante de Keystone, e após o seu fim Racum abandonou o seu planeta natal em busca de aventuras.

Daí em diante, o herói teve algumas participações especiais no inicio dos anos noventa nas revistas Quasar e Sensational She-Hulk... Nada muito digno de nota, assim como foi sua posterior aparição no gibi mutante Exiles #73, em 2006. Todavia, essa aparição deve ter chamado a atenção de alguém na Marvel, já que no ano seguinte Racum foi uma das estrelas de Aniquilação 2: a Conquista.

Neste retorno, foi definido que além de ser um mestre em táticas militares e em armamentos Racum era amigo de longa data do Senhor das Estrelas. E, como quem não quer nada, Peter Quill convidou seu velho amigo para ser membro dos Guardiões da Galáxia!

:: O Soberano do Planeta X
Nos anos cinquenta a Marvel era muito diferente do que é hoje. Basicamente, a editora lançava gibis estrelados por monstros alienígenas que vinham para a Terra com o objetivo de aterrorizar a população local, até serem derrotados por algum cientista ou aventureiro. E um desses monstros era justamente o simpático Groot, uma enorme e poderosa árvore falante que ainda por cima andava!

Estreando como vilão em 1960 na revista Tales to Astonish #13, Groot foi criado por Stan Leee Jack Kirby, e em sua primeira aparição ao entrar em contato com os humanos o alienígena afirmou que era soberano do Planeta X, e que sua “visita” objetivava a captura de terráqueos para o uso em experimentos científicos. Tudo estava indo muito bem para Groot, só que ele não contava com o cientista Leslie Evans, que conseguiu derrotá-lo fazendo uso de... Cupins superdesenvolvidos, que literalmente devoraram o rei do Planeta X!

Derrotado, Groot sumiu de vez, até que em 1976 na revista Incredible Hulk Annual #5 um clone dele foi criado pelo vilão Xemnu e enviado contra o Hulk, em uma história escrita por Chris Claremont e Len Wein e desenhada por Sal Buscema que prestava homenagem aos gibis de monstros da Marvel dos anos cinquenta. No Brasil, essa aventura saiu em 1982 no Almanaque do Hulk #2, da RGE. Ora, convenhamos: o soberano do Planeta X merecia muito mais que um clone!

Em 2006 o personagem finalmente reapareceu na série mensal Nick Fury´s Howling Commandos, como um relutante voluntário de uma unidade especial da S.H.I.E.L.D. (a famosa agência de espionagem do Universo Marvel) especializada em monstros e aberrações. Daí, ele foi escalado como um dos personagens de apoio da saga Aniquilação 2, e o seu vasto vocabulário – restrito basicamente à expressão “Eu sou Groot” – deve ter encantando Abnett e Lanning, que o tornaram membro efetivo dos Guardiões da Galáxia!

:: E, por fim...
Então, colegas... É isso. No próximo dia 31 de julho os Guardiões da Galáxia finalmente chegarão aos cinemas brasileiros, e pelo que foi visto nos trailers e imagens liberados até agora a trama dirigida porJames Gunn mostrará o Senhor das Estrelas (Chris Pratt) liderando um grupo de criminosos e desajustados constituído por Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Bautista), Rocky Racum (Bradley Cooper) e Groot (Vin Diesel) em uma missão para salvar a galáxia de uma ameaçada comandada por Ronan, o Acusador (Lee Pace). Mas será que Ronan realmente é o inimigo? Ou será que a verdadeira ameaça é Nebulosa (Karen Gillan)? Ou quem sabe o Colecionador (Benicio del Toro)? Ou talvez, Thanos (Josh Brolin)? Só saberemos isso quando assistirmos ao filme!

Por Cláudio Roberto Basílio

Fonte: HQ Maniacs

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2 Comentários

  1. Eu não li o post(preguiça) mas gostei do blog.E quero deixar uma correção:
    Estão nos cinemas desde 31 de julho e não estarão apartir.Bom blog continue assim.

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  2. Olá ANT! Obrigado pelo apoio e pelo toque, já está corrigido! Volte sempre!

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