Hoje o Terra Zero retoma suas resenhas
dominicais da grande saga “Batman:
Eternal“. A série semanal estrelada por todos os heróis
do universo do Homem-Morcego continua a ser muito bem recebida nos Estados
Unidos por reunir, numa narrativa coesa e instigante, alguns dos melhores
profissionais que a DC Entertainment tem à sua disposição atualmente. Para
acelerar um pouco as coisas aqui no site, duas edições serão comentadas neste
domingo. Ambas caminham lado a lado em termos de história e personagens e
juntas explicam um pouco mais sobre os mistérios que permeiam o Asilo Arkham
graças ao roteiro de Ray Fawkes. Como se sabe, toda a equipe de autores desta revista se
subdivide de semana em semana para contar a parte que lhe foi cabida nesta
narrativa. Fawkes tem maior simpatia pelo lado mágico do Universo DC, lidando
então com personagens místicos relacionados ao Batman.
Roteiro: SCOTT SNYDER, JAMES TYNION IV, JOHN LAYMAN, RAY FAWKES e TIM SEELEY
Arte: DUSTIN NGUYEN
Arte-Final: DEREK FRIDOLFS
Cores: JOHN JALISZ
Capa: DUSTIN NGUYEN
Batwing e Jim Corrigan descobrem que o mistério do Asilo
Arkham envolvem um pacto e um ritual para trazer de volta Deacon
Blackfire no
corpo de Maxie Zeus, o mais preparado para receber este “Messias”. A referência
ao clássico “Batman – O Messias” de Jim Starlin e Bernie Wrightson é clara e
cabe muito bem no projeto – se cada autor lida com um aspecto do universo do
Batman, nada mais coerente que amarrar esta história envolvendo um suposto
profeta ao momento pela qual a cronologia do Morcego passa. A ideia de Fawkes
coube muito bem com a proposta de “Eternal”
e ainda faz os fãs mais velhos se lembrarem de um grande clássico. Para quem
não se lembra, Deacon Blackfire é o antagonista de “Messias”, um
trapaceiro líder que alega ter 100 anos de idade. Fawkes referencia
acontecimentos diretos desta história para explicar o retorno do personagem e o
faz de forma muito eficaz. A fim de aumentar a dramaticidade deste evento
místico o autor envolve ainda a Filha do Coringa e outros personagens
periféricos para fazerem parte deste evento macabro. Fica claro que é hora de
Corrigan convocar o Espectro, mas algo está impedindo que isso
aconteça. O amigo de Luke Fox, que é o novo Batwing, tem um pesadelo no qual
seu amigo super-herói morre. Ele tenta entrar em contato com o camarada, mas
não recebe resposta. Será que Fawkes está indicando uma futura morte do jovem herói?
E falando em jovens, Tim Drake e Harper Row continuam sua jornada na busca pelo
responsável pelo ataque de nano-robôs na periferia de Gotham City. Eles
descobrem que Sergei Alexandrov, personagem criado por Scott Snyder, tem
conexão direta com isso e querem levá-lo para a cidade para resolver a situação.
Ao mesmo tempo, Julia Pennyworth pressiona seu pai Alfred para lhe
explicar porque escolheu servir Bruce Wayne, na visão dela um playboy fútil e
sem qualquer laço moral com o passado glorioso de sua família. Esta parte da
história é curta mas muito importante para entender que a equipe criativa deve
explorar o fato de que Julia pode sim descobrir o segredo da Família Wayne e
entender que o trabalho de seu pai é mais importante do que ela imagina.
Levando-se em conta a inclinação que ela tem para fazer o justo, independente
do tamanho do auto-sacrifício, não é de se
duvidar que ela seja Lark, a misteriosa nova personagem a
integrar o Batverso no futuro.
Fawkes faz
um trabalho competente nas duas edições e deixa ganchos bem curiosos para o
futuro. A próxima edição é de Tim Seeley novamente e voltará a explorar a busca
pela falsa incriminação de James Gordon através das ações de sua filha (a
Batgirl), ao lado do Capuz Vermelho e da Batwoman no Rio de Janeiro.
Dustin
Nguyen, Derek Fridolfs e John Kalizs continuam em perfeita sintonia
artística, mantendo o nível visual altíssimo da série, algo muito difícil de se
conseguir quando a periodicidade entre as edições é tão curta e envolve tantos
desenhistas diferentes.
Por Morcelli
Fonte: Terra Zero
0 Comentários