Estas duas edições de “Batman: Eternal” mostram equipes e momentos distintos da história que se
completam de alguma forma, mas mostram a grande discrepância que existe entre
um criador e outro. A edição #20 fecha o arco de Tim Seeley com Batgirl,
Batwoman e Capuz Vermelho no Brasil, com o trio otendo enfim as respostas
necessárias para dar andamento ao caso James Gordon. Já a edição #21, comandada
por Tynion IV, parte para outro lado e leva a história a rumos mais instigantes
que os últimos números.
Roteiro: SCOTT SNYDER, JAMES TYNION IV, JOHN LAYMAN, KYLE HIGGINS, RAY FAWKES e TIM SEELEY
Arte: EMANUEL SIMEONI, JASON FABOK
Cores: BLOND, BRAD ANDERSON
Capa: ALEX GARNER
Seeley
novamente pisa na bola ao retratar o Brasil com uma Floresta
Amazônica dentro
do Rio de Janeiro. Ainda que o português usado nos diálogos esteja correto e o Doutor Falsário cumpra
bem seu objetivo, a ambientação é falha e gera uma falsa impressão da geografia
do país para os leitores gringos, que são o principal mercado deste produto.
Por outro lado, com este defeito sendo colocado de lado, o autor cria sim uma
história de ação e mistério bem eficaz e resolve algumas de suas pontas
levantadas nas edições anteriores. Agora o trio de protagonistas que ele usou
possui a resposta para inocentar o Comissário Gordon. Enquanto isso, o policial preso ao
lado de Jason Bard (novo Comissário de Polícia) e do Batman impede um caos
generalizado na Prisão Blackgate ao enfrentarem o Crocodilo e sua invasão para
salvar uma garota que fez parte de seu passado. Todavia, apesar da parceria
capaz até de impedir uma fuga de Carmine Falcone na cadeia, ainda há faíscas na
relação do Homem-Morcego com Bard e isto sera explorado na edição seguinte.
O maior destaque deste fechamento do autor sem dúvidas fica pelo retorno
da Salteadora como todos a conhecem. Como se sabe, esta nova iteração da
personagem possui um espírito escritor transgressor em blogs e Seeley não deixa
de dar uma cutucada nos redatores de blogs que soltam spoilers pela internet (o nome em inglês da
Salteadora é “Spoiler“).
No número
#21, escrito por James Tynion IV e desenhado pelo grande Jason
Fabok, a série volta a se envolver de um ambiente mais urbano e
condizente com o universo do personagem, algo que a arte de Fabok ajuda muito.
Neste capítulo fica claro que Alfred – personagem foco da história – está
muito perto de abrir o jogo com sua filha e exlicar suas escolhas e contar o
segredo de Bruce Wayne. Isso acaba de fato acontecendo quando ninguém menos que Silêncio invade a Mansão Wayne para atacar o
mordomo e o obriga a revelar para Julia o que fazer. Este deve ser o gancho
para que ela desenvolva a personalidade de Lark, já que tudo indica que esta
misteriosa nova personagem apresentada pelo desenhista Greg
Capullo em seu
twitter há algumas será ela.
Bard começa a mostrar que tem sua própria agenda dentro do Departamento
de Polícia de Gotham City, provando que a desconfiança do Batman tem
fundamento. As conexões do policial são bem misteriosas, mas não devem tardar a
serem reveladas. Destaque também para a entrada do escritor Kyle Higgins, que integra a equipe
oficial a partir deste número da publicação, entrando no lugar de John Layman
que saiu da DC Comics.
As pontas
fechadas por Seeley e as levantadas por Tynion IV são muito boas e conseguem
manter o bom nível desta série semanal. Mais do que já ter se justificado como
publicação, “Batman Eternal”
é um bom entretenimento para fãs do Homem-Morcego e de todas as nuances de seu
universo.
Por Morcelli
Fonte: Terra Zero
0 Comentários