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SUPERMAN DE GRANT MORRISON (PARTE 2 DE 3)

A partir da edição nove de Action Comics, Morrison começou a realmente deixar sua imaginação fluir nas mais tresloucadas direções, portanto nesta edição o escriba faz uma pausa em sua trama para nos contar um pouco da história de Calvin Ellis, o Superman negro da Terra-23 e que também é presidente dos EUA quando está em sua identidade civil.

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O Escocês Careca usa essa oportunidade para trabalhar a ideia de como o Superman é uma ideia poderosa que sempre existirá onde quer que seja necessária, onde quer que haja sofrimento (o próprio Morrison já chamou os super-heróis de “a última grande ideia do século XX”), não importa quem use o manto, a ideia é maior que a vida. Calvin Ellis também é uma dica de sua série vindoura, The Multiversity (parece que agora vai), que já confirmou o Superman da Terra-23 como um de seus personagens.

Voltando à programação normal, Morrison decide brincar com o elemento humano do Superman depois de ter contado sua origem. Com isso em mente o escriba levanta o questionamento: será Clark Kent um mero disfarce? Será que Kal-El pode simplesmente escolher uma identidade secreta diferente quando bem desejasse, ou até mesmo abdicar de qualquer identidade para caminhar entre a humanidade sem ser notado? Em um momento da história, Kal-El sente-se perdido e tenta abandonar seu alter-ego, mas não será a falta de perspectiva um problema? Para ajudar Kal-El a resolver seu problema de identidade, Morrison, do alto de sua genialidade, reintroduz Adam Blake, o Capitão Cometa! Quando de sua criação em 1951 por Carmine Infantino e Julius Schwartz, o Capitão Cometa era um personagem que ganhou poderes devido à passagem de um cometa sobre a Terra. Estabelecendo que o cometa que lhe deu poderes era na verdade a nave do Superman caindo no Kansas no momento de seu nascimento, Morrison une a origem dos dois personagens estabelece o novo status quo de Blake como um vilão, um jovem que nunca foi amado por ninguém – alguém que nunca conheceu humanidade, só maldade. Ao enfrentar tal inimigo, Superman entende a importância de sua própria humanidade e retoma sua vida dupla.

Junto com um dos momentos mais épicos na história do Superman nos últimos anos, descobrimos mais sobre o grande vilão de todo este trabalho de Morrison e como o diabinho esteve presente desde o primeiro título da revista. Aparentemente o vilão é o próprio Coisa Ruim e pelo seus aparentes níveis de poder e influência, somos induzidos a imaginar… quinta dimensão?

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Depois dessa montanha russa narrativa, há mais uma pausa; dessa vez para a edição zero – decisão do editorial para mostrar um pouco do passado de cada personagem do Universo DC Novos 52 com o objetivo de elucidar eventuais dúvidas dos fãs. Com essa missão nas mãos, Morrison conta uma história nova e inusitada sobre O Menino que Roubou a Capa do Superman. A interessante história mostra Clark Kent em sua primeiríssima aventura como super-herói. Claro que a empreitada terminou em fracasso e enquanto Clark está desacordado derrotado numa lixeira um moleque aparece e lhe rouba a capa indestrutível. A partir deste momento, nosso simpático afanador descobrirá que nada pode machucá-lo enquanto estiver coberto pela capa, pelo símbolo. Protegido pelo escudo, o menino ganha forças para enfrentar seus medos: desde seu pai abusivo até uma locomotiva em movimento.

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Muito bem, leitores e leitoras, essa foi a segunda parte de nossa análise da fase de Grant Morrison à frente de Action Comics nos N52. Não deixem de voltar ao site semana que vem para a terceira parte quando os conceitos e loucuras atingirão um ápice inacreditável!

Por Gabriel Fraga

Fonte: Quadrinhos em Questão

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2 Comentários

  1. o Super negro da capa lembra o Cassius Clay!!(vulgo Muhammad Ali!!) as Loucuras já atingiram o ápice Sr.Questão!! Marcos Punch.

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    1. Até aqui ainda estava bem "fácil" de acompanhar o raciocínio do Morrison...kkk.

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