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Planeta Resenha DC: Batman #36

Na edição passada Batman teve que se virar para encarar sozinho toda a Liga da Justiça, que foi dominada por um de seus inimigos mais mortais e enlouqueceu. No entanto, o Cavaleiro das Trevas ainda não tinha enfrentado seu aliado mais mortal: Superman.

Batman_36

O que temos aqui é a segunda parte do arco chamado Endgame e a história se divide em duas partes: Na primeira metade da revista temos o aguardado conflito de Batman com o último filho de Krypton em uma batalha surreal cheia de “bat-traquitanas” e artifícios para neutralizar os poderes do Homem-de-aço. Se você não é fã deste tipo de “solução” narrativa o conselho é FIQUE LONGE. Apesar de durante boa parte de sua história o Cavaleiro das Trevas ter se valido de gadgets e soluções tecnológicas pra lá de “roubadas” para se livrar de enrascadas, é compreensível que muita gente torça o nariz para este tipo de coisa, tendo em vista a popularização mais recente do chamado “bat-realismo”. O jeito como o problema “Superman” é tratado por Batman pode sim ferir o orgulho dos fãs do azulão, mas de forma alguma desmerece o conflito entre os dois heróis. A luta é bacana, apesar de meio curta. Em todo caso, Scott Snyder não concentra toda a edição 36 no confronto entre os dois ícones. Há um grande espaço no roteiro para a parte investigativa e para o retorno triunfal de um dos inimigos mais populares e queridos do Cavaleiro das Trevas. Isto torna esta uma leitura bem balanceada entre a ação e o mistério. Snyder novamente escreve diálogos excelentes principalmente nas cenas no Arkham entre Batman e Eric Border.  A revelação do antagonista é classuda e digna de sua história com o Morcego e realmente vemos Batman em uma enrascada nas últimas páginas. No final ainda temos uma mini-história bônus escrita por James Tynion IV que dá um panorama geral de Gotham durante a crise que se inicia em Endgame.

A arte de Greg Capullo continua infalível neste título. Nesta edição o ilustrador transita com extrema facilidade entre os espaços abertos e claros de Gotham durante o dia nas belíssimas cenas de luta entre Batman e Superman e as ruínas escuras e claustrofóbicas do Asilo Arkham. Com fotografia e quadros destruidores o desenhista nos mostra um confronto memorável entre os dois símbolos máximos da DC Comics e até presta homenagem a Frank Miller e seu Cavaleiro das Trevas em uma das cenas. Nas passagens no Arkham o desenhista nos presenteia com uma sequência tensa que culmina em uma full-page lindíssima do vilão desta saga. A história bônus é desenhada por Graham Nolan, que tem um traço bem diferente de Capullo, mas nem por isso deixa a peteca cair. Visualmente Batman permanece como um dos títulos mais bonitos de super-heróis da DC Comics.

Endgame começou sem freio na edição passada e dedica parte desta edição mostrando a grandeza de um conflito entre Superman e Batman. Logicamente o resultado do conflito não vai agradar a todos os leitores, mas a solução encontrada pelo roteirista presta uma homenagem sincera a encarnações mais “James Bond” de Batman, que tinham um arsenal de  “bat-dispositivos” a sua disposição. A apresentação do antagonista principal é muito bem feita e impactante (apesar de já terem rolado spoilers pra tudo quanto é lado na internet) e a história tem um ritmo bem mais legal que as últimas sagas do Morcegão. A arte continua um desbunde em se tratando de super-heróis e a leitura diverte muito mais do que a saga Ano Zero até o momento.


Por Igor Tavares
Fonte: Proibido Ler

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