Nosso
colaborador Jorge Luís retorna com um clássico dos quadrinhos. Uma era de
intensa criatividade que encanta os fãs até hoje e continua a atrair novos
leitores. Conheça a dupla que revolucionou os mutantes da Marvel Comics.
Estamos
no distante ano de 1977. Guerra nas Estrelas é um sucesso no cinema. Nos
quadrinhos, a veterana DC Comics luta para sobreviver enquanto sua
principal rival Marvel Comics domina o mercado com séries como Homem-Aranha, Quarteto
Fantástico e Vingadores. No meio desses gigantes, uma obscura
publicação chamada X-Men, que nunca fizera grande sucesso em seus quase quinze
anos de existência, estava para iniciar a escalada que a levaria ao topo da
indústria de quadrinhos dos Estados Unidos.
Depois
de anos sobrevivendo com reimpressões, X-Men tinha recebido nova vida
em 1975, com uma reformulação promovida pela dupla Len Wein (escritor) e Dave
Cockrun (desenhista). Ainda assim, continuava a ser uma revista
bimestral de baixa vendagem, com míseras dezessete páginas por edição (o ponto
mais baixo de páginas nas HQs americanas até hoje!). Wein seria substituído
logo a seguir pelo então jovem escritor Chris Claremont, que conseguiu aumentar as vendas a ponto da
editora tornar o título mensal. Nesse momento, surgiu uma nova dificuldade:
Cockrun era lento demais para desenhar até mesmo aquela merrequinha todo mês!
Um novo desenhista seria necessário.
A reformulação mutante,
por Wein e Cockrun. O desfecho da edição foi
sugestão de Claremont.
Não
foi preciso procurar muito tempo. Um artista já tinha se oferecido para a
tarefa, o anglo-canadense John
Byrne, fã da série desde seus primórdios e que já trabalhara com Claremont
anteriormente em publicações como Marvel Team-Up e Punho de
Ferro, nas quais demonstrara sua habilidade em desenhar os mutantes. Como
arte-finalista, Byrne desejava utilizar seu parceiro em Marvel
Team-Up, Dave Hunt, por acreditar que o nanquim deste lhe dava um estilo
mais rústico, similar ao de seu predecessor Cockrun. O editor Archie
Goodwin, porém, insistiu sabiamente no mais refinado arte-finalista Terry
Austin, que trabalhara com a dupla em Punho de Ferro (revista
cancelada por baixas vendas - irônico considerando o que estava por vir). E a
equipe criativa se completou assim.
Claremont assume em
X-Men 94...
PATRÍCIOS SE AJUDAM
Na
época, as personagens do título eram os veteranos Professor
X, Ciclope, Jean Grey (então como Fênix) e os
novatos Wolverine, Noturno, Colossus e Tempestade. Um
antigo coadjuvante da série original - Banshee - fechava o elenco.
Parece estranho nos dias de hoje dizer isso, mas o menos popular era...
Wolverine! Nem Claremont nem Cockrun gostavam muito do nanico criado por Wein
para uma história do Hulk. O mutante canadense estava prestes a sair da
publicação! Foi salvo apenas pela entrada de Byrne, que não queria ver seu
conterrâneo chutado da equipe.
A
primeira revista em que a dupla trabalhou, Uncanny X-Men 108 (no Brasil, Almanaque Marvel 14, da Rio Gráfica Editora), era o final de
uma longa saga em que os mutantes salvavam o universo da destruição. Aliás, a
Fênix salvava o universo praticamente sozinha, exibindo poderes que relegavam
seus colegas ao papel de meros coadjuvantes. Este acabaria se tornando o
principal problema a assombrar os autores no futuro. O roteiro foi
exclusivamente de Claremont, que o deu a Byrne todo pronto sem espaço para o
ilustrador propor modificações. Com o tempo, os dois começariam a escrever a
quatro mãos, o que resultaria nos atritos que levariam à futura dissolução da
parceria.
A
primeira sugestão de Byrne viria exatamente na edição seguinte. Como de hábito,
ela envolvia Wolverine. A idéia era fazer o governo do Canadá enviar um
super-herói local para levar o baixinho de volta a seu país na marra. O herói
- James Hudson, o Arma Alfa - foi posto para correr pelos X-Men, mas
voltaria depois com ajuda. Essa história finalmente chamou a atenção dos
leitores para Wolverine e seu passado misterioso, característica que se
tornaria um dos maiores atrativos do herói por muitos anos.
A
próxima revista não seria de Byrne e Austin, mas sim uma de arquivo de Cockrun,
encomendada tempos antes e precisava ser publicada para não ser jogada fora.
A CONQUISTA DOS FÃS
Depois
dos primeiros passos hesitantes, a dupla Claremont/Byrne ganhou fôlego e
iniciou uma seqüência de aventuras que deu impulso à série.
Depois
de serem seqüestrados pelo vilão Mesmero para serem exibidos como
atrações circenses, os X-Men travaram combate mortal com seu principal
adversário, Magneto, e, após
serem convenientemente separados de Fênix, iniciaram uma jornada pelo mundo que
os levaria à Terra Selvagem, ao Japão e, finalmente,
ao Canadá, onde enfrentariam a superequipe de Hudson (agora chamado
Víndix), a Tropa Alfa.
É
nestes arcos que a parceria se desenvolve. Os dois escritores se complementam
com habilidade: Claremont administra com eficiência um grande elenco de
personagens e tramas longas, enquanto Byrne contém os piores exageros de seu
colega, garantindo que as histórias tenham conclusão e que os enredos
das edições individuais sejam interessantes o bastante para os leitores
desejaram acompanhar as sagas maiores. Byrne também era grande fã dos antigos
X-Men e consegue que quase todos os integrantes da equipe original protagonizem
participações especiais.
A
prova do talento da dupla é que a Tropa Alfa, equipe criada apenas como um
grupo de adversários para os X-Men, conseguiu ter mais de cem edições
publicadas de seu próprio título; muito embora os dois criadores a
considerassem um grupo de heróis menores, que não merecia revista própria (o
que não impediu Byrne de trabalhar nela...).
Artisticamente,
a publicação também estava em boas mãos. Os desenhos fugiam do padrão mais
conservador que dominava as HQs americanas da época para um trabalho mais
cartunesco, um pouco como o de Jack Kirby anos antes quando ajudou a criar a
Marvel moderna, mas sem seus exageros. A arte-final de Austin dava ao lápis uma
limpeza e precisão sem paralelo até então. Mesmo com todos esses méritos, foi
necessário um longo tempo para os quadrinhistas conquistarem os fãs,
tradicionalmente conservadores. Cartas pedindo o retorno de Cockrun seriam uma
constante no decorrer das primeiras edições. Talvez por isso a Marvel tenha
insistido durante muito tempo em usar outros ilustradores (Cockrun por norma) nas
capas. Um desperdício, visto que Byrne, quando teve a oportunidade, mostrou-se
um brilhante capista.
O
único defeito da série, sempre presentes nas HQs de Chris Claremont, é o volume
de diálogos. O roteirista incorpora muito da velha escola de escritores da Era
de Prata, que joga volumes enormes de diálogos redundantes nas páginas. Vocês
conhecem o estilo: a personagem fala eu estou escorregando em uma casca de
banana enquanto o desenho a mostra... escorregando em uma casca de banana! Como
os diálogos eram território exclusivo de Claremont, este manteve seus vícios.
No entanto, era um problema menor em uma obra habitualmente excelente.
VIAGEM AO REDOR DO MUNDO E A DEFINIÇÃO
DOS INTEGRANTES
Durante
esse arco de histórias, estabeleceu-se outra característica: as brigas entre
Ciclope, o líder super-herói mais tradicional e certinho da equipe, e
Wolverine, o novato que detesta receber ordens e se prender aos padrões de
comportamento tradicionais dos super-heróis. Além de brigarem pela mesma
mulher, Jean Grey, e de seguirem filosofias diferentes, os oponentes também
estavam de certa forma competindo para serem os protagonistas do gibi! Ciclope
era o integrante de maior destaque desde a criação do título e seu status nunca
fora ameaçado, mas Wolverine estava competindo pela popularidade dos fãs, com a
ajuda de Byrne (que, na verdade, preferia o Ciclope, mas adotara Wolverine por
motivos patrióticos) e de Claremont (que preferia Tempestade, mas acabou
desenvolvendo maior afinidade pelo canadense do que pelo mais tradicional
caolho). Como eram os heróis de maior destaque, sua rivalidade tornou-se parte
essencial da revista, sendo, inclusive, adotada nas adaptações
de X-Men para o cinema e animação.
Wolverine
levava vantagem porque, diferente de Ciclope, tinha mais terreno inexplorado a
percorrer. Ele matava (ou pelo menos tentava matar) seus inimigos, chamava a
atenção revelando seu verdadeiro nome (Logan, tirado de uma montanha
canadense), sabia falar japonês, apaixonava-se por uma jovem do Japão (em uma
época em que nipônicos nas HQs americanas eram raridade). O heroizinho tinha
muito mais espaço para revelações do que qualquer outro integrante da equipe e
o ritmo constante delas mantinha o interesse dos leitores sem cansá-los.
Tempestade também
recebeu bastante destaque nestas edições. Claremont revelou detalhes de seu
passado como ladra nas ruas do Cairo, incluindo seu primeiro encontro com o
Professor X. Porém todos os esforços do roteirista ainda não foram suficientes
para colocá-la no mesmo patamar da dupla Wolverine/Ciclope. Os outros eram
predominantemente secundários, em especial Banshee, que não era apreciado
por nenhum dos dois criadores e logo sairia da equipe, e Noturno, que
tivera muito destaque no tempo de Cockrun (do qual era a personagem favorita) e
foi colocado em segundo plano deliberadamente por uns tempos.
UM INIMIGO REALMENTE SANGUINÁRIO
Depois
de rodar o mundo, os X-Men voltam para casa, mas não encontram nem Fênix (ainda
uma fonte de incerteza para os criadores) nem o Professor X. Ciclope, julgando
que Jean Grey estava morta, flerta com a idéia de namorar Coleen
Wing (coadjuvante da revista Luke Cage/Punho de Ferro, também escrita
por Claremont e, por um breve período, desenhada por Byrne). Essa seria uma
solução interessante para o problema Fênix. Afinal, se Jean não é mais a
namorada de Ciclope, ela não precisa aparecer na série. A idéia, porém, é logo
descartada (quem sabe por intervenção editorial). O ritmo das histórias sossega
um pouco, com uma edição intimista centrada na caracterização dos heróis e um
combate com o inexpressivo vilão Arcade (criado por Claremont e Byrne
em Marvel Team-Up). Era apenas a calmaria que antecedia as maiores sagas
da equipe.
A
primeira destas grandes aventuras seria o enfrentamento com Proteus, um mutante que
possuía corpos
- descartados logo após sugar todas as suas energias - e manipular a realidade.
Embora nada de excepcional nos dias de hoje, em que o típico herói do cinema
deixa atrás de si um rastro de corpos maior do que a maioria dos vilões de
antigamente, a trama foi tremendamente violenta para os padrões da época. Os
X-Men já haviam enfrentado assassinos antes, mas eram típicos vilões de
quadrinhos. Antes de matar alguém, faziam todo um teatro. Isso quando
conseguiam matar, já que os heróis habitualmente os impediam. A maior parte das
mortes acontecia off-camera (Fulano explodiu um prédio! Dezenas de
pessoas foram soterradas!, mas não se via um único corpo...). Podia-se contar
nos dedos até o número de vítimas que o terrível Magneto realmente matara.
Não
era o caso de Proteus. Esse mutante matava para continuar vivo. Deixava uma
trilha de corpos por onde passava e tinha como propósito matar os próprios
pais! E não vivia dramas de consciência. Nesta saga, os X-Men enfrentam seu
primeiro inimigo realmente sanguinário e, em um desfecho ainda mais heterodoxo
para os padrões de então: matam-no deliberadamente como último recurso. E não
foi um super-herói heterodoxo como Wolverine o responsável, mas o
gentil Colossus, sob orientação do certinho Ciclope!
Ora,
super-heróis tradicionais não matavam deliberadamente desde os anos 40 (quando
Batman jogava bandidos do alto de prédios, e mesmo o bom e velho Super-Homem
chegou a arremessar um meliante no caminho das balas!). Mortes acidentais de
bandidos aconteciam muito raramente e, via de regra, eram fontes de angústia
para os heróis envolvidos (o exemplo clássico foi a morte de Norman Osborn, o
Duende Verde). Super-heróis não matavam e ponto. No entanto, Proteus foi morto,
e os quadrinhos de super-heróis nunca mais seriam os mesmos. No futuro, com a
ajuda de Hollywood e seus genocidas, o número de heróis que matam foi
aumentando e levou à ascensão de anti-heróis como Justiceiro, Cable e a
superequipe Authority.
Não
é de surpreender que a história de Proteus seja a única que o amante da
polêmica, Mark Millar, escritor do título Ultimate X-Men (uma
versão modernizada dos mutantes), tenha adaptado para sua revista com razoável
fidelidade à trama original...
A
saga de Proteus também levou a uma nova mudança no elenco da equipe. Banshee,
privado de seus poderes, afastou-se e Fênix retornou. Mas por que recolocá-la
na equipe se seus poderes ainda estavam muito maiores que os dos outros X-Men?
Porque, desta forma, ela era uma heroína pouco interessante, mas uma excelente
vilã! Começava a Saga da Fênix
Negra, história preferida de nove entre dez fãs dos mutantes.
INTERFERÊNCIAS EDITORIAIS
A
forma com que se deu a transformação de Fênix de heroína para vilã é um exemplo
textual de como fazer roteiros de longo prazo em uma HQ mensal.
Jean
Grey começou a sofrer flashbacks do que ela julgava ser a vida de uma
ancestral sua do século XVIII, integrante do Clube do Inferno e mulher de um dos líderes do
clube, Jason Wyngarde. Na verdade, Wyngarde era um antigo inimigo dos
X-Men, o ilusionista conhecido como Mestre Mental, que estava tentando
escravizar a jovem mutante para utilizar seus vastos poderes em proveito
próprio. Pistas sutis (e outras nem tanto) alertaram os leitores veteranos e
observadores para o fato, mas estes eram minoria.
Nesse
meio tempo, o progressivo sucesso da publicação (principalmente no incipiente
mercado direto de quadrinhos) chamara finalmente a atenção dos caciques da Marvel.
Então, duas imposições editoriais caíram na cabeça dos criadores. Primeiro o
gibi teria de justificar o nome da Mansão X (Escola para Jovens
Superdotados do Professor Xavier) e ter algum aluno. Além disso, o título
teria de servir de plataforma de lançamento para a personagem Cristal, uma
mutante cantora de discoteca (baseada, segundo dizem, em Bo Derek!) que a
editora pretendia lançar em um gibi exclusivo para o mercado direto. Isso em
1979, com a disco music já em franca decadência...
Claremont
e Byrne encarregaram-se habilmente da tarefa. Fizeram o Professor X retornar à
equipe, preocupado com os poderes de Fênix, e detectar duas novas mutantes, que
seus discípulos deveriam contactar (como nos velhos tempos da equipe). Todavia,
no rastro delas, já estava o Clube do Inferno, acarretando assim o confronto
entre as duas agremiações. As mutantes em questão eram a já mencionada Cristal
e uma nova criação que faria história nos X-Men, a adolescente Kitty
Pryde.
Uma
das primeiras adolescentes a se comportar como tal nas HQs de super-heróis,
Kitty foi baseada por John Byrne em uma ex-colega homônima da Escola de
Arte de Alberta, no Canadá. Também foi a primeira heroína de origem judia dos
quadrinhos (religião era, até então, tabu nas HQs de heróis. Quase nenhuma
personagem tinha religião declarada e nenhum praticava). Posteriormente, ela se
tornaria extremamente popular, um dos raros parceiros adolescentes dos
quadrinhos a fazer sucesso em uma época em que mesmo o pioneiro do gênero -
Robin - estava com baixa popularidade.
APELO SEXUAL
No
caminho dos X-Men, estava uma nova vilã, que também viria a se tornar presença
marcante no gibi, a Rainha Branca.
A
Rainha Branca era uma telepata amoral que integrava o Círculo
Interno do Clube do
Inferno. Loura, linda e trajando roupas fetichistas, era diferente de qualquer supervilã vista até então e feita sob medida para atiçar a libido dos leitores adolescentes. Sem a pretensão de fazer uma análise freudiana da sua popularidade, ressalto como significativo que, ao longo dos anos, ela passou de inimiga à aliada dos X-Men e, mais recentemente, integrante da equipe. Registre-se que quem a incluiu foi o escritor Grant Morrison, que considera o apelo sexual uma dos fatores de sucesso dos X-Men.
Inferno. Loura, linda e trajando roupas fetichistas, era diferente de qualquer supervilã vista até então e feita sob medida para atiçar a libido dos leitores adolescentes. Sem a pretensão de fazer uma análise freudiana da sua popularidade, ressalto como significativo que, ao longo dos anos, ela passou de inimiga à aliada dos X-Men e, mais recentemente, integrante da equipe. Registre-se que quem a incluiu foi o escritor Grant Morrison, que considera o apelo sexual uma dos fatores de sucesso dos X-Men.
Ainda
no que diz respeito ao apelo sexual, logo após derrotarem a Rainha Branca,
Ciclope e Fênix mantêm um tórrido encontro amoroso em um platô no Novo México.
Embora bastante inocente (ainda mais para padrões atuais), a cena traz
conotações óbvias. Novamente, Claremont e Byrne estavam desafiando os cânones
estabelecidos e é surpreendente que essas imagens tenham escapado ilesas ao
crivo do famigerado Comics Code, o código de ética dos quadrinhos nos
Estados Unidos. Todavia, nem isso, nem a violência acima do normal da revista
pareciam despertar a ira daquela instituição. Apenas uma cena foi cortada em
todo o período Claremont/Byrne: uma seqüência em uma das primeiras edições que
mostrava Tempestade tomando banho nua na piscina da mansão. Segundo declarações
posteriores de Byrne, estava longe de ser uma ensaio da Penthouse, mas o
censor vetou assim mesmo. Os outros X-Men chegam a fazer piada com isso em uma
das edições.
NO CLUBE DO INFERNO
Momentaneamente
livres de interferências externas, Claremont e Byrne voltaram ao que faziam
melhor.
Os
X-Men decidem se infiltrar no Clube do Inferno para descobrir por que eram
caçados pelos integrantes da seleta agremiação. Toda a passagem é marcante.
Artisticamente Byrne dá um show ao retratar o ambiente arcaico e decadente do
prédio, cujos membros se vestem com trajes vitorianos (as mulheres - como a
Rainha Branca - com uma preferência por roupas fetichistas). Na história, os
heróis são derrotados depois que a Fênix é completamente dominada por Wyngarde,
tornando-se a Rainha Negra.
Todos?
Não! Um pequeno mutante canadense sobrevive e tem que enfrentar sozinho os
adversários para resgatar seus colegas. A cena de Wolverine surgindo nos
esgotos disposto a vingar seus colegas é talvez a mais marcante da sua
carreira.
E,
em Uncanny X-Men 133 (no
Brasil, Superaventuras
Marvel 30, da Editora Abril), o herói vive seu momento de glória,
derrotando os assassinos que o Clube mandara em seu encalço em uma das melhores
sequências de ação dos quadrinhos enquanto seus colegas permanecem
indefesos nas garras do Círculo Interno. Só mais um X-Man tem destaque nessa
edição: seu rival Ciclope, que, em outro momento memorável, tenta libertar Jean
Grey do controle do Mestre Mental e é derrotado.
Metaforicamente,
este é o fim da luta entre os dois rivais. Eles ainda continuariam tendo
atritos, mas, naquele momento, Wolverine havia definitivamente conquistado o
coração dos fãs. Tornou-se, sem sombra de dúvida, o integrante mais popular da
equipe, status que mantém até hoje, apesar dos esforços em contrário (destaque
para o próprio Chris Claremont, que tentou, o quanto pôde, fazer de Tempestade
a personagem mais popular da série).
DAS CINZAS, A FÊNIX NEGRA
O
jogo acabou. O Clube do Inferno foi derrotado e a Fênix, liberta do controle do
Mestre Mental, lançou sobre este sua terrível vingança.
Mas
ainda não era o fim. Com tudo o que aconteceu, Jean Grey perdeu definitivamente
o controle e assumiu a identidade de Fênix Negra. Os X-Men haviam
encontrado seu mais temível oponente.
A
toda poderosa criatura esmagou os mutantes como insetos e partiu rumo ao espaço
a fim de se alimentar. A natureza dessa alimentação mudaria o curso dos
quadrinhos americanos para sempre.
Por
essa altura, Claremont e Byrne já partilhavam tanto a criação do roteiro que
pouca coisa era definida com detalhes. Claremont, então, sugeriu para Byrne que
a Fênix devorasse uma estrela. O desenhista, por sua vez, achava que devorar
uma estrela não teria impacto algum se não houvesse um planeta habitado nos
arredores. Daí, retratou um mundo, habitado por alienígenas que tinham
aparecido antes em uma história clássica dos Vingadores, sendo destruído no
processo. Claremont aprovou a ideia, a revista foi mandada ao editor, que
também não fez objeções (assim como o Comics Code), e daí para a gráfica.
Feito
isso, foram todos trabalhar nas edições seguintes. Nestas, a Fênix Negra
voltava à Terra e derrotava os X-Men, reforçados dos antigos
membros Fera e Anjo especialmente para a ocasião, mas o
Professor X, com a ajuda do próprio lado bom de Jean Grey, acabou sobrepujando
a entidade e reduzindo o poder dela aos seus antigos níveis de Garota Marvel.
Tudo muito belo, exceto que a imperatriz Shiar, Lilandra, interveio e
decidiu julgar a Fênix por seus crimes. Acabou sendo proposto um julgamento por
combate entre os X-Men e a poderosa Guarda Imperial de Shiar, que é
vencido facilmente por esta. Em seguida, os cientistas de Lilandra executam uma
espécie de lobotomia em Jean Grey que perde seus poderes para sempre. A trama a
seguir seria uma recapitulação dos principais acontecimentos da equipe, do
ponto de vista de Ciclope, que se licenciaria para se casar com sua amada. A
edição também marcaria a entrada de Kitty Pryde na franquia mutante. No
entanto, as coisas aconteceram de forma bem diferente.
OLHO POR OLHO: ALGUÉM TEM DE MORRER
O
editor-chefe Jim Shooter finalmente lera a revista que mostrava a
Fênix Negra destruindo um planeta habitado. E não gostou nada do que
viu!
Imediatamente,
deu ordens para mudar o desfecho da saga. Jean Grey teria de ser punida
pelo que fizera! A ideia de Shooter seria, de acordo com Byrne, aprisioná-la em um asteróide distante onde seria torturada pelo resto da eternidade (!). Não era uma solução que agradava a equipe criativa. Então, ficou decidido que matá-la seria um meio termo mais aceitável.
pelo que fizera! A ideia de Shooter seria, de acordo com Byrne, aprisioná-la em um asteróide distante onde seria torturada pelo resto da eternidade (!). Não era uma solução que agradava a equipe criativa. Então, ficou decidido que matá-la seria um meio termo mais aceitável.
De
última hora, a edição que mostrava a luta com a Guarda Imperial teve de ser
modificada. Muitos diálogos foram alterados (Claremont ainda aproveitou para
adicionar novas redundâncias...) e as últimas páginas foram descartadas, com
seis outras sendo adicionadas. Byrne teve apenas três dias para desenhá-las! O
resultado final ficou surpreendentemente bom, como pode ser comprovado por
aqueles que tiverem acesso à publicação que a Marvel lançou, anos depois, com a
versão original (Phoenix: The untold story).
Mais
importante, o desfecho caiu como uma bomba sobre os fãs.
Super-heróis
já tinham morrido antes. O exemplo mais conhecido era a Patrulha do
Destino, uma superequipe da DC Comics que tinha sido toda morta no
último número de sua série. Mesmo os X-Men já haviam perdido integrantes, como
o Pássaro Trovejante. No entanto, este era um destino reservado para
personagens obscuras e impopulares, nunca para astros em evidência como
Fênix. X-Men tornou-se o título em que as inovações aconteciam (na
verdade, já havia algum tempo, mas os fãs ainda não tinham percebido). A edição
da morte esgotou-se rapidamente e, nos meses seguintes, as vendas dispararam. A
revista até voltaria a ter 22 páginas de quadrinhos.
O
preço, porém, foi alto demais. A equipe criativa nunca mais voltaria a
trabalhar harmoniosamente e, antes mesmo das vendas espetaculares que seguiram
o evento serem constatadas, ela já estaria desfeita.
DESAVENÇAS CRIATIVAS
As
edições seguintes seriam uma verdadeira queda de braço entre os dois criadores.
A imediatamente posterior, ainda com o flashback, haveria de se tornar o
funeral de Fênix com poucas alterações na arte já produzida. Ciclope ainda se
licenciaria da equipe (por razões diversas) e Kitty ainda se tornaria
integrante nesse mesmo número. Todavia, nos seguintes, os choques entre os
artistas seriam mais evidentes.
Nas
duas edições subseqüentes, Wolverine e Noturno encontravam novamente a Tropa
Alfa. Byrne escreveu-as praticamente sozinho. Elas preparariam terreno para a
futura revista própria da Tropa. Mesmo assim, o abismo entre os parceiros só
aumentava.
Na
primeira página de Uncanny
X-Men 140, Colossus está arrancando uma árvore morta do chão. A arte
mostra o mutante fazendo isso com enorme facilidade, enquanto os recordatórios,
escritos por Claremont, davam a entender que o mutante realizava o maior
esforço de sua vida. Era óbvio que a comunicação havia se perdido.
Outro
ponto polêmico era a presença ou não do Anjo na equipe. Claremont não gostava
do herói, mas Byrne não queria abrir mão de um de seus adorados X-Men
originais, especialmente logo depois da morte de um deles e do afastamento de
outro.
A
tensão chegaria ao auge nas duas edições seguintes: uma das melhores, se não a
melhor saga da equipe: Dias de um
futuro esquecido.
O FUTURO QUE NÃO DEVERIA TER SIDO
A
história começava no futuro. A América fora subjugada pelos Sentinelas,
robôs caçadores de mutantes. Os filhos do átomo tinham sido quase exterminados,
com os poucos sobreviventes aprisionados em campos de concentração. O fim do
mundo estava próximo, uma vez que os remanescentes da humanidade pretendiam
usar armas nucleares para deter as máquinas, a qualquer preço. Nesse ambiente
desesperador, os últimos sobreviventes dos X-Men formularam um plano para
impedir tal desenlace. O estratagema consistia em enviar a consciência da Kitty
Pryde adulta do futuro para seu corpo adolescente a fim de que ela convencesse
os X-Men a impedirem que uma nova Irmandade dos Mutantes assassinasse
um influente político antimutante, o senador Robert Kelly.
A
trama, então, divide-se em duas vertentes. Enquanto os X-Men do presente
enfrentam a Irmandade para tentar salvar a vida do senador, os do futuro travam
uma luta desesperada pela sobrevivência contra os Sentinelas. No fim, o esforço
é inútil. Porém os X-Men do passado têm sucesso e salvam a vida do senador, que
decide trabalhar pela reativação dos Sentinelas...
Um
trabalho brilhante. Perfeito epílogo para toda a saga dos mutantes da Marvel.
O Ragnarok da superequipe. Grant Morrison, atual escritor dos
X-Men, declarou que esse foi o final da série para ele, tudo o que veio a
seguir foi anticlimático (o que, claro, não o impediu de assumir os roteiros da
franquia décadas mais tarde...).
Também
foi o momento da ruptura definitiva entre Claremont e Byrne.
A RUPTURA
A
dupla não concordou em quase nada na criação da saga. Claremont queria que os
Sentinelas do futuro fossem controlados por humanos anti-mutantes radicais,
enquanto Byrne achava que as máquinas tinham saído de controle e, no melhor estilo Exterminador
do futuro (que esta história precedeu em alguns anos) tinham subjugado a
humanidade. Byrne venceu essa, mas, em aventuras posteriores no mesmo futuro,
Claremont fez prevalecer a sua ideia.
Não
foi o único ponto de discórdia.
A
líder dessa nova Irmandade, uma mutante transmorfa
chamada Mística (que, mais tarde, seria uma das vilãs mais populares
dos X-Men e participaria dos dois filmes da equipe ao lado do muito mais antigo
Magneto), tinha uma grande semelhança física com Noturno. Claremont pretendia
explicar o fato, alegando que a transmorfa era o pai do Noturno (a
mãe seria sua colega de Irmandade, a mutante precognitiva Sina), haja
vista que suas capacidades mutantes permitiam a mudança de sexo! Byrne não quis
nem ouvir falar nisso e teve o apoio de todo o corpo editorial da Marvel. O
assunto não voltaria a ser abordado pelo resto da fase de Claremont no título,
e outros quadrinistas acabariam dando a explicação mais convencional de
que Mística apenas seria a mãe do herói.
O
pomo da discórdia mais acalorado parece ter sido algo bem menos importante.
Em
dado momento, os X-Men do futuro resolveram invadir o Edifício Baxter (antigo
QG do Quarteto Fantástico), que se tornara o centro de operações dos
Sentinelas. O edifício era guardado por um dos robôs gigantes de dez metros de
altura. Desnecessário dizer que o trambolho foi prontamente neutralizado. Nesse
momento, publicado em Uncanny
X-Men 142, oitava página (no Brasil, Superaventuras Marvel 46, página 64), Claremont decidiu
incluir, como adorava, uma seqüência em que Tempestade usava suas habilidades
de arrombadora para abrir a porta. Byrne não gostou. Afinal, por que os
Sentinelas trancariam uma porta (que, pelo tamanho, não poderiam utilizar!) se
já tinham um robô gigante servindo de porteiro? Então Claremont passou por cima
de Byrne e pediu para que Terry Austin redesenhasse o quarto quadrinho da
página, substituindo Wolverine pela Tempestade. Além disso, adicionou diálogos
que descreviam a cena como ele desejava.
Foi
a gota d’água para o desenhista, que decidiu jogar a toalha. Claremont ficaria
com os X-Men, enquanto Byrne trabalharia em outra série, o Quarteto
Fantástico. Desta vez sozinho.
O RÉQUIEM DA PARCERIA
Todavia,
a dupla ainda teria uma história pela frente. Uncanny X-Men 143 (no
Brasil, Superaventuras Marvel 42), uma edição bem menos marcante do que suas antecessoras, era um conto de natal que mostrava Kitty Pryde tendo seu batismo de fogo contra uma das criaturas demoníacas chamadas Nagarai, que haviam enfrentado os X-Men anos antes.
Brasil, Superaventuras Marvel 42), uma edição bem menos marcante do que suas antecessoras, era um conto de natal que mostrava Kitty Pryde tendo seu batismo de fogo contra uma das criaturas demoníacas chamadas Nagarai, que haviam enfrentado os X-Men anos antes.
Nesta
aventura, ao contrário das anteriores, Claremont e Byrne parecem ter trabalhado
em completa harmonia e sem qualquer incidente, o que faz pensar se não se
tratava de um episódio de arquivo. Qualquer que seja a resposta, embora
competente, a aventura é tão inócua que foi publicada, no Brasil e na
França, antes de sua ilustre precedente. Outros países simplesmente a
ignoraram, uma vez que Dias de um futuro esquecido era uma conclusão
bem mais atraente para a já lendária fase de Claremont e Byrne.
O
abrupto final da parceria, no auge de seu prestígio e logo após suas melhores
histórias, causou grande impacto entre os fãs. As vendas dispararam até o ponto
em que ela assumiu a liderança das vendas de quadrinhos dos Estados Unidos,
posição que manteve, com ocasionais exceções, até muito recentemente. A fase
dos dois seria a mais influente saga de quadrinhos americana até o surgimento
de Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, exercendo,
ainda hoje, uma enorme sombra sobre seus sucessores. Também seria a principal
fonte de roteiros para o bem-sucedido desenho animado dos mutantes. E os dois
criadores seriam alçados ao patamar de superestrelas dos quadrinhos durante a década
de 80.
Os
dois, porém, só trabalhariam juntos (e nas mesmas personagens) uma década
depois, em uma curtíssima seqüência de três páginas em uma edição com diversos
quadrinhistas, a pedido do desenhista de X-Men da época, Jim Lee. Os
outrora amigos e parceiros agora não conseguiam mais se entender.
A VIDA APÓS A UNIÃO
Após
a saída de Byrne, Claremont ainda permaneceu no título por mais de dez anos;
primeiro em uma parceria renovada com Dave Cockrun. Logo, porém, ficou evidente
que seria impossível um retorno ao período pré-Byrne. Além do mais, Cockrun
continuava lento, necessitando da ajuda de diversos colegas para cobrir seus
atrasos. Foi, então, substituído pelo ótimo Paul Smith, que inspirou
Claremont a realizar suas melhores aventuras no período pós-Byrne, mas
abandonou a revista quando ganhou dinheiro o bastante para comprar uma moto e
sair pelo país. Com o tempo, voltaria aos quadrinhos, mas nunca mais teria o
mesmo sucesso.
Os
desenhistas que se seguiram eram competentes em sua função, mas não escritores,
e Claremont ficara demasiado dependente de seus parceiros. A qualidade dos
roteiros caiu na mesma proporção em que a popularidade do escritor aumentava.
Claremont manteve-se na publicação mais por reputação do que por méritos.
Todavia, no auge do sucesso, quando um segundo título dos X-Men foi publicado,
com vendagem recorde, ele foi demitido a fim de permitir que o ilustrador de
então, Jim Lee, escrevesse suas próprias histórias.
Ironicamente,
o escritor foi substituído por seu ex-parceiro John Byrne. O
anglo-canadense, agora naturalizado cidadão dos Estados Unidos, nos anos
seguintes à sua partida, tornara-se o maior nome dos quadrinhos americanos ao
escrever e desenhar uma longa fase no Quarteto Fantástico e ao promover uma
polêmica reformulação do primeiro dos super-heróis, o Super-Homem. Embora
com a popularidade em decadência a essa altura, Byrne estava no auge do seu
talento ao assumir os títulos.
Entretanto,
ele comprara gato por lebre. Os desenhistas das duas séries, Jim Lee
e Whilce Portacio, eram os responsáveis pelas histórias e Byrne se viu
fazendo a função que reservara para Claremont na época da velha parceria:
escrever os diálogos! Pior, Lee e Portacio não tinham a disciplina profissional
que Byrne tivera em seu tempo. As tramas que criavam eram demasiado desconexas
e a arte chegava às suas mãos atrasada demais para que ele pudesse sequer
redigir os textos de forma satisfatória. O roteirista, que já estava
sobrecarregado, escrevendo Homem de Ferro e produzindo inteiramente Namor e Mulher-Hulk,
queixou-se ao editor, cobrando maior disciplina dos seus colegas ou uma
autorização para escrever os roteiros ele próprio. Tal qual Claremont, foi
demitido sumariamente.
NOVAS TENTATIVAS
Os
dois criadores, entretanto, ainda retornariam.
Claremont
seria chamado mais tarde, pelo mesmo editor que o demitira (agora promovido a
editor-chefe), para escrever as duas publicações dos X-Men novamente. As vendas
(e a qualidade) de ambas haviam despencado nas mãos de seus sucessores e esta
era a última cartada de um editor desesperado para manter o emprego. O escritor
aceitou e iniciou uma reformulação drástica. Não deu certo. Ele já não era
popular como antes e sua escrita tinha todos os vícios de outrora, com poucas
das qualidades. As vendas caíram ainda mais e, pior ainda, não subiram nem
mesmo quando do lançamento do bem-sucedido filme dos mutantes.
O
editor-chefe da Marvel foi substituído pelo atual, Joe Quesada, e
Claremont perdeu as duas revistas, mas recebeu, à guisa de consolação,
um terceiro título dos heróis mutantes, X-Treme X-Men, com
direito até a escolher os protagonistas. Evidentemente, trouxe para si sua
amada Tempestade. Até hoje, escreve a série. Embora seja a menos vendida dos
X-Men, a publicação é a que tem as vendas mais estáveis e os fãs mais
dedicados.
John
Byrne teve menos sorte.
Ele
também fora chamado de volta pelo mesmo editor-chefe. A razão era uma antiga
proposta sua, uma série que mostrasse as aventuras dos X-Men originais durante
o longo período em que o título publicara apenas reimpressões. Era um sonho
antigo poder dar seguimento às histórias desenhadas por seu ídolo Neal
Adams em parceria com o escritor Roy Thomas. A Marvel ainda lhe
permitiu colaborar com o antigo arte-finalista daquela fase, o veterano Tom
Palmer.
Infelizmente,
Byrne e a Marvel superestimaram o interesse do público nessas personagens, que,
afinal, nem tinham conseguido manter sua revista nos anos sessenta! O próprio
autor também estava longe da popularidade de antes. As vendas de X-Men:
hidden years (no Brasil, X-Men: anos incríveis) decepcionaram. Ainda
assim, foi um gibi lucrativo, mas não o bastante para impedir que o novo
editor-chefe Joe Quesada, que abomina super-heróis tradicionais e jamais gostou
da idéia de uma revista nostálgica, cancelasse a publicação. Byrne teve de
lutar para que as muitas edições já prontas chegassem às lojas especializadas e
que a trama tivesse um desfecho condizente. Por fim, retaliou desistindo de um
projeto que a Marvel planejara para reuni-lo com Claremont em uma última história
dos X-Men feita pela dupla.
Nenhum
dos criadores parecia ter gostado muito da idéia, e essa foi uma boa
justificativa para ambos pularem fora. A Marvel recebeu muito mal a decisão e
atualmente John Byrne é persona non grata na Casa das Idéias.
Dado
o fim da amizade entre os dois autores, a impopularidade de ambos entre os fãs
de quadrinhos atuais e a inimizade de Byrne com a atual administração da Marvel
Comics, é muito improvável que, algum dia, voltem a trabalhar juntos nos X-Men
(ou mesmo em outra publicação).
Ainda
assim, enquanto durou, a parceria de ambos gerou trabalhos que marcaram os fãs
dos heróis mutantes para sempre.
Matéria de Pedro Hunter, publicada
inicialmente em 2003, e encaminhado pelo colaborador Jorge Luis