Parece
que foi ontem, mas a série Smallville, que durou nada menos que dez
temporadas e uma vida estendida nos quadrinhos, acabou em 2011. Todos os
profissionais que a envolveram seguiram suas vidas e acabaram em projetos bem
diferentes desse. Houve exceções, é claro, como Erica Durance, que agora estará
em Supergirl, por exemplo.
Seja
como for, o final do programa foi apresentado como um dos episódios mais
emocionantes de sua década de existência. Porém, a ausência de um verdadeiro
Superman mostrado nas telas deixou decepcionada uma boa parcela de fãs. Muitas
das pessoas que estavam lá nunca falaram sobre isso. Demorou nada menos que
seis anos para Tom Welling, o astro de Smallville, falar a respeito.
Em
conversa com a Entertainment Weekly, na qual o ator está divulgando seu
retorno à TV seriada com uma outra adaptação de quadrinhos (Lucifer), Welling,
enfim, abriu o jogo:
O plano original do episódio final era
mostar Clark vestindo o uniforme e voando, salvando as pessoas, fazendo coisas
boas, no primeiro ato. Tive uma conversa com Peter Roth, chefe da WB Television
e um grande amigo. Disse: “isso não tem a cara do nosso programa”, ao que ele
me respondeu: “não, será ótimo!”. Mas eu retruquei: “Sim, mas pense em tudo que
fizemos. Se partirmos pra isso, vai parecer que não fizemos por merecer.”
Eventualmente
o ator e a rede de TV chegaram a um acordo, um que mostrou Tom Welling no final
com o uniforme do Superman por baixo de sua roupa de repórter, aparecendo da
forma mais clássica possível antes que o episódio acabasse.
Mergulhamos na ideia de que no fim do
programa, Clark se torna o Superman e está lá fazendo suas coisas, mas não
podemos acompanhá-lo, ainda que sintamos sua presença. Espero que o público não
tenha se sentido como se não tivéssemos mostrado algo que eles precisavam ver.
Acredito que oferecemos a todos o ponto de mudança em que imaginação entra em
ação a respeito do que aconteceria depois [da transformação].
Uma
das razões pelas quais o ator foi contra vestir o uniforme veio de uma das
primeiras regras do programa: “sem uniforme, sem voo”, que afastava Smallville de
um típico programa de super-heróis.
Discutimos isso antes mesmo de
filmarmos o episódio piloto. Sentamos para conversar em uma reunião sobre o
show e perguntei sobre o uniforme, o voo… E eles disseram: “Não, não vai
rolar”. Em partes porque a premissa do programa era mostrar um jovem tentando
se encontrar no mundo. Eles acharam que no momento em que Clark colocasse a
capa, a vida se tornaria simples demais sob certos parâmetros. Eles queriam
focar em quem o personagem era antes disso acontecer.
Então
é isso. Finalmente o ator abriu o jogo. Será que ele estava certo?
Sob muitos aspectos, sim. Os fãs sempre
quiseram ver o Superman aparecendo na TV, mas, lá no fundo, não fazia sentido.
A série nunca foi sobre o Homem de Aço; foi sobre Clark Kent/Kal-El, o
homem de dois mundos, com dois nomes diferentes, amadurecendo para se tornar
uma coisa só: o maior super-herói de todos os tempos. A partir do momento que
sua jornada de transformação se encerrasse, não fazia sentido continuar essa história.
Mesmo
com todos os seus percalços, Smallville atingiu seu objetivo, durando
mais que qualquer outra série de TV baseada em quadrinhos (pelo menos por
enquanto). E Welling estava certo: agora sim, depois de tudo isso, podemos
curtir o Superman, seja nos cinemas ou na própria TV, com as participações
especiais de Tyler Hoechlin na série da Supergirl.
Fonte: Terra Zero